Notícia

Tratamento hepático: pesquisa da UFMG aponta novos caminhos

Descobertas levaram ao Prêmio Capes de Tese 2015

Divulgação UFMG.

Fonte

UFMG

Data

sábado, 12 dezembro 2015 11:55

Áreas

Hepatologia. Biologia Celular. Imunologia.

O pesquisador Pedro Elias Marques Pereira Silva, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), foi o vencedor do Grande Prêmio Capes de Tese 2015 das áreas de Ciências Biológicas, Ciências da Saúde, Ciências Agrárias e Multidisciplinares (ambientais), com estudo que descobriu fenômeno associado à lesão hepática e propõe tratamento inovador, baseado em nova classe de medicamento.

O anúncio ocorreu no último dia 10 de dezembro, em solenidade realizada em Brasília, na Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).

O orientador de Pedro Elias, o Prof. Dr. Gustavo Batista de Menezes, professor do Departamento de Morfologia do Instituto de Ciências Biológicas, destaca que o trabalho foi inteiramente realizado na UFMG, “desde a investigação em animais em laboratório até a confirmação das amostras em humanos, passando pelo depósito de patente de um novo medicamento”.

A tese Deposição de DNA no fígado como um novo fenômeno da lesão hepática medicamentosa, desenvolvida no âmbito do Programa de Pós-graduação em Biologia Celular, foi também a vencedora do Grande Prêmio UFMG de Teses 2015 no grupo de grandes áreas de Ciências Agrárias, Ciências Biológicas e Ciências da Saúde.

A pesquisa e os resultados

Quando células hepáticas começam a morrer, seja por doenças ou por estresse medicamentoso, seu material genético é jogado para fora e se espalha nos vasos do fígado. O fenômeno, identificado pela primeira vez, está descrito em artigo publicado em 2014 na revista científica Hepatology. “Ninguém imaginava que o genoma se acumulava fora das células”, comenta o professor Gustavo. Além de consequências imediatas no tratamento de pacientes com lesões hepáticas, o trabalho oferece modelo para desvendar processos similares em outros órgãos, como rim, pulmão, coração e cérebro.

Todo o estudo está documentado em imagens, captadas também de forma inédita, com técnicas de microscopia intravital utilizando microscópio confocal. “Nesse trabalho, descrevemos o que acontece quando uma parte do fígado morre. Isso nunca tinha sido visualizado”, garante o professor Gustavo. Segundo ele, foram produzidas imagens do processo em três níveis que se completam: dentro de animais vivos de maneira não invasiva; análises do fígado do animal por microscopia intravital; e da célula do fígado, esta última vista em cultura celular.

De acordo com o professor Gustavo, enquanto a maioria das células do corpo tem uma cópia do genoma do indivíduo, um hepatócito (célula do fígado) pode ter até 16. “Ninguém sabe o motivo. É essa resposta que buscaremos na continuação do trabalho”, comenta o professor. Quando o hepatócito está sob estresse, o material genético que há dentro dele é liberado, e as células do sistema imune migram exatamente para o local onde o DNA se acumulou. Pesquisa anterior do mesmo grupo já havia demonstrado que produtos de células mortas agravam a lesão hepática, porque alertam o sistema imune, que passa a atuar de modo descontrolado. “Como esse material genético deveria estar dentro da célula, mas está fora, isso indica um problema, ativando a resposta imune”, reitera.

Na prática, se um paciente ingere medicação em excesso ou incorreta – incluindo determinados chás para emagrecer e anabolizantes –, o fígado recebe uma sobrecarga, e partes dele morrem. Os médicos procuram manter o paciente vivo até que o órgão se recupere, mas na tentativa de controlar o processo e proteger o organismo, o sistema imune sofre ativação exacerbada, levando a uma resposta inflamatória que aumenta a lesão. Nos casos mais graves, a única solução é o transplante. A descoberta de Pedro Elias Marques serve de alerta para o modo como são tratados os pacientes com esse quadro e propõe uma alternativa medicamentosa.

Fonte: Ana Rita Araújo, Assessoria de Comunicação, UFMG.

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