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Terapia inovadora para vários tipos de câncer desenvolvida na Universidade de Coimbra está em fase de testes clínicos

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Fonte

Universidade de Coimbra

Data

quinta-feira, 30 julho 2015 19:20

Áreas

Farmacologia. Química Medicinal.

Vários estudos e experiências realizadas em ratos, entre 2011 e 2014, provaram a eficácia da molécula Redaporfin, descoberta na Universidade de Coimbra (UC), Portugal, para o tratamento de vários tipos de câncer através de terapia fotodinâmica, uma terapia inovadora que permite eliminar as células cancerígenas de forma precisa.

Nos ensaios realizados, 86% dos ratos com tumores diversos que foram tratados com esta tecnologia, seguindo exigentes protocolos de segurança, ficaram curados e não se observaram efeitos secundários como acontece com os tratamentos convencionais, como a quimioterapia.

O estudo, que acaba de ser publicado na revista científica European Journal of Cancer, demonstrou igualmente uma taxa de reincidência da doença muitíssimo baixa, revelando a eficácia do fármaco.

Os testes realizados nos modelos animais serviram de base para a arquitetura do plano dos ensaios clínicos que a empresa Luzitin realiza em doentes com câncer avançado da cabeça e do pescoço. O mais notável destes testes é que “previram com rigor quando é que a resposta ao tratamento iria surgir, com que doses e em que circunstâncias seriam obtidos os efeitos terapêuticos no doente. Estas previsões estão sendo confirmadas nos ensaios clínicos em curso”, sublinha o Prof. Dr. Luis Arnaut, diretor de Química Medicinal deste projeto.

Modelo da molécula Redaporfin

Esta confirmação é excecional porque, explica o pesquisador da UC, “considerando que são realidades muito distintas, na grande maioria dos estudos muito do conhecimento adquirido nos testes em animais não é confirmado nos humanos. Mas neste caso foi possível chegar à dose adequada para obter resultado terapêutico nos doentes sem efeitos adversos, como previsto”.

Com os ensaios com pacientes oncológicos em hospitais de Portugal sendo realizados até ao final do ano, os resultados agora conhecidos e validados cientificamente “fundamentam a expectativa que a terapia fotodinâmica com a molécula Redaporfin se revele mais eficaz que as terapêuticas convencionais”, salienta o Dr. Luís Arnaut.

Uma grande parte do desenvolvimento está realizada e, por isso, o professor acredita que este fármaco, o primeiro fármaco português para tratamentos oncológicos, poderá estar no mercado “dentro de três a quatro anos”. A investigação, iniciada há mais de uma década, envolve perto de quatro dezenas de investigadores, dos grupos do Dr. Luis Arnaut e da Dra. Mariette Pereira da Universidade de Coimbra, da empresa Luzitin (criada para desenvolver este projeto) e de uma equipa de médicos.

A terapia fotodinâmica com Redaporfin permite combater de forma muito eficaz as células cancerígenas. A face mais inovadora deste tratamento, conclui o também docente do Departamento de Química da UC, “é o facto de a terapia estimular o sistema imunológico do paciente, ou seja, a terapia limita o processo de metastização do tumor. Simplificando, o sistema imunológico fica de alerta e ativa a proteção anti-tumoral contra o mesmo tipo de células cancerígenas em outras partes do organismo.”

Parceria entre Universidade e empresa

A Luzitin foi fundada pela Bluepharma e inventores da Redaporfin em 2010, realizou os estudos de pré-clínicos para obter autorização para a realização de ensaios clínicos com a Redaporfin e, desde 2014, está realizando em Portugal um ensaio clínico de fase I/II em pacientes com câncer avançado da cabeça e pescoço. A Luzitin é financiada pela Bluepharma e pela Portugal Ventures.

Fonte: Universidade de Coimbra. Imagem: Divulgação.

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