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Vacina contra a gripe: importância do tipo quadrivalente

Pesquisadores publicam estudo sobre a circulação de linhagens do vírus influenza B em diferentes grupos de pacientes

Shutterstock

Fonte

Revista Memórias do Instituto Oswaldo Cruz

Data

quinta-feira, 24 setembro 2015 20:05

Áreas

Imunologia.

A gripe é doença infecciosa aguda de origem viral que acomete o trato respiratório e a cada inverno atinge mais de 100 milhões de pessoas na Europa, Japão e Estados Unidos, causando anualmente a morte de cerca de 40 mil pessoas somente neste último país. O agente etiológico da gripe é o Myxovirus influenzae, também denominado vírus influenza, composto por partículas envelopadas de RNA de fita simples segmentada e que se subdivide nos tipos A, B e C. Apenas os vírus do tipo A e B têm relevância clínica em humanos, devido à sua alta variabilidade e capacidade de adaptação. A natureza fragmentada do material genético do vírus influenza induz altas taxas de mutação durante a fase de replicação, em especial da hemaglutinina e neuraminidase, as duas glicoproteínas de superfície do vírus.

As gripes causadas pelo vírus influenza B são mais comuns no inverno e, devido à facilidade de transmissão, os vírus se replicam nas células epiteliais colunares do trato respiratório e, a partir daí, misturam-se às secreções respiratórias e são espalhados por pequenas partículas de aerossol geradas durante o ato de espirrar, tossir ou falar. As duas linhagens mais comuns do influenza  tipo B são a Victoria e a Yamagata .O período de incubação da influenza mostra-se bastante curto (1 a 4 dias) e um único indivíduo infectado pode transmitir a doença para grande número de pessoas susceptíveis.  A imunização anual com vacinas inativadas contra influenza tem sido a principal medida para a profilaxia da gripe na redução da morbi-mortalidade relacionada à doença e na redução de complicações mais graves como broncopneumonia, otite e sinusite.

Atualmente, mais de 200 milhões de doses de vacina contra influenza são distribuídas e utilizadas a cada ano no mundo e a imunização pode prevenir a infecção em até 90% dos indivíduos. A vacina trivalente limita a capacidade preventiva da imunização, pois contém 03 cepas virais (duas do tipo A e uma do tipo B, Yamagata), enquanto a quadrivalente possui mais uma cepa viral da linhagem B, Victoria. Ambas são administradas via intramuscular.

Na edição de agosto da revista científica Memórias do Instituto Oswaldo Cruz (Vol.110, n.5, p.606-10), a pesquisadora Dra. Ana Helena Perosa e colaboradores do Departamento de Medicina da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) realizaram um estudo que descreveu a circulação destas linhagens do influenza B (Victoria e Yamagata) em diferentes grupos de pacientes de um hospital de grande porte da cidade de São Paulo, entre os anos de 2001 e 2013. A pesquisa analisou quase três mil amostras de pacientes com problemas respiratórios e 114 (3,8%) foram positivas para influenza B. Os dados mostraram que a idade média dos pacientes infectados foi de 21 anos, porém o grupo mais afetado pela doença é o de adolescentes, entre 13 e 18 anos.

Os pesquisadores identificaram que 26% das amostras de influenza B eram da linhagem que não estava incluída na preparação da vacina contra gripe adotada no ano em questão. O estudo evidenciou a importância da utilização das chamadas vacinas quadrivalentes contra a gripe, que incluam as duas linhagens da influenza B e sugere a revisão dos grupos etários a serem incluídos nos programas de vacinação no futuro, já que nos moldes atuais esse tipo de imunização não é implementada.

Fonte: Revista Memórias do Instituto Oswaldo Cruz. Imagem: Shutterstock.

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