Notícia

Tratamento da Hipertensão Arterial em Octagenários

Pixabay

Fonte

Revista Arquivos Brasileiros de Cardiologia

Data

sexta-feira, 27 janeiro 2017 11:25

Áreas

Saúde Pública. Cuidados com a Saúde.

O envelhecimento, independentemente dos fatores étnicos, sociais e culturais inerentes a cada população, está associado a uma maior probabilidade do aparecimento de doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) secundárias a mudanças morfofisiológicas e funcionais e ao estilo de vida, dentre essas a hipertensão arterial sistêmica (HAS), que é a mais comum em idosos. Sua prevalência aumenta progressivamente com o envelhecimento, e é considerada o principal fator de risco modificável para doenças cardiovasculares na população geriátrica.

Existe uma relação direta e linear da pressão arterial (PA) com a idade, sendo a prevalência de HAS superior a 60% na faixa etária acima de 65 anos. Como a HAS é uma síndrome clínica multifatorial, contar com a contribuição da equipe multiprofissional de apoio ao hipertenso é conduta desejável, sempre que possível. Com a perspectiva de aumento da longevidade da população brasileira, existe pouca informação a respeito do tratamento da HAS nos octagenários.

Um estudo realizado pela Dra. Luciana Muniz Veiga Jardim e colaboradores da Liga de Hipertensão Arterial da Universidade Federal de Goiás (UFG) foi publicado na edição de janeiro de 2017 da revista científica Arquivos Brasileiros de Cardiologia um artigo referente a um estudo que analisou de modo retrospectivo 71 pacientes com idade superior a 80 anos e portadores de HAS (valores de PA inferiores a 140 mmHg para pressão sistólica e inferiores a 90 mmHg para a pressão diastólica) com seguimento médio de 15 anos e acompanhados por uma equipe multiprofissional composta por médicos (cardiologistas, endocrinologistas e nefrologistas), enfermeiros, nutricionistas, fisioterapeutas, professores de educação física, psicólogos e musicoterapeutas. Cada profissional foi responsável pela avaliação e monitoramento de determinados parâmetros como dados antropométricos, medida da pressão arterial e análise de exames laboratoriais, interação e dosagem das medicações em uso, hábitos de vida, tipo de alimentação, associação com outras doenças, comorbidades clínicas e ocorrência de eventos cardiovasculares.

 Os resultados do estudo mostraram que houve uma redução significativa nos valores médios de PA sistólica (157,3 x 142,1 mmHg) e diastólica (95,1 x 77,8 mmHg), com aumento nas taxas de controle da PA entre V1 e Vf (36,6 x 83,1%). O número de drogas anti-hipertensivas se elevou (1,49 x 2,85), com incremento no uso de inibidores de enzima conversora de angiotensina (22,5 x 46,5%), bloqueadores do receptor de angiotensina (4,2 x 35,2%) e bloqueadores dos canais de cálcio (18,3 x 67,6%). Houve uma redução nos valores de colesterol total (217,9 x 191 mg/dl) e LDL colesterol (139,6 x 119,0 mg/dl) e piora da taxa de filtração glomerular (62,5 x 45,4 ml/min).

Os autores concluíram que a intervenção multiprofissional em hipertensos octagenários reduziu a PA e aumentou a sua taxa de controle, com a otimização do tratamento medicamentoso instituído. O estudo foi parcialmente financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás (FAPEG).

Acesse o artigo científico completo.

Fonte: Revista Arquivos Brasileiros de Cardiologia. Imagem: Pixabay.

 

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