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Tecnologia inovadora usa inteligência artificial para detectar apneia do sono
Prevalência da Apneia Obstrutiva do Sono aumenta com a idade e afeta mais de um em cada cinco indivíduos na população adulta geral – particularmente homens e aqueles que estão acima do peso
A Síndrome da Apneia Obstrutiva do Sono é caracterizada por paradas na respiração que duram 10 segundos ou mais durante a noite e reduzem os níveis de oxigênio no sangue. A síndrome causa fadiga e sonolência durante o dia, o que pode levar a ineficiência e acidentes durante o trabalho. A apneia do sono também aumenta o risco de desenvolver diabetes e doenças cardiovasculares.
Em estudo conduzido pelo Dr. Joachim Behar, membro da Faculdade de Engenharia Biomédica do Instituto de Tecnologia de Israel (Technion), uma nova e promissora tecnologia que usa inteligência artificial foi testada para detectar a ocorrência da apneia do sono. As descobertas da equipe de pesquisa foram publicadas na revista científica EClinicalMedicine. “A apneia do sono pode ser tratada de forma eficaz, mas muitos sofrem sem diagnóstico”, alertou o professor Behar.
A tecnologia usada para diagnosticar a síndrome em laboratórios do sono, chamada polissonografia, registra as ondas cerebrais e o nível de oxigênio no sangue, bem como a freqüência cardíaca, a respiração e os movimentos dos olhos e das pernas durante o sono. Embora a polissonografia seja eficaz no diagnóstico da doença, ela não é amplamente disponível por causa de seus custos. O diagnóstico de apneia também pode ser realizado com equipamentos de monitoramento domiciliar, embora essa opção não seja gratuita, nem seja facilmente acessível à população em geral em risco. Métodos diagnósticos com custo inferior, baseados em questionários e morfologia respiratória, não são suficientemente precisos.
A tecnologia que o Dr. Behar e sua equipe desenvolveram baseia-se em dados de 887 indivíduos da população adulta geral em São Paulo, Brasil (Banco de dados do estudo de coorte do Estudo Epidemiológico do Sono de São Paulo – EPISONO). A tecnologia recebeu esses dados e, usando inteligência artificial, conseguiu diferenciar entre os que sofrem de apneia e aqueles que não têm a síndrome.
O diagnóstico foi feito com base na integração de biomarcadores obtidos dos pacientes que incluem saturação de oxigênio (oximetria de pulso) durante o sono, informações demográficas (como idade, altura e peso) e informações antropométricas, como a dimensão do pescoço. O sistema conseguiu identificar com sucesso todos os casos clínicos importantes de apneia do sono média ou grave. Questionários padronizados de diagnóstico de apneia do sono, por comparação, perderam mais de 15% dos casos graves. O uso da oximetria de pulso detectou apenas todos os casos graves, mas não identificou alguns dos casos médios de apneia.
“Isso significa que o modelo que desenvolvemos é uma ferramenta confiável e eficaz para identificar a apneia do sono em grandes populações”, afirmou o Dr. Behar. No futuro, com o desenvolvimento de uma aplicação móvel adequada, o modelo tornará possível para qualquer pessoa com um relógio ou pulseira inteligente que inclua um oxímetro realizar um autoexame preciso para a apneia do sono ”.
O modelo desenvolvido pela equipe é chamado OxyDOSA e está disponível para pesquisadores.
O professor adjunto Joachim Behar chefia o Laboratório de Inteligência Artificial em Medicina (AIMLab) na Faculdade de Engenharia Biomédica do Technion. A pesquisa do AIMLab está focada no uso da inteligência artificial na medicina dentro do contexto da análise fisiológica de séries temporais gravadas a partir de monitores portáteis e dispositivos vestíveis. Participaram do estudo os pesquisadores do Departamento de Psicobiologia da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp): Silverio Garbuio, Dra. Fabíola Rizzatti, Dra. Lia Bittencourt e Dr. Sérgio Tufik.
Acesse o modelo OxyDOSA (em inglês).
Acesse o artigo científico completo (em inglês).
Acesse a notícia completa na página do Technion (em inglês).
Fonte: Instituto de Tecnologia de Israel. Imagem: Freepik.
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