Notícia
Startup Scinntech, IPT e InCor se reúnem para criar solução vestível para captação de sinais de ECG
Parceria permitirá tecnologia inovadora de sensores vestíveis para eletrocardiograma
Divulgação, IPT
Fonte
IPT | Instituto de Pesquisas Tecnológicas
Data
quarta-feira, 4 março 2020 07:35
Áreas
Bioeletrônica. Cardiologia. Engenharia Biomédica. Processamento de Sinais.
Eletrodos cardíacos são sensores que captam a atividade na superfície de pele e fornecem informações sobre os batimentos do coração no exame conhecido como eletrocardiograma (ECG). A startup Scinntech (que está incubada no Cietec), o Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo (IPT) e a Divisão de Bioengenharia do Instituto do Coração (InCor) do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de Sâo Paulo (HC-FMUSP) estão juntos em um projeto para criar uma solução vestível (manta) destinada à aquisição destes sinais biomédicos em ECGs.
A colaboração entre o Laboratório de Micromanufatura do IPT e o grupo do InCor teve início em 2016 com a ideia de desenvolver uma veste com cerca de 64 eletrodos; posteriormente, a Scinntech entrou no projeto e alterou o objetivo preliminar: partiu-se para a integração de uma manta vestível com captação de dados e Internet das Coisas (IoT), sob a premissa de uma tecnologia inovadora de sensores.
O escopo do projeto está concentrado no desenvolvimento dos sensores e na sua integração com a manta a ser vestida pelos pacientes, com base na tecnologia de eletrônica flexível. “Estão em avaliação os materiais que poderão ser utilizados. Toda a infraestrutura para o desenvolvimento dos protótipos já está disponível no IPT: a ‘estrela’ é uma impressora serigráfica semiautomatizada de alta precisão – de uma forma simplificada, é como produzir uma camiseta por meio do processo de impressão. Para o projeto, isso será feito por meio da deposição de pastas (tintas) com propriedades elétricas”, explica o Dr. Mario Ricardo Gongora Rubio, pesquisador do Laboratório de Micromanufatura do IPT.
O paciente recebe em um exame habitual uma quantidade de eletrodos que o conectam, através de cabos, ao eletrocardiógrafo. Os dispositivos captam os sinais elétricos do coração, e estes são processados e registrados em gráficos. “A proposta do projeto é criar uma manta na qual estarão ‘impressos’ os eletrodos e as trilhas, incluindo uma eletrônica embarcada para fazer a transmissão dos sinais via Bluetooth a serem recuperados no computador”, afirma o Dr. Houari Cobas, coordenador do projeto e CEO da Scinntech.
A duração do projeto será de nove meses. A Scinntech irá executar a produção dos eletrodos: eles devem ser flexíveis e, para isso, serão produzidos a partir de pastas poliméricas condutoras a serem depositadas sobre o substrato (no caso, a manta) por serigrafia.
“As pastas que serão usadas na máquina serigráfica são condutoras. Os sensores e as trilhas ‘impressos’ com elas não poderão se romper: ao esticar o tecido da manta em que os eletrodos e condutores serão colocados, eles precisam se manter intactos”, afirma a Dra. Luciana Wasnievski Ramos, pesquisadora-associada da Scinntech. “É um requisito fundamental para manter a estabilidade da condução elétrica e o envio contínuo dos sinais durante a execução do eletrocardiograma”.
Benefícios
Para conhecer os problemas enfrentados durante a execução de um exame de eletrocardiograma e as contribuições que os envolvidos esperam, o Dr. Houari Cobas entrevistou médicos, enfermeiros e técnicos: um dos principais problemas mencionados se refere aos cabos que conectam os eletrodos ao eletrocardiógrafo. Quando eles se movimentam, são conectados de modo errôneo ou se rompem, a qualidade do sinal é comprometida e, consequentemente, o próprio diagnóstico.
A conexão física entre o paciente e o aparelho chega até mesmo a dificultar a mobilidade – algumas pessoas chegam a permanecer no hospital por períodos mais longos, e uma solução sem fios traria mais conforto para o exame.
“Uma das principais vantagens da solução vestível será a possibilidade de colocar um número maior de eletrodos. O InCor quer monitorar algumas doenças cardiovasculares que necessitam de um maior número de sensores para um diagnóstico mais preciso – com a menor quantidade de eletrodos nos exames feitos habitualmente hoje, dificulta-se o diagnóstico de algumas doenças cardiovasculares”, explica o Dr. Cobas. Uma das opções disponíveis atualmente é o mapeamento de biopotenciais em alta densidade do torso, mas o alto custo dificulta a sua difusão.
Financiamento
O projeto, que teve início no mês de novembro de 2019, foi um dos 43 aprovados no primeiro ciclo do 2018 do PIPE (Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas) da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), um programa de apoio à execução de pesquisa científica e/ou tecnológica em micro, pequenas e médias empresas no estado de São Paulo.
O IPT irá atuar como colaborador técnico do trabalho, o InCor com dois pesquisadores e a Scinntech com o coordenador do projeto, uma pesquisadora-associada e três bolsistas, das áreas de Engenharia Informática, TI e Automação e Controle. Para o Laboratório de Micromanufatura, a importância do projeto reside na capacitação relacionada às áreas de eletrônica e dos eletrodos flexíveis, além de contribuir com o desenvolvimento de startups de perfil deeptech e hardtech, o que está alinhado com a iniciativa IPT Open Experience.
Acesse a notícia completa na página do IPT.
Fonte: Instituto de Pesquisas Tecnológicas. Imagem: Divulgação, IPT.
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