Notícia
UFG conquista patente de sensor descartável para medir glicose na lágrima
Tecnologia de baixo custo foi desenvolvida ao longo de tese de doutorado
wirestock via Freepik
Fonte
Jornal da UFG
Data
domingo, 12 fevereiro 2023 15:50
Áreas
Bioengenharia. Biologia. Biomedicina. Bioquímica. Endocrinologia. Engenharia Biomédica. Metabolismo. Saúde Pública.
Pessoas com diabetes têm uma rotina diária de monitoramento da glicose no sangue. Cotidianamente precisam tirar uma pequena quantidade de sangue que utilizam em um aparelho medidor de glicemia. Para diminuir o desconforto, gerar praticidade e acessibilidade, uma pesquisa da Universidade Federal de Goiás (UFG) desenvolveu um sensor descartável de medição de glicose pela lágrima. Com a tecnologia, basta encostar o sensor de papel descartável no olho para o paciente já poder acompanhar as taxas de glicose no organismo. A inovação, de baixo custo de mercado, promove conforto ao paciente que não precisa mais furar o dedo para fazer o acompanhamento pela detecção da concentração de glicose.
Desenvolvido pela pesquisadora Ellen Flávia Moreira Gabriel ao longo de sua pesquisa de doutorado no Laboratório de Microfluídica e Eletroforese do Instituto de Química da UFG, o biossensor colorimétrico, agora, é patenteado pela UFG, e visa atingir o sistema público de Saúde.
“Cada sensor custa em torno de dez centavos, então, acreditamos que pode ser um grande benefício para o Sistema Único de Saúde (SUS), uma vez que tanto o aparelho de medição da glicemia quanto as tiras descartáveis hoje disponíveis no mercado geram um custo alto de investimento”, afirmou a pesquisadora. Além disso, a pesquisadora aposta no maior conforto ao paciente diabético. “A maior dificuldade do paciente é ter que furar o dedo várias vezes ao dia para fazer o monitoramento. E com a pesquisa identificamos a correlação direta entre a glicose do sangue com a glicose da lágrima”, afirmou a Dra. Ellen Gabriel.
Como explicou a pesquisadora, o sensor de papel colorimétrico “funciona basicamente como os sensores de gravidez portátil, e, no caso, pode dar uma resposta positiva ou negativa, mas também quantitativa”. Ao longo da pesquisa de doutorado, o desafio de Ellen foi criar a tecnologia de baixo custo para a construção do sensor, com sensibilidade adequada para medição da glicose. “A ideia geral era criar o aparato baseado em papel. Mas a tecnologia até então disponível, a litografia, era cara para a gente implementar. Nosso grupo de pesquisa conseguiu avançar no desenvolvimento do sensor e meu estudo encaminhou para alcançar a melhor sensibilidade possível para a detecção da glicose”, contou.
O objetivo não é parar por aí, afirmou a pesquisadora: “Queremos conquistar outros benefícios. A COVID-19 gerou um impacto e há outras doenças, e esse dispositivo pode ser muito bem aplicado em outras relevâncias clínicas”.
O resultado foi publicado na revista científica Micromachines.
Acesse o artigo científico completo (em inglês).
Acesse a notícia completa na página do Jornal da Universidade Federal de Goiás.
Fonte: Carolina Melo, Jornal da UFG. Imagem: wirestock via Freepik.
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