Notícia

Ultrassonografia pré-natal para o diagnóstico do Zika

Protocolo visa identificar alterações do cérebro fetal

Wikimedia Commons

Fonte

SBUS

Data

sexta-feira, 15 julho 2016 17:50

Áreas

Diagnóstico por Imagem. Imagens Médicas. Ultrassom. Infectologia.

A Sociedade Brasileira de Ultrassonografia (SBUS) publicou no último dia 30 de junho em seu portal uma apresentação do Prof. Dr. Pedro Pires da Universidade de Pernambuco sobre protocolo ultrassonográfico para o diagnóstico do Zika virus no período pré-natal e das dismorfias do sistema nervoso central do feto.

Os passos desse protocolo são:

1.Datação correta da idade gestacional (IG). Se não se sabe a data da última menstruação (DUM) ou se a DUM é não concordante com ultrassom (US) do primeiro trimestre, corrigir IG por US entre 8 e 14 semanas.

1a) quando a circunferência craniana (CC) for menor que 2 a 3 do desvio padrão (DP) abaixo da média para a IG, há suspeita de microcefalia. Portanto, realizar exames seriados (US) com 28, 32 e 36 semanas.

1b) quando a CC for menor que 3 DP abaixo da média para a IG, o diagnóstico é de microcefalia.

1c) se não se sabe a DUM e não fez US no primeiro trimestre gestacional, considerar as relações biométricas: se a relação entre o comprimento do fêmur e a circunferência craniana for menor que – 3 DP e/ou a relação entre a circunferência craniana e a circunferência abdominal for menor que – 3DP, então tem-se o diagnóstico de microcefalia.

Atenção: Se forem observados história materna e/ou achados do US com CC nitidamente pequena, formato anormal do crânio, perfil da face (osso frontal inclinado), ventriculomegalia cerebral, microcalcificações cerebrais, alargamento do espaço subaracnóide, alterações cerebelares ou alargamento das fossas posteriores, devem ser feitos exames seriados de US com 28, 32 e 36 semanas  e/ou amniocentese  ou ressonância magnética

2. No US, sempre realizar os cortes transventricular, transtalâmico e transcerebelar para avaliar o sistema nervoso central. Os cortes nos planos sagitais e coronais devem ser semelhantes àqueles realizados na neurossonografia fetal.

3. A redução do potencial de crescimento do crânio tem se apresentado em fases mais avançadas da gestação, geralmente acima de 24 semanas, nos casos de coexistência com o Zika vírus. Alerta para os casos em que existe a microcefalia com restrição de crescimento intra-uterino (RCIU) decorrente de processo infeccioso. Nestes casos, com a CA também pequena, o índice CC/CA pode estar normal. Nesta situação, atenção especial para a relação CF/CC que estará alterada.

4. Os achados ecográficos mais frequentes nos casos de coexistência com Zika vírus são: crânio pequeno, couro cabeludo e pele pré-nasal “em excesso”, osso frontal inclinado com aspecto “em fuga”, ventriculomegalia e calcificações do parênquima cerebral. Constituem achados menos frequentes no US a hipoplasia cerebelar e o alargamento da fossa posterior.

Atenção: Não devem ser esquecidas a rubéola, a herpes, a toxoplasmose ou a sífilis; as infecções não são as únicas causas e nem as mais comuns da microcefalia; existem pelo menos 16 genes que causam o problema; fatores ambientais também estão envolvidos como: álcool, exposição a poluentes e produtos tóxicos; não se sabe a contribuição de cada um desses fatores para o total de casos.

Entre as questões que ainda necessitam explicações, vale ressaltar:

  • Quantas gestantes expostas durante a gravidez são infectadas?
  • Quantas infectadas transmitem o vírus para o feto?
  • Qual a proporção de fetos infectados que irão desenvolver a microcefalia?

O professor Pedro Pires enfatiza que outras anormalidades devem ser estudadas e não apenas a microcefalia e que a infecção pelo Zika virus no início da gravidez talvez seja mais danoso ao feto.

Fonte: SBUS. Imagem: Wikimedia Commons.

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