Notícia

Uso da Bota de Unna é avaliado em portadores de úlcera varicosa

Desconforto e dificuldade de acesso especializado são comuns

Reprodução

Fonte

Revista Brasileira de Enfermagem

Data

quarta-feira, 26 abril 2017 19:40

Áreas

Enfermagem. Reabilitação.

A úlcera venosa crônica (UVC), também denominada úlcera varicosa, representa 70% das úlceras vasculogênicas, e estima-se que ela afeta entre 2% a 7% da população mundial, trazendo, além do impacto socioeconômico, grande repercussão na qualidade de vida das pessoas que são acometidas por essa afecção. Dentre os principais desafios relacionados à UVC destacam-se a recidiva e a cronicidade das feridas, o que muitas vezes não possibilita a cicatrização completa dos ferimentos.

O uso rotineiro da meia de compressão ou terapias compressivas (TC), o repouso, cuidados básicos de higiene, alimentação balanceada e a aplicação de creme hidratante nos membros inferiores têm sido recomendados como medidas eficazes para a prevenção das recorrências. A terapia compressiva pode ser feita com a utilização da compressão elástica, representada pelas faixas de curto ou longo estiramento e pelas meias elásticas. Outra modalidade de compressão é a terapia compressiva inelástica, cuja eficácia consiste no aumento da função de bombeamento venoso e diminuição da hipertensão venosa, através da aplicação da Bota de Unna.

Estudo

Um estudo publicado na edição de abril de 2017 da Revista Brasileira de Enfermagem, realizado pelo Dr. Marcelo Henrique da Silva e colaboradores da Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo (EE-USP) avaliou a vivência de cuidado de pessoas com úlcera varicosa em uso da Bota de Unna. Foram avaliados cinco homens e sete mulheres (doze adultos no total), com média de idade de 61 anos e com tempo médio de lesão de 13 anos. Os depoimentos coletados visavam abordar questões como “O incômodo da bota de Unna versus a melhora da ferida”, “Dificuldades para o acesso ao cuidado com a Bota de Unna”, “Cuidar para cicatrizar e prevenir recidivas” e “Receber mais atenção do profissional de saúde”.

Dentre os principais problemas relatados pelos portadores da UVC destacam-se: as queixas de desconforto relacionadas ao odor, presença do exsudato, restrições na mobilidade, higiene corporal, constrangimento com a aparência das pernas, e preocupação com a apresentação pessoal, traduzida pela impossibilidade de usar roupas e sapatos em conformidade com o padrão social. A Bota de Unna levou à redução significativa do exsudato e melhora da capacidade funcional para realizar atividades do cotidiano, mas trouxe o ônus financeiro para as pessoas que, muitas vezes, para comprar o material necessário ao cuidado da ferida, deixam de atender outras necessidades pessoais e familiares.

Os autores concluem que a Bota de Unna causa incômodo aos usuários, mas há melhora da ferida. Além disso, o acesso aos serviços de saúde que disponibilizam esse tipo de tratamento especializado é problemático, necessitando de melhorias para possibilitar um cuidado mais eficiente aos portadores de UVC. “Ao compreender a vivência de cuidado das pessoas com UVC que utilizam a Bota de Unna, este estudo traz contribuições para a gestão dos serviços de saúde, onde a Enfermagem e outras categorias profissionais devem atuar em conjunto no cuidado da UVC. O cuidado em rede, dotado de insumos e estrutura necessários para o fornecimento de respostas efetivas às necessidades de saúde dos indivíduos, deve assumir primazia neste contexto”, finalizam os pesquisadores.

Acesse o artigo científico completo.

Assista ao vídeo sobre a aplicação da Bota de Unna, em espiral:

 

Fonte: Revista Brasileira de Enfermagem. Imagem: Reprodução.

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