Notícia
Transmissão da COVID-19 pode ser influenciada pelas regras de compatibilidade sanguínea
Modelos mostram que as regras de transfusão de sangue podem ser importantes para compreender as possibilidades de disseminação da COVID-19
Pixabay
Fonte
Universidade de Kent
Data
quarta-feira, 24 março 2021 10:15
Áreas
Epidemiologia. Hematologia. Saúde Pública.
Evidências acumuladas em todo o mundo mostram que o tipo de sangue afeta o risco de infecção por SARS-CoV-2, com o tipo O de sangue sendo menos suscetível e os tipos de sangue não O mais suscetíveis. Os resultados de um novo modelo de dados do Dr. Peter Ellis, professor de Genética Molecular e Reprodução na Escola de Biociências da Universidade de Kent, no Reino Unido, revela que a explicação mais provável é que a infecção por SARS-CoV-2 se comporta de forma semelhante a uma transfusão de sangue.
“Evidências sugerem globalmente que indivíduos com sangue do Tipo O são menos propensos a contrair [o vírus da] COVID-19 do que aqueles com tipos de sangue não O, no entanto, a magnitude desta diferença varia substancialmente entre as regiões. Usando informações de todo o mundo, nosso modelo de dados mais recente indica que a infecção por SARS-CoV-2 se comporta de maneira semelhante a uma transfusão de sangue e que os pacientes infectados têm 2 a 3 vezes mais probabilidade de transmitir o vírus a alguém com quem são compatíveis em termos de sangue”, disse o professor Peter Ellis.
“Isso explica por que as pessoas do Tipo O têm menor risco de infecção. Assim como eles rejeitam transfusões de sangue de tipos não-O, eles podem rejeitar partículas de vírus de um paciente com sangue não-O, escapando assim da infecção. No entanto, os indivíduos com sangue Tipo O são doadores universais, podem dar sangue a qualquer pessoa. Da mesma forma, uma vez infectados, eles também são capazes de infectar outros de qualquer tipo sanguíneo. Por outro lado, aqueles com sangue Tipo A (o tipo não-O mais comum no Reino Unido) são mais propensos a pegar o vírus e menos propensos a transmiti-lo”, continuou o pesquisador.
‘”Esses efeitos de transmissão também significam que as diferenças na frequência dos tipos de sangue podem explicar parcialmente as variações na gravidade da epidemia em todo o mundo, já que os países com uma diversidade maior de grupos sanguíneos apresentarão barreiras naturais à circulação do vírus”, destacou o pesquisador.
“Diante disso, a Escola de Biociências da Universidade de Kent examinou se seria útil priorizar a vacinação com base no tipo de sangue. Crucialmente, foi descoberto que priorizar pessoas que podem transmitir mais (Tipo O) ou as mais vulneráveis (Tipo A) reduz a eficácia geral da campanha para reduzir as infecções. Nossa conclusão é que priorizar qualquer tipo de sangue para vacinação é pior do que escolher aleatoriamente. A crescente percepção de que “Tipo O significa que você tem baixo risco” não é uma conclusão segura para o grande público. Ser Tipo O pode significar que você está pessoalmente um pouco mais seguro, mas você representa um risco maior para outras pessoas enquanto permanecer não vacinado.
Os resultados do estudo foram publicados na revista científica Epidemics.
Acesse o artigo científico completo (em inglês).
Acesse a notícia completa na página da Universidade de Kent (em inglês).
Fonte: Sam Wood, Universidade de Kent. Imagem: Pixabay.
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