Notícia
Startup da UFRJ desenvolve biotecidos pulmonares a partir de células humanas
Iniciativa pode ajudar a entender o mecanismo de entrada do Sars-CoV-2 nas células
Divulgação, Coppe/UFRJ
Fonte
UFRJ | Universidade Federal do Rio de Janeiro
Data
quinta-feira, 26 agosto 2021 14:50
Áreas
Bioengenharia. Biologia. Biotecnologia.
A startup Gcell Cultivo 3D, oriunda da Incubadora de Empresas do Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Coppe/UFRJ), está desenvolvendo uma plataforma automatizada para fabricar biotecidos 3D a partir de células pulmonares humanas. A expectativa é de que a plataforma possa subsidiar estudos voltados para entender o mecanismo de entrada do Sars-CoV-2 no organismo, atendendo tanto pesquisadores quanto indústria farmacêutica.
De acordo com a biomédica Dra. Leandra Baptista, fundadora científica e pesquisadora da Gcell, para desenvolver em laboratório um tecido de pulmão 3D é necessário utilizar uma plataforma para plaquear, ou seja, identificar e separar os diferentes tipos de células que compõem um tecido natural, e depositar as que interessam no local adequado, de forma a obter a estrutura tridimensional.
“Durante esse processo de recriação de um tecido, é preciso organizar as células que estão em suspensão para podermos fazer a combinação necessária para gerar o novo tecido”, afirmou a Dra. Leandra, que também é professora de Ciências Biológicas da UFRJ.
Com apoio da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e acordo de cooperação técnico-científica com o Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro), a iniciativa contou com uma importante infraestrutura – equipamentos básicos de manutenção do cultivo de células e plataforma automatizada de pipetagem. A partir do acesso à plataforma do Inmetro, foi desenvolvido um protocolo que agora torna possível formar os tecidos tridimensionais. De acordo com a biomédica da Gcell, a produção será automatizada e em larga escala.
“Com a plataforma, é possível uma única placa de cultivo formar centenas desses tecidos, podendo chegar, em único dia, a milhares de tecidos construídos de forma tridimensional”, ressaltou a Dra. Leandra.
O próximo passo, considerado ainda mais complexo, é a bioimpressão de um pulmão. De acordo com Leandra, o processo é realizado a partir de centenas de miniaturas dos tecidos de, aproximadamente, 300 micrômetros cada. As células são tratadas para que, ao serem agrupadas, formem os tecidos pulmonares idênticos ao de um ser humano. No futuro, tais tecidos terão que ser configurados para gerar um pulmão com formato bem próximo ao real.
Análises por microscopia eletrônica dos cultivos celulares tridimensionais já foram realizadas no Laboratório de Ultraestrutura Celular Hertha Meyer da UFRJ, coordenado pelo Dr. Wanderley de Souza, professor do Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho (IBCCF). Agora, os pesquisadores deram início aos estudos da interação com o vírus para que se possa substituir gradativamente o modelo de células em monocamada pelo modelo tridimensional com células pulmonares, que é mais próximo da realidade do pulmão. O professor diz que durante os testes iniciais, utilizando os tecidos tridimensionais, no Laboratório de Ultraestrutura Celular do Instituto de Biofísica e no Centro Nacional de Biologia Estrutural e Bioimagens (Cenabio), da UFRJ, já foi possível constatar que o Sars-CoV-2 infecta as células, causando lesões.
Acesse a notícia completa na página da UFRJ.
Fonte: Coppe/UFRJ. Imagem: A partir de uma única placa de cultivo, é possível formar centenas de tecidos: próxima etapa é bioimpressão de um pulmão. Fonte: Divulgação, Coppe/UFRJ.
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