Notícia

Tomografia por coerência óptica possibilita melhor visualização de tecidos biológicos in vivo

Fonte

Tech4Health

Data

quinta-feira, 17 setembro 2015 21:10

Áreas

Diagnóstico por Imagens.

A tomografia por coerência óptica (TCO) é uma modalidade não invasiva de diagnóstico por imagem, que permite melhor visualização e análise da microestrutura interna dos tecidos biológicos. É análoga à ultrassonografia, porém permite a geração de imagens em 3D através de medidas na espera do tempo-eco ou luz infravermelha refletida em vez das ondas de som. A velocidade elevada da propagação da luz torna difícil a medida eletrônica e a TCO faz com que a onda de luz seja dividida numa parte para o tecido alvo e a outra para um espelho referência. Com isso, a luz refletida do tecido é combinada com a luz refletida do espelho e a TCO permite a mensuração da intensidade dessas duas ondas.

Na verdade, a TCO funciona como uma biópsia óptica, que fornece informação in situ e em tempo real com imagens em alta resolução (<10 microns no corte axial). A atenuação da luz através do tecido é influenciada pelas propriedades do material biológico tecidual, sendo uma função exponencial da espessura. O sistema da OCT usa a interferometria de baixa coerência óptica (luz Diodo 830nm) para produzir imagens, que definem as diferentes camadas que compõem os tecidos, à semelhança de um corte histológico, em tempo real, com uma resolução de até 3 microns.

A maior parte das publicações científicas sobre TCO (75%) estão na área da oftalmologia, onde foi utilizada pela primeira vez na retina em 1993. A principal característica deste exame é a capacidade excepcional de definição dos tecidos e suas alterações morfológicas, o que tem contribuído para ampliar os conhecimentos sobre inúmeras patologias, em especial as que envolvem a retina central e a papila do nervo óptico. A alta resolução das imagens obtidas em segundos e, sem contato direto com o olho, são algumas das vantagens do método. Sua alta sensibilidade permite diagnosticar, precocemente, mesmo as lesões retinianas mais difíceis de serem detectadas pela oftalmoscopia ou pela retinografia digital, ultrassonografia e ressonância magnética. Recentemente, pesquisadores utilizaram a TCO para detectar e monitorar pequenos tumores oculares, como o retinoblastoma, o mais comum tumor intraocular na infância. Acesse o artigo científico completo, publicado na Revista Brasileira de Oftalmologia (vol.74, n.5) de 2015.

Na última década, com o aperfeiçoamento tecnológico, houve uma expansão das aplicações para outros campos como: ortopedia, cardiologia, dermatologia e gastroenterologia. Na área ortopédica, a TCO tem sido usada para avaliar lesões cartilaginosas e tendinosas através da detecção de espessamentos, fibrilações e fibrose ocasionada pela desorganização tecidual do colágeno e da superfície da cartilagem hialina. Recentemente, pesquisadores do Instituto de Tecnologia da Califórnia e da Universidade da Califórnia do Sul, nos Estados Unidos, utilizaram a TCO em um estudo de avaliação das camadas dos tendões do ombro. Veja o artigo completo, publicado na revista científica Orthopedics (vol.38, n.9, setembro de 2015), em inglês.

A TCO desponta como uma ferramenta complementar valiosa, sendo importante para a detecção precoce de lesões teciduais, planejamento terapêutico e monitoramento de pequenos tumores oculares. No entanto, ainda não é possível substituir os exames tradicionais como a ultrassonografia e a ressonância magnética pela TCO.

Fonte: Tech4Health.

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