Notícia
Tecnologia genética possibilita inovações na área da saúde
Sistema permite mapear o genoma e editar o DNA
Fonte
Revista Fapesp e Nature
Data
quinta-feira, 28 julho 2016 11:30
Áreas
Genética. Imunoterapia. Oncologia. Biotecnologia. Biologia Celular e Molecular.
O Sistema CRISPR-Cas9, que significa Conjunto de Repetições Palindrômicas Regularmente Espaçadas, promete abalar vários aspectos na área da saúde. Trata-se de uma proteína guiada por uma molécula de RNA que corta as fitas de DNA em pontos específicos e ativa vias de reparo e funciona com uma proteína associada, a Cas. A CRISPR-Cas9 pode ser inserida em células usando vírus, bactérias ou por meio de injeções de DNA nas fases iniciais de um embrião. Nesse sistema, uma molécula de RNA sintetizada especialmente serve de guia para atingir o gene que se pretende modificar.
Dentre as possíveis aplicações, destacam-se: 1) o mapeamento genômico e funcional; 2) tratamento de doenças infecciosas com bloqueio da proliferação de patógenos; 3) correção de desordens genéticas; 4) utilização em modelos celulares e animais. Essa técnica poderá ampliar o espectro de atuação na área da terapia gênica, terapia celular e imunoterapia.
No Brasil, vários pesquisadores e centros de pesquisa vêm utilizando essa tecnologia, como por exemplo o biólogo Jayme de Souza Neto da Universidade Estadual Paulista (Unesp), que aplicou a técnica no mosquito Aedes Aegypti em estudo para o combate à transmissão da dengue. Ele comparou os RNAs transcritos de mosquitos infectados e resistentes ao vírus em populações naturais em Botucatu, interior paulista, e Neópolis, em Sergipe, e identificou genes que podem estar ligados à resistência. A ideia consiste em ocasionar mutações em determinados genes dos mosquitos e assim produzir resistência contra a infecção (dengue). A geneticista Maria Rita Passos Bueno, do Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo (IB-USP), também aposta na edição do DNA para estudar doenças humanas como a fissura do lábio palatino, conforme reportagem na edição de fevereiro de 2016 da Revista Fapesp.
Acesse a reportagem da Revista Fapesp.
No entanto, a primeira aplicação do sistema CRISPR-Cas9 em pesquisas humanas será realizada por pesquisadores chineses liderados pela oncologista Lu You da Sichuan University’s West China Hospital em Chengdu. Serão selecionados para o tratamento pacientes portadores de câncer de pulmão, que não obtiveram melhora com terapias tradicionais como a quimioterapia e a radioterapia. A fase I do estudo envolverá a utilização de terapia com o sistema CRIPR-Cas9 que bloqueará a atuação de genes específicos com diferentes dosagens, monitorando os efeitos ocasionados na resposta imunológica do hospedeiro e os danos colaterais, através de marcadores sanguíneos. Este estudo foi divulgado no último dia 21 de julho pela revista científica Nature.
Acesse a matéria da Revista Nature (em inglês).
No entanto, a aplicação do sistema CRISPR-Cas9 em humanos ainda necessita de maiores evidências científicas para se constatar sua real eficácia, assim como validar as entidades responsáveis do ponto de vista bioético.
Fonte: Revista Fapesp e Nature.
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