Notícia

Sistema neurotecnológico de estimulação cerebral profunda, implantável e controlado em malha fechada, mostra viabilidade em novo estudo clínico

Andreashorn via Wikimedia Commons

Fonte

Universidade de Oxford

Data

segunda-feira, 14 fevereiro 2022 14:20

Áreas

Bioeletrônica. Engenharia Biomédica. Neurociências. Neurocirurgia. Neurologia. Neuropsicologia. Psiquiatria.

Pesquisadores da Universidade de Oxford, no Reino Unido, implantaram uma nova plataforma de pesquisa em malha fechada para estudar o papel do núcleo pedunculopontino (PPN) – um núcleo do tronco cerebral – na Atrofia de Múltiplos Sistemas (MSA) do tipo Parkinson. O estudo é uma colaboração entre o Dr. Alex Green, professor de Neurocirurgia de Oxford, o Dr. Tim Denison, professor de Engenharia,  e a empresa Bioinduction, de tecnologia bioeletrônica, também sediada no Reino Unido.

O estudo de viabilidade envolveu um ensaio clínico de 5 indivíduos com o novo marca-passo cerebral em malha fechada para direcionar a estimulação do núcleo pedunculopontino (PPN) em pacientes com MSA. O protocolo usa uma plataforma de pesquisa chamada Picostim™-DyNeuMo, desenvolvida em uma colaboração estratégica entre o professor Denison e a Bioinduction.

O projeto Picostim™-DyNeuMo incorpora instrumentação científica no marca-passo cerebral Picostim™ para explorar o papel dos ritmos circadianos, movimento e sinais cerebrais na patologia e tratamento de doenças. Além de habilitar a neurociência clínica básica, o Picostim™-DyNeuMo pode ser configurado para responder a sinais fisiológicos, como o movimento do paciente, para explorar a otimização da terapia.

A equipe de pesquisa visa identificar biomarcadores do estado patológico e como eles variam ao longo do ciclo dia/noite e, finalmente, desenvolver padrões de estimulação cerebral profunda (DBS) em ‘malha fechada’ (ou seja, com realimentação) que otimizem o gerenciamento de sintomas e melhorem o sono.

“Os estimuladores implantáveis ​​fornecem uma plataforma única para permitir a neurociência clínica, fornecendo acesso 24 horas por dia, 7 dias por semana às redes cerebrais. A instrumentação científica serve primeiro para ajudar a entender a doença e pode então ser configurada para prototipar opções de terapia aprimoradas, incluindo personalização para fisiologia e ritmos específicos do paciente. A criação de ferramentas de pesquisa clínica de última geração totalmente implantáveis ​​exigiu cooperação entre acadêmicos e indústria para garantir que a instrumentação de pesquisa atenda aos padrões regulatórios rigorosos, e a ferramenta de pesquisa Picostim™-DyNeuMo é o resultado da colaboração simbiótica com a Bioinduction, aproveitando sua plataforma Picostim™”, disse o professor Denison.

O professor Alex Green acrescentou: “Este é um momento emocionante para a pesquisa de dispositivos médicos no Reino Unido. No passado, muitas vezes os médicos exploravam novas indicações para a tecnologia existente, enquanto os engenheiros construíam novos sistemas em paralelo. Esta colaboração visa integrar o desenvolvimento de tecnologia inovadora com a exploração de mecanismos subjacentes aos estados de doença desde um estágio inicial e, portanto, aumentará nossa compreensão da doença ao mesmo tempo em que tentamos tratá-la. É também um excelente exemplo de colaboração multidisciplinar: academia e indústria trabalhando juntas com os mesmos objetivos e incorporando seus pontos fortes”.

Ivor Gillbe, diretor da Bioinduction, declarou: ‘Este é um momento muito importante para a Bioinduction e a indústria de medicamentos bioeletrônicos do Reino Unido. A missão da Bioinduction é permitir uma mudança de paradigma no mundo dos implantes de DBS para pessoas com distúrbios cerebrais crônicos. A equipe e os parceiros entregaram um marco importante no desenvolvimento da próxima geração de plataforma de marca-passo cerebral elegante e evolutiva. O Picostim™ aproveita inovações e pesquisas de última geração, permitindo novas possibilidades para atender a necessidades não atendidas significativas, inicialmente focadas na doença de Parkinson. Juntos, podemos trazer inovação neurotecnológica de última geração com o objetivo de melhorar os resultados das doenças neurodegenerativas crônicas, acelerando a pesquisa avançada em neuromodulação e trazendo o Picostim™ ao mercado para necessidades não atendidas significativas em distúrbios cerbrovasculares e cognitivos”.

O estudo está sendo apoiado pela Universidade de Oxford e pelo Oxford University Hospitals NHS Foundation Trust, com contribuições da Neurologia (Dr. Nagarajah Sarangmat), bem como da Neuropsicologia (Dr. Simon Prangnell). Projetada para ser uma plataforma de pesquisa configurável, a equipe está agora preparando estudos financiados usando o Picostim™-DyNeuMo em dor crônica pós-AVC, epilepsia e distúrbios de consciência.

A plataforma de pesquisa Picostim™ e Picostim™-DyNeuMo estão disponíveis apenas para uso em pesquisa e não são aprovadas para uso fora de estudos clínicos.

A estimulação cerebral profunda (DBS) é um tratamento aprovado, seguro e eficaz para pacientes com doença de Parkinson com sintomas motores que não podem ser adequadamente controlados com medicação. Mais de 200.000 pessoas em todo o mundo já receberam sistemas de DBS.

Acesse a notícia completa na página da Universidade de Oxford (em inglês).

Fonte: Universidade de Oxford. Imagem: Eletrodos de estimulação cerebral profunda. Fonte: Andreashorn via Wikimedia Commons.

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