Notícia

Tecnologia não-invasiva para lentes de contato e óculos promete tratar o glaucoma

Purdue Research Foundation

Fonte

Universidade Purdue

Data

quarta-feira, 7 junho 2017 18:50

Áreas

Engenharia Biomédica. Oftalmologia. Inovação Tecnológica. Glaucoma.

Lentes de contato com um traço de ouro e um par de óculos especialmente equipados poderão ser usados como terapia não invasiva e personalizada para tratar e prevenir a pressão intraocular elevada em pacientes com diagnóstico de glaucoma. A tecnologia, um dispositivo de neuro-modulação vestível, está sendo desenvolvida pela empresa Bionode LLC, uma startup que nasceu na Universidade Purdue, nos Estados Unidos.

A tecnologia foi desenvolvida no Centro Purdue para Dispositivos Implantáveis ​​pelo Dr. Pedro Irazoqui, professor de engenharia biomédica e engenharia elétrica e de computação. O Dr. Pedro atua como diretor de tecnologia da Bionode. A empresa foi co-fundada também pelo Dr. Murray Firestone, atual CEO da Bionode.

“O glaucoma é a segunda maior causa de cegueira no mundo, atrás apenas da catarata. A pressão intraocular é causada quando o olho produz muito fluido no humor aquoso ou o olho não o drena adequadamente. A pressão então aumenta. Ao longo do tempo, essa pressão danifica o nervo óptico e, em última análise, resulta em cegueira“, disse o Dr. Murray. “Os tratamentos atuais para o glaucoma sofrem de sérias limitações quanto à aceitação pelo paciente, efeitos colaterais e eficácia. Existe a necessidade de um tratamento não invasivo e efetivo para o glaucoma que resolva essas questões“.

A tecnologia da Bionode utiliza uma lente de contato e um par de óculos. “Tudo o que fizemos para a lente de contato foi adicionar um único traço de ouro. Esse traço de ouro recebe um campo eletromagnético que transmitimos de um par de óculos especialmente equipado para converter o campo em uma corrente. A corrente é então entregue a uma parte muito específica da anatomia do olho para alcançar a terapia desejada“, disse o Dr. Irazoqui. “Nosso dispositivo pode estimular eletricamente os músculos ao redor do canal de Schlemm para diminuir a resistência ao fluxo do fluido e, assim, diminuir a pressão. Não há cirurgia, a tecnologia não é invasiva, é apenas uma lente de contato que você usa com um par de óculos, em cerca de cinco minutos você pode voltar às atividades normais e não tem efeitos colaterais conhecidos”, acrescenta o pesquisador.

O Dr. Irazoqui disse que a plataforma Bionode supera as limitações dos tratamentos existentes.

“Os tratamentos atuais para o glaucoma incluem colírios que apresentam efeitos colaterais e baixa aceitação pelo paciente e, eventualmente, deixam de funcionar. Existe a opção de cirurgia ocular a laser que você pode fazer um número máximo de vezes e, ainda, há um procedimento que pode provocar riscos elevados de infecção. Além disso, todos esses métodos demoram cerca de três meses para alcançar os resultados esperados”, disse ele. “A maioria dos pacientes que optam por essas soluções tem perda visual em cerca de 10 a 15 anos e entre 15 e 20 anos ficam cegos. A plataforma Bionode poderá se transformar no tratamento de primeira linha para pacientes com glaucoma”. A empresa Bionode está trabalhando para realizar um teste clínico de 100 pacientes para demonstrar a durabilidade e eficácia de sua plataforma.

“Atualmente, temos protótipos funcionais e estamos buscando US$ 1,5 milhão para financiar um ensaio clínico humano completo. Nós nos juntamos com uma oftalmologista de renome internacional que possui dois institutos de oftalmologia, um em Madri e um em Barcelona, na Espanha”, explica o Dr. Pedro Irazoqui. “Nosso objetivo é completar este ensaio clínico, solicitar a aprovação da Marca CE e requerer aprovação da FDA nos Estados Unidos”.

O Dr. Murray Firestone acrescentou que, no futuro, a empresa Bionode também pode analisar a funcionalidade de suas plataformas no transtorno de estresse pós-traumático, incontinência urinária, distúrbios gástricos e muito mais.

Assista ao vídeo de apresentação da tecnologia (em inglês, com possibilidade de legendas automáticas em português):

Fonte: Universidade Purdue. Imagem: Purdue Research Foundation.

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