Notícia

Tratamento das fraturas de clavícula com desvio

Estudo encontra resultados funcionais similares em casos com ou sem cirurgia

Wikimedia Commons

Fonte

The Journal of Bone and Joint Surgery

Data

quarta-feira, 26 julho 2017 07:50

Áreas

Ortopedia. Cirurgia. Trauma. Biomecânica.

A clavícula é um osso em forma de “S” que une a cintura escapular ao esqueleto apendicular. A fratura da clavícula pode ocorrer geralmente após uma queda sobre o ombro, queda com a mão espalmada ou após um impacto direto sobre o osso.

O local mais acometido é o terço médio e geralmente é possível observar algum desvio entre as partes fraturadas, assim como pode ocorrer algum grau de fragmentação (cominuição) óssea dependendo da energia do trauma.  O diagnóstico é realizado através do exame clínico e de radiografias que possibilitam avaliar o grau de desvio e desagregação óssea. A partir daí, é realizada a tomada de decisão entre realizar a cirurgia ou não. As principais complicações associadas ao tratamento não-cirúrgico são: pseudoartrose (osso não consolida), encurtamento da cintura escapular, consolidação viciosa (osso “cola” em posição não anatômica) e escápula alada.

Um estudo duplo cego e randomizado sobre fratura na clavícula foi realizado pela equipe do Prof. Dr. Marcel Jun Tamaoki, chefe do grupo de ombro e cotovelo do Departamento de Ortopedia e Traumatologia da Universidade Federal de São Paulo (DOT-Unifesp). O estudo foi publicado na edição do último dia 19 de julho da revista científica The Journal of Bone and Joint Surgery (Am). Foram avaliados 117 pacientes com fratura de clavícula divididos em dois grupos: 59 pacientes no grupo I, cirúrgico, tratados com placa de reconstrução 3,5 mm e 58 pacientes no grupo II, tratados não cirurgicamente com imobilização em “8”. A função do ombro foi mensurada com questionários específicos e escala de dor, retorno ao trabalho e satisfação do paciente, e foram determinados após 6 semanas, 6 meses e 1 ano das intervenções.

Os resultados mostraram que não houve diferença entre os tratamentos quanto à função do membro afetado em ambos os grupos. O único achado relevante foi a menor ocorrência de pseudoatrose no grupo tratado cirurgicamente. Os autores sugerem que essas informações devem ser levadas em consideração na tomada de decisão para a indicação do tratamento.

Acesse o resumo do artigo científico (em inglês).

Fonte: The Journal of Bone and Joint Surgery. Imagem: Wikimedia Commons.

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