Notícia
Ultrassonografia para diagnóstico da Síndrome do Túnel do Carpo
Síndrome pode afetar até 5,8% da população
Shutterstock
Fonte
Revista Brasileira de Reumatologia
Data
sexta-feira, 16 outubro 2015 19:40
Áreas
Reumatologia. Imagens Médicas.
A síndrome do túnel do carpo (STC) é a neuropatia compressiva de ocorrência mais frequente e afeta entre 2,7 a 5,8% da população geral. Ocorre predominantemente em mulheres na faixa etária entre 35 e 60 anos e é decorrente da compressão do nervo mediano no punho. O envolvimento é bilateral em quase metade dos casos, mas a mão dominante é a primeira e mais gravemente acometida.
A síndrome é considerada principalmente um distúrbio sensitivo, porque as fibras sensitivas do nervo mediano são mais afetadas do que as motoras. Doenças de base como diabetes, hipotireoidismo e disfunções hormonais são comumente associadas à STC. Na história e no exame físico, ocorre a queixa de dor que piora a noite, formigamento, falta de firmeza nas mãos, choque e perda da destreza. Atividades que promovem a flexão do punho podem agravar os sintomas. Os sinais provocativos como os testes clínicos de Tinel e Phalen, são considerados altamente sugestivos do diagnóstico. Os exames de eletroneuromiografia (EMG) são geralmente considerados para comprová‐la, mas esse teste pode não estar prontamente disponível ou ser bem tolerado por todos os pacientes, o que impede a sua repetição para acompanhamento. A ultrassonografia (US) do punho com medição da área do nervo mediano (ANM) tem sido considerada uma opção à EMG. Uma ANM de 9 mm2 no túnel do carpo distal, ao nível do osso pisiforme, é considerada diagnóstica de STC. Um dos problemas de estudar a STC é a falta de consenso para estabelecer o diagnóstico definitivo. Os neurologistas tradicionalmente estabelecem‐no com base mais nos resultados de estudos de condução nervosa do que nos sinais e sintomas do paciente.
O médico Dr. Adham do Amaral e Castro do Departamento de Radiologia do Hospital Universitário Evangélico de Curitiba, juntamente com a Dra. Thelma Larocca Skare e colaboradores do Departamento de Reumatologia da mesma instituição publicaram na edição de agosto de 2015 da Revista Brasileira de Reumatologia (Vol.55, n.4) um estudo com duzentos pacientes (400 mãos) que foram submetidos a uma US do punho para medir a área do nervo mediano (ANM). Foram perguntados quanto à presença de parestesia e dor no território do nervo mediano e submetidos aos testes de Tinel e Phalen. A ANM foi medida com um aparelho de US (Toshiba Xario XG, Tóquio, Japão), com um transdutor linear multifrequência de 12 MHz aplicado na superfície palmar distal do punho (ao nível do pisiforme e da tuberosidade do escafoide) por um técnico cego. Para o exame, o paciente devia ser sentado em uma cadeira com os braços estendidos e mãos com dedos semi estendidos. Uma ANM > 9 mm2 foi considerada diagnóstica de STC.
A amostra estudada era composta por 35 homens e 165 mulheres com média de 40 anos. Nas 400 mãos examinadas, encontrou‐se parestesia em 108/400 (27,5%), dor em 106/400 (26,5%), teste de Tinel positivo em 99/400 (24,7%) e teste de Phalen positivo em 97/400 (24,2%). Ambos os sintomas (dor e parestesia) foram encontrados simultaneamente em 74/400 (18,5%) e ambos os sinais (de Tinel e Phalen) em 60/400 (15%). A ANM medida pela US tinha um valor médio de 8 mm2 (de 4 a 21 mm2; IIQ de 6 a 10 mm2). Em 108/400 (27%) mãos, o valor do ANM foi > 9 mm2, caracterizador da presença de STC pela US. O diagnóstico de STC for feito de acordo com os critérios da American Academy of Neurology, que considera casos clássicos/prováveis aqueles com parestesia ou dor em pelo menos dois dos três primeiros dedos, a ANM por US teve sensibilidade de 64,8% e especificidade de 77% nessa amostra.
O estudo mostrou que a ultrassonografia está significativamente associada a sinais e sintomas clínicos de STC. Mostrou também uma sensibilidade e especificidade adequadas, de modo que pode ser usada como um teste de primeira linha, que reduz a necessidade de estudos eletroneurográficos.
Veja o artigo completo.
Fonte: Revista Brasileira de Reumatologia. Imagem: Shutterstock.
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