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UFJF fecha parceria internacional para estudos de tratamentos mais eficazes para a asma
Prof. Joerg Mattes, da Universidade de Newcastle, proferiu palestra na UFJF sobre microRNAs e as relações da asma com a gravidez

Caique Cahon.
Trezentos milhões de pessoas têm asma e 250 mil morrem anualmente por ela, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Além disso, ela foi a única doença crônica tratável do mundo que aumentou tanto em prevalência quanto em número de internações na segunda metade do século XX. Os dados confirmam: a asma pode ser vista como um problema de saúde mundial e a busca por um tratamento mais eficiente tem sido alvo de pesquisas ao longo dos últimos anos. Com o objetivo de discutir estudos sobre a asma e a esofagite eosinofílica (doença do esôfago), o Prof. Dr. Joerg Mattes, da Universidade de Newcastle, na Austrália, foi convidado para participar da segunda conferência do “Ciclo de Palestras do ICB”, na Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF).
Dr. Mattes explica que é importante entender os mecanismos acionados no organismo, que podem ser responsáveis por determinadas reações, para que um novo tratamento possa ser desenvolvido. Parte importante da sua pesquisa está relacionada aos microRNAs – pequenos RNAs (ácido responsável pela síntese de proteínas nas células) não codificados que apresentam um papel chave de regulação da expressão de genes. Ao identificar quais microRNAs estão ligados ao desenvolvimento da asma, é possível criar inibidores específicos interrompendo os sintomas característicos da patologia.
Outra linha de pesquisa apresentada pelo professor relaciona a asma com a maternidade. Em estudo conduzido com 220 mães com asma durante a gravidez, o Dr. Mattes, com colaboração de outros pesquisadores, utilizou dois grupos para entender como a asma na mãe pode influenciar a gestação. O primeiro grupo recebeu os tratamentos tradicionais focados nos períodos de crise, enquanto um segundo teve o acompanhamento do grau de comprometimento dos pulmões, avaliado através do óxido nitroso exalado, iniciativa fundamental para o controle dos sintomas da asma.
“O que percebemos é que as mães do grupo 2 tiveram um número muito menor de crises de asma durante a gravidez, cerca de 50% menos. Além disso, seus bebês tiveram muito menos problemas respiratórios no primeiro ano de vida, com uma redução de casos de bronquiolite (inflamação nos brônquios) de 90%. A conclusão foi que um controle maior da asma durante a gravidez é melhor não apenas para a mãe, mas também para o bebê”, declara o Dr. Mattes.
Os responsáveis pelo Ciclo de Palestras na UFJF, Profa. Dra. Anaelli Campos e Prof. Dr. Ruben Bittencourt, acreditam que, além de trazer uma abordagem nova e mostrar sua pesquisa para a comunidade acadêmica, o pesquisador foi muito aberto a parcerias, criando frentes de trabalhos dentro do instituto, um dos objetivos da iniciativa. O aluno do ICB, Erick Oliveira, reforça a importância dessa possibilidade de interação com outros grupos de pesquisa e enaltece o valor de os alunos visualizarem alguns aspectos da resposta imune até então desconhecidos.
A Profa. Dra. Ana Paula Ferreira, diretora do ICB e responsável pela visita do pesquisador, explica que o Dr. Mattes ficará no país durante um mês realizando pesquisas em colaboração com a UFJF por meio do programa Pesquisador Visitante Estrangeiro (PVE). O foco das nossas pesquisas é o papel da obesidade na asma. “A asma atinge de uma maneira mais agressiva em pacientes obesos, levando a um prognóstico pior. A colaboração do Professor Joerg é importante para o entendimento desses mecanismos e busca de um tratamento mais eficaz”, ela conclui.
O pesquisador conta que já planejou vários estudos conjuntos na área de imunologia. “Faremos um intercâmbio de conhecimento: pesquisadores brasileiros também vão para Newcastle para aprender algumas técnicas e eu estou aqui para aprender o máximo com os brasileiros”, afirma.
O próximo encontro do Ciclo de Palestras do ICB ocorrerá no dia 12 de maio, com a professora Ana Eliza Andreazzi, que discursará sobre o tema “Origens do Desenvolvimento da Saúde e da Doença”.
Fonte: Comunicação UFJF. Imagem: Caique Cahon.
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