Notícia

Síndrome de Guillain-Barré: dúvidas, protocolo e diretrizes

Doença tem caráter autoimune

Fonte

SES/BA e Portal Saúde

Data

sexta-feira, 26 junho 2015 11:50

Áreas

Neurologia. Imunologia.

No Brasil, no âmbito do Ministério da Saúde, os Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas (PCDT) relativos a várias doenças foram compilados e publicados com o objetivo de estabelecer claramente os critérios de diagnóstico de cada doença, o algoritmo de tratamento das doenças com as respectivas doses adequadas e os mecanismos para o monitoramento clínico em relação à efetividade do tratamento e a supervisão de possíveis efeitos adversos. Observando ética e tecnicamente a prescrição médica, o PCDT também visa criar mecanismos para a garantia da prescrição segura e eficaz.

Uma das doenças abordadas no PCDT é a Síndrome de Guillain-Barré (SGB). O PCDT sobre a SGB foi aprovado pela Portaria n. 497, de 22 de dezembro de 2009.

Síndrome de Guillain-Barré: Perguntas e Respostas

A Secretaria de Estado da Saúde do Governo da Bahia (SES/BA) publicou recentemente uma série de perguntas e respostas sobre a SGB que esclarece algumas das principais dúvidas sobre a doença:

1.     O que é?

A Síndrome de Guillain-Barré é uma doença neurológica caracterizada por fraqueza progressiva nas pernas, acompanhada de paralisia muscular. Em geral, a doença evolui rapidamente, atinge o ponto máximo de gravidade por volta da segunda ou terceira semana e regride devagar.

2.     O que causa a doença?

Não se conhece a causa específica da síndrome. Está associada a vários vírus, inclusive o vírus da Zika.

3.     Quais são os sintomas?

O sintoma preponderante da doença é a fraqueza muscular progressiva, acompanhada ou não de alterações da sensibilidade, como coceira, queimação e dormência. A fraqueza se manifesta inicialmente nas pernas e atinge outras áreas do corpo de forma ascendente. Podem ocorrer perdas motoras e paralisia com flacidez dos músculos. Com a evolução da doença, a fraqueza pode atingir o tronco, braços, pescoço, os músculos da face, e, em casos graves, afetar o sistema respiratório e a deglutição. Os sintomas regridem no sentido inverso ao que começaram, isto é, de cima para baixo.

4.     Como é feito o diagnóstico?

O diagnóstico deve ser feito primeiramente com uma avaliação clínica, realizada por neurologista, que vai reconhecer a paralisia com flacidez dos músculos. É seguido do exame do líquido da medula espinhal, que vai confirmar o caso. É muito importante estabelecer o diagnóstico diferencial com outras doenças autoimunes e neuropatias.

5.     Qual o tratamento?

O tratamento da síndrome é feito por meio da administração intravenosa de imunoglobulina humana para estabilizar o paciente e iniciar a regressão do caso. As imunoglobulinas são uma mistura de anticorpos produzidos naturalmente pelo sistema imune do corpo. O enfermo deve ser atendido por equipe multidisciplinar, que inclui fisioterapeuta, fonoaudiólogo e infectologista, a fim de prevenir sequelas. Em casos mais graves, quando os músculos da respiração e da face são afetados, os pacientes necessitam de ventilação mecânica para o tratamento da insuficiência respiratória. A Síndrome de Guillain-Barré exige internação hospitalar já na fase inicial da evolução.

 

Síndrome de Guillain-Barré e o PCDT

A SGB é a maior causa de paralisia flácida generalizada no mundo, com incidência anual de 1-4 por 100.000 habitantes e pico entre 20 e 40 anos de idade. Não existem dados epidemiológicos específicos para o Brasil. Trata-se de uma doença de caráter autoimune que acomete primordialmente a mielina da porção proximal dos nervos periféricos de forma aguda/subaguda. Aproximadamente 60%-70% dos pacientes com SGB apresentam alguma doença aguda precedente, de uma a três semanas antes. A maioria dos pacientes percebe inicialmente a doença através de sensação de parestesias nas extremidades distais dos membros inferiores e, em seguida, superiores. Dor neuropática lombar ou nas pernas pode ser vista em pelo menos 50% dos casos. Fraqueza progressiva é o sinal mais perceptível ao paciente, ocorrendo geralmente nesta ordem: membros inferiores, braços, tronco, cabeça e pescoço. A intensidade pode variar desde fraqueza leve, que sequer motiva a busca por atendimento médico em nível primário, até tetraplegia completa com necessidade de ventilação mecânica (VM) por paralisia da musculatura respiratória acessória. Fraqueza facial ocorre na metade dos pacientes ao longo do curso da doença. Entre 5% e 15% dos pacientes desenvolvem oftalmoparesia e ptose. A função esfincteriana é, na maioria das vezes, preservada, enquanto a perda dos reflexos miotáticos pode preceder os sintomas sensitivos até mesmo em músculos pouco afetados. Instabilidade autonômica é um achado comum, causando eventualmente arritmias importantes, mas que raramente persistem após 2 semanas. A doença usualmente progride por duas a quatro semanas. Progressão de sinais e sintomas por mais de 8 semanas exclui o diagnóstico de SGB, sugerindo então polineuropatia desmielinizante inflamatória crônica (PDIC). Passada a fase da progressão, a doença entra num platô por vários dias ou semanas com subsequente recuperação gradual da função motora ao longo de vários meses. Entretanto, apenas 15% dos pacientes ficarão sem nenhum deficit residual após 2 anos do início da doença e entre 5% e 10% permanecerão com sintomas motores ou sensitivos incapacitantes. Pacientes com SGB apresentam taxas de mortalidade de aproximadamente 5% a 7%, geralmente resultante de insuficiência respiratória, pneumonia aspirativa, embolia pulmonar, arritmias cardíacas e sepse hospitalar.

Acesse o documento completo do PCDT para a Sìndrome de Guillain-Barré.

Fonte: SES/BA e Portal do Ministério da Saúde.

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