Notícia

Tratamento do zumbido: pesquisadores usam gerador de som

Terapia acústica pode melhorar qualidade de vida nos casos com e sem perda da audição

Pixabay

Fonte

Brazilian Journal of Otorhinolaryngology

Data

quarta-feira, 5 julho 2017 11:40

Áreas

Otorrinolaringologia. Fonoaudiologia.

O zumbido é uma desordem que acomete cerca de 10 a 15% da população mundial, sendo caracterizado por uma percepção consciente de um som sem que haja ocorrência de uma fonte sonora externa correspondente e pode afetar a qualidade de vida e a percepção de fala do indivíduo.

As relações entre o zumbido e a perda de audição são decorrentes da privação sensorial causada pela perda auditiva, geralmente no nervo coclear, associada a um aumento da atividade neuronal em quase todo o sistema nervoso auditivo central (SNAC) para compensar esse déficit. O aumento na atividade do SNAC caracteriza uma hiperatividade das estruturas nervosas que resulta em um “ruído neural”. Esse ruído, que pode ser codificado pelo próprio sistema nervoso, gera a percepção do zumbido. A terapia acústica é feita com a inclusão de aprimoramento do som na vida diária do indivíduo e visa proporcionar alívio do zumbido, na tentativa de compensar a diminuição na sensibilidade neuronal aferente do SNAC mal adaptado.

Uma das opções da terapia acústica consiste na adaptação do aparelho de amplificação sonora individual (AASI) para diminuir a sensação de zumbido. O gerador de som (GS) é um algoritmo do AASI que funciona como um instrumento facilitador para gerenciar o zumbido de forma isolada ou combinada.

A pesquisadora Andressa Vital Rocha e a Profa. Dra. Maria Fernanda Capoani Garcia Mondelli, da Faculdade de Odontologia de Bauru da Universidade de São Paulo (USP), publicaram um artigo científico na edição de junho do Brazilian Journal of Otorhinolaryngology que teve como objetivo verificar a eficácia do Gerador de Som associado ao aconselhamento no tratamento do zumbido em indivíduos com e sem perda auditiva em relação à melhoria do incômodo por meio do Tinnitus Handicap Inventory (THI) e da Escala Analógica Visual (VAS).

A amostra consistiu em 30 indivíduos de ambos os sexos, divididos em dois grupos: Grupo 1 foi composto por 15 indivíduos com zumbido e audição normal, adaptados ao GS; o Grupo 2 consistiu em 15 indivíduos com queixas de acuidade auditiva e zumbido, adaptado com GS e um aparelho auditivo individual. Ambos os grupos foram submetidos aos seguintes procedimentos: anamnese e história da queixa, Audiometria de Alta Frequência (AAF), imitanciometria, acufenometria com o levantamento de limiares psicoacústicos de Frequência e Altura e aplicação das ferramentas THI e VAS. Todos eles receberam adaptação de aparelho auditivo individual e GS e participaram de uma sessão de aconselhamento. Os indivíduos foram avaliados em três situações: Avaliação Inicial (antes da adaptação do AA e GS), Monitoramento e Avaliação Final (seis meses após a adaptação).

Os resultados mostraram que a comparação do incômodo do zumbido e deficiência nas três fases de avaliação mostrou uma melhoria significativa nos dois grupos. As autoras concluíram que o uso de GS foi igualmente eficaz no tratamento do zumbido nos indivíduos com e sem a perda de audição, causando uma melhoria da perturbação e da deficiência.

Acesse o artigo científico completo.

Fonte: Brazilian Journal of Otorhinolaryngology. Imagem:Pixabay.

 

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