Notícia
Tatuagem temporária monitora níveis de glicose
Novo biossensor de baixo custo monitora valores da glicose no fluido intersticial
Divulgação, UCSD
Fonte
Universidade da Califórnia em San Diego
Data
sexta-feira, 29 maio 2015 18:10
Áreas
Bioeletrônica. Biossensores.
Pesquisadores da área de nanotecnologia da Universidade da Califórnia em San Diego (UCSD) desenvolveram um novo tipo de biossensor: uma tatuagem temporária que extrai e mede os valores da glicose no fluido entre as células da pele (fluido intersticial). O dispositivo, flexível e de fácil colocação, pode ser um passo promissor para o teste não-invasivo de glicose em pacientes diabéticos.
O sensor foi desenvolvido e testado pela estudante Amay Bandodkar e colegas no laboratório do Prof. Dr. Joseph Wang no Departamento de Nanoengenharia, Centro para Sensores Wearable da Escola de Engenharia da UCSD. Bandodkar disse que essa tatuagem “prova-de-conceito” pode viabilizar o caminho para outras aplicações, tais como a detecção de outros metabólitos importantes no corpo ou infusão de medicamentos através da pele.
Atualmente, a tatuagem não fornece leituras que permitam ao paciente monitorar a sua glicose, mas esta funcionalidade está sendo desenvolvida por engenheiros eletrônicos e da computação da UCSD. “As leituras podem eventualmente ser enviadas via Bluetooth diretamente para o médico do paciente em tempo real ou podem ser armazenadas na nuvem”, disse Bandodkar.
A equipe de pesquisa também está pesquisando maneiras de fazer a tatuagem durar mais tempo, mantendo seu baixo custo. “Atualmente, o biossensor na tatuagem tem vida útil de um dia. Mas são extremamente baratos – alguns centavos de dólar apenas – e portanto pode ser substituído sem muito custo para o paciente “.
O Centro “prevê o uso desses sensores de glicose na forma de tatuagem para monitorar continuamente os níveis de glicose de grandes populações em função de seus hábitos alimentares“, disse Bandodkar. Os dados destas populações poderiam ajudar os pesquisadores a saber mais sobre as causas e prevenção potencial do diabetes, que afeta centenas de milhões de pessoas e é uma das principais causas de morte e incapacidade em todo o mundo.
Em seu artigo na revista científica Analytical Chemistry, Wang e colegas descrevem o dispositivo flexível, que consiste de eletrodos cuidadosamente estampados em papel, representando uma “tatuagem temporária”. Uma corrente eléctrica muito pequena é aplicada na pele durante 10 minutos, obrigando os íons de sódio no fluido intersticial a migrar na direção dos eletrodos da tatuagem. Estes íons transportam moléculas de glicose que também são encontradas no fluido. Um sensor incorporado na tatuagem, em seguida, mede a intensidade da carga elétrica produzida pela glicose para determinar os níveis de glicose da pessoa.
“A concentração da glicose extraída pelo dispositivo de tatuagem não invasivo é quase cem vezes mais baixa do que o correspondente nível de glicose no sangue humano (glicemia),” explicou Bandodkar. “Portanto, tivemos de desenvolver um sensor de glucose altamente sensível para poder detectar tais níveis baixos de glicose com elevada seletividade.”
Um dispositivo semelhante chamado GlucoWatch, da empresa Cygnus Inc., foi comercializado em 2002, mas a comercialização do dispositivo foi interrompida porque causava irritação na pele. O biossensor na tatuagem evita esta irritação, utilizando uma corrente eléctrica inferior para extrair a glicose.
Wang e colegas aplicaram a tatuagem em sete homens e mulheres, com idades entre 20 e 40 anos e sem histórico de diabetes. Nenhum dos voluntários relatou sentir desconforto durante o teste com a tatuagem, e apenas algumas pessoas relataram sentir um leve formigamento nos primeiros 10 segundos do teste.
Um dos testes do biossensor foi feito em laboratório após uma refeição rica em carboidratos. Os pesquisadores relatam que o dispositivo detectou o pico de glicose tão bem quanto um sensor de glicose tradicional.
Fonte: Ioana Patringenaru, Universidade da Califórnia em San Diego.
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