Notícia
Tratamento da hipertensão durante a gravidez é seguro e pode reduzir riscos para a mãe
Declaração científica da Associação Americana do Coração afirma que o tratamento pode reduzir o risco de mulher ter hipertensão grave durante a gravidez sem colocar seu filho em perigo
Ryan Franco via Unsplash
Fonte
Associação Americana do Coração
Data
sexta-feira, 17 dezembro 2021 10:10
Áreas
Cardiologia. Medicina. Obstetrícia. Saúde da Mulher.
Nova publicação científica afirma que tratar a hipertensão durante a gravidez é seguro e pode ser útil em limiares mais baixos do que se pensava anteriormente.
“Por décadas, os benefícios do tratamento da pressão arterial para mulheres grávidas não eram claros”, disse a Dra. Vesna D. Garovic, em comunicado à imprensa. Ela liderou um comitê de especialistas que revisou e analisou as pesquisas existentes. “E havia preocupações sobre o bem-estar fetal pela exposição a medicamentos anti-hipertensivos”
Mas a publicação do último dia 15 de dezembro como uma declaração científica da Associação Americana do Coração (AHA, American Heart Association) em sua revista científica Hypertension, afirma que o tratamento pode reduzir o risco de uma mulher ter hipertensão grave sem colocar seu filho em perigo.
A pressão alta, ou hipertensão, durante a gravidez é uma das principais causas de complicações e morte para mães e seus bebês, e aumenta os riscos de doenças cardiovasculares em curto e longo prazo. Também aumenta o risco de parto prematuro e baixo peso ao nascimento.
Entre os países de alta renda, os EUA tem uma das maiores taxas de mortalidade materna por problemas relacionados à hipertensão. As doenças cardiovasculares, incluindo derrame e insuficiência cardíaca, são responsáveis por até metade de todas as mortes maternas nos EUA, onde as hospitalizações por derrame relacionado à gravidez aumentaram mais de 60% de 1994 a 2011.
Nos EUA, a hipertensão durante a gravidez afeta desproporcionalmente mulheres que são negras, índias americanas ou nativas do Alasca.
“Dado o número crescente de casos de hipertensão durante a gravidez, juntamente com complicações relacionadas à hipertensão, o problema se tornou uma crise de saúde pública, especialmente entre mulheres de origens raciais e étnicas diversas”, disse a Dra. Vesna Garovic, professora de Medicina da Clínica Mayo em Rochester, nos Estados Unidos.
Uma declaração científica é uma análise especializada da pesquisa atual e pode informar futuras diretrizes de prática clínica. A publicação foi escrita por especialistas em Obstetrícia e Ginecologia, Medicina Materno-fetal, Cardiologia, Nefrologia, Hipertensão e Medicina Interna.
A hipertensão durante a gravidez é a segunda causa de morte materna em todo o mundo. Os casos graves estão associados a riscos aumentados de complicações relacionadas ao coração para as mães imediatamente após o parto e anos depois. Por causa das preocupações sobre como os medicamentos podem afetar o feto, as diretrizes de tratamento variam.
Desde 2017, a AHA e o American College of Cardiology definiram a pressão arterial elevada na população em geral como uma leitura sistólica (a pressão mais alta) de pelo menos 130 mmHg ou uma leitura diastólica (pressão mais baixa) de pelo menos 80 mmHg.
A maioria das diretrizes em todo o mundo define a pressão arterial elevada durante a gravidez como uma leitura de 140/90. Nos EUA, o American College of Obstetricians and Gynecologists recomenda iniciar o tratamento em 160/110. Outras diretrizes recomendam iniciar o tratamento em 140/90.
O comunicado afirma que as pesquisas mais recentes indicam que o uso de medicamentos para baixar a pressão arterial durante a gravidez não parece prejudicar o desenvolvimento fetal. E prevenir a hipertensão durante a gravidez apoia a saúde materna durante e após a gravidez. Mulheres que têm hipertensão durante a gravidez têm maior probabilidade de desenvolver pressão alta sustentada após a gravidez em uma taxa mais elevada em comparação com aquelas cuja pressão arterial foi normal durante a gravidez.
“Futuros ensaios clínicos são necessários para responder às questões sobre quando começar o tratamento para pressão alta durante a gravidez”, disse a Dra. Garovic. Mas, segundo a pesquisadora, é ‘tranquilizador’ que a revisão abrangente da pesquisa tenha mostrado “evidências emergentes de que o tratamento da pressão alta durante a gravidez é seguro e eficaz e pode ser benéfico em limiares mais baixos do que se pensava”.
A redução da hipertensão arterial grave pode ser particularmente importante em comunidades que carecem de recursos e experiência para responder às emergências de hipertensão, disse o comunicado.
Também reforça pesquisas recentes que sugerem que mudanças no estilo de vida antes e durante a gravidez podem melhorar os resultados maternos e fetais. Por exemplo, mudanças na dieta alimentar antes e durante a gravidez podem limitar o ganho de peso e melhorar os resultados da gravidez. E os exercícios durante a gravidez podem reduzir o risco de hipertensão gestacional em cerca de 30% e de pré-eclâmpsia em cerca de 40%.
Acesse a publicação científica completa (em inglês).
Acesse a notícia completa na Associação Americana do Coração (em inglês).
Fonte: Associação Americana do Coração. Imagem: Ryan Franco via Unsplash.
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