Notícia

Sonda para detecção de tumores melhora cirurgia gastrointestinal

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Fonte

Universidade de Roma Sapienza

Data

terça-feira, 1 agosto 2023 14:50

Áreas

Bioengenharia. Biologia. Cirurgia. Engenharia Biomédica. Física Médica. Gastroenterologia. Medicina. Medicina de Precisão. Oncologia. Radiologia. Saúde Pública. Teranóstica.

Uma equipe conjunta de médicos e pesquisadores do Instituto Europeu de Oncologia (IEO), do Instituto Nacional de Física Nuclear da Itália (INFN) e da Universidade de Roma Sapienza, na Itália – coordenada pelo Dr. Emilio Bertani, cirurgião da Divisão de Cirurgia do Aparelho Digestivo e Diretor da Unidade de Cirurgia de Tumores Neuroendócrinos do IEO, e pelo Dr. Francesco Ceci, Diretor da Divisão de Medicina Nuclear do IEO – demonstrou com um estudo clínico que o uso de uma sonda inovadora de ‘descoberta de tumores’ melhora a eficácia da cirurgia de tumores neuroendócrinos gastrointestinais.

A sonda em estudo é uma ferramenta inovadora capaz de detectar pósitrons, partículas emitidas por radiofármacos como os comumente usados ​​para fazer diagnósticos em tomografia PET. O dispositivo, desenvolvido pelo INFN e pela Universidade de Roma Sapienza, demonstrou alta sensibilidade na identificação de células tumorais marcadas com um radiofármaco específico para tumores neuroendócrinos. Essa capacidade torna a sonda eficaz em guiar a mão do cirurgião exatamente ao local da lesão, por mais microscópica ou de difícil localização que seja. O estudo realizado no IEO entre maio de 2022 e abril de 2023 em 20 pacientes demonstrou que a nova sonda é capaz de revelar os locais da doença com sensibilidade e especificidade de 90%.

Graças ao uso da sonda, as operações cirúrgicas, tanto tradicionais quanto robóticas, serão mais precisas e conservadoras, pois será possível detectar com grande precisão a presença de tecidos a serem removidos, evitando remoções desnecessárias. Em resumo, o procedimento envolve a injeção de uma dose mínima de radiofármaco específico para tumores neuroendócrinos que atinge seletivamente as células tumorais.

“A cirurgia guiada por rádiofármaco até agora usou sondas de raios gama que não funcionam quando o que você quer revelar está perto de órgãos que absorvem muitos radiofármacos, como por exemplo no abdômen. Uma sonda como a que desenvolvemos, que detecta pósitrons em vez de fótons, permite detectar exatamente formas específicas de câncer em áreas do corpo onde de outra forma seria impossível detectá-las. Graças à colaboração com o IEO, conseguimos validar a sonda durante intervenções cirúrgicas pela primeira vez”, explicaram o Dr. Francesco Collamati, do INFN, e o Dr. Riccardo Faccini, da Universidade de Roma Sapienza.

O criador da possibilidade de realizar esta experimentação no IEO foi o Dr. Francesco Ceci, um dos maiores especialistas do setor. “Meu foco de pesquisa sempre foi a teranóstica, a disciplina que combina diagnósticos de última geração com terapias de precisão. Quando soube deste dispositivo, compreendi imediatamente seu incrível potencial e foi iniciada uma colaboração frutífera com o Dr. Collamati. A verdadeira inovação deste procedimento cirúrgico reside na administração aos pacientes durante a cirurgia do mesmo radiofármaco específico para câncer usado para diagnósticos de [tomografia] PET. Primeiro identificamos os locais do tumor com PET e depois usamos a sonda para removê-los com grande precisão. Diagnóstico e terapia, base da teranóstica, desta vez aplicada à cirurgia”, explicou o Dr. Francesco Ceci.

“O IEO está cada vez mais próximo do objetivo da “cirurgia de precisão”, capaz de retirar nada mais e nada menos do que o necessário para cicatrizar – explicou o Dr. Emilio Bertani, coordenador do estudo clínico. “A força do procedimento é que ele equilibra a capacidade de encontrar a doença e a necessidade de preservar tecidos vitais para o paciente”, ressaltou.

“É importante lembrar que para os tumores neuroendócrinos (TNEs) a cirurgia é a única forma de tratamento radical. Infelizmente, porém, até 30% das laparotomias não conseguem esterilizar o leito tumoral e, portanto, controlar o tumor. As metástases linfonodais recorrem em 10% dos casos. A nova sonda representa, portanto, grande avanço e esperança no tratamento dos TNEs, ainda que deva ser ressaltado que o que muda o resultado não é tanto a tecnologia mas o procedimento. A sonda só é eficaz se estiver nas mãos de um cirurgião experiente”, continuou o Dr. Emilio Bertani.

“Os excelentes resultados obtidos em tumores neuroendócrinos nos encorajam a ampliar o estudo. Já está em andamento no IEO um estudo sobre câncer de próstata, e pretendemos aplicar o procedimento com a sonda beta também em outros cânceres gastrointestinais e ginecológicos”, concluiu o Dr. Francesco Ceci.

Acesse a notícia completa na página da Universidade de Roma Sapienza (em italiano).

Fonte: Universidade de Roma Sapienza. Imagem: Freepik.

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