Notícia

Síndrome da Bexiga Dolorosa: problemas urinários e dor são limitantes

Especialistas alertam sobre os riscos da doença

Divulgação

Fonte

Sociedade Brasileira de Urologia.

Data

quinta-feira, 20 outubro 2016 12:55

Áreas

Urologia.

A Sociedade Brasileira de Urologia, disponibiliza em seu website material informativo sobre a Síndrome da Bexiga Dolorosa (SBD), elaborado pelo Dr. Jorge Antônio Pastro Noronha e pela Dra. Franscine Gerson Carvalho, ambos de Porto Alegre. Síndrome da Bexiga Dolorosa, Cistite Intersticial e Síndrome da Dor Pélvica Crônica são os diversos nomes atribuídos a um mesmo problema. A doença é definida como a sensação desagradável (dor, pressão, desconforto) relacionada à bexiga – principalmente quando ela está cheia.

O problema pode estar associado ou não a vários sintomas como:

  • dificuldade de urinar;
  • urgência urinária;
  • aumento na frequência de urinar dia e noite (obrigando a pessoa a levantar-se muitas vezes à noite).

Outros sintomas como dor pélvica crônica, infecções urinárias recorrentes ou bexiga com comportamento hiperativo que não se resolve com tratamento adequado, podem ser indicativos da SBD. O problema classicamente se caracteriza por dor na bexiga, urgência e alta frequência urinária por mais de seis meses. Pode ocorrer em homens e mulheres, sendo 9 vezes mais frequente no sexo feminino. Como os sintomas são parecidos aos da cistite, mesmo com culturas de urina negativas, muitos pacientes recebem repetidos tratamentos com antibióticos para infecção urinária desnecessários, retardando o correto diagnóstico. Cabe lembrar que mulheres com cistite intersticial podem ter episódios de infecção urinária confirmada e assim necessitar de tratamento com antibiótico.

Característica principal é a dor

A dor é o elemento central e pode ser percebida em diversas áreas da região pélvica. Adicionalmente à dor, que pode ser mais ou menos severa, podem ocorrer muitos momentos de irritabilidade, intolerância e aflição. Muitos pacientes relatam a sensação de punhalada ou alfinetadas, outros como se a bexiga tivesse deslocada para fora da bacia. A dor pode ocorrer no ventre, na região lombar e sacra, uretra, vagina, testículos, bolsa escrotal, períneo ou ainda durante a relação sexual e ejaculação. Esta dor pode durar horas, dias, semanas, pode piorar com a ingestão de certos alimentos, bebidas e com o próprio enchimento vesical e ainda pode melhorar quando a pessoa urina. Alguns pacientes relatam mais pressão do que dor.

A urgência é entendida como a necessidade de ir ao banheiro, e muitos pacientes o fazem mais de 60 vezes em 24 horas. Ir ao banheiro urinar define a necessidade de se livrar do desconforto que, certamente, determina a frequência urinária aumentada nesses pacientes. Sabe-se que essa condição resulta em baixa qualidade de vida, com importante impacto nas atividades diárias e também no sono, nas relações sexuais, nos relacionamentos interpessoais e familiares. Resulta também em quadros de ansiedade, depressão, estresse e, em casos mais graves, de desemprego.

É importante entender que se trata de uma doença crônica cujas causas ainda não são totalmente conhecidas – apesar de serem muito estudadas. A teoria mais aceita atualmente é que este “aumento de sensibilidade vesical” seria uma manifestação de um estado de hipersensibilidade a estímulos.

Diagnóstico da doença

O correto diagnóstico da cistite intersticial costuma oferecer significativo alivio dos sintomas e melhora da qualidade de vida. Ele é feito clinicamente. Contudo, podem ser indicados exames complementares para excluírem-se doenças com sintomas semelhantes – infecção urinária, disfunções miccionais, cálculos urinários (renais ou na bexiga), endometriose, infecção ginecológica e alguns tipos de cânceres urológicos.

Não existe nenhum exame específico que vá confirmar com total certeza este diagnóstico e muitas vezes leva-se tempo até a conclusão. Na maioria das vezes são necessárias paciência e disciplina, pois o diagnóstico é estabelecido conforme o quadro clínico se desenvolve. Por se tratar de uma doença crônica, ainda não há cura, e sim opções para controle dos sintomas.

A característica marcante é a evolução em períodos de crise e períodos de calmaria (remissão). Este entendimento é essencial e a educação e promoção da autonomia do paciente é o passo inicial e a base para o sucesso do tratamento. O primeiro passo é entender e informar-se adequadamente sobre essa condição e procurar atendimento especializado.

Tratamento

Em relação ao tratamento, existem várias etapas. O tratamento possui diversas opções que podem ser utilizadas em diferentes fases da SBD de modo gradativo como subir os degraus de uma escada, um de cada vez. O primeiro passo consiste em identificar e controlar fatores que façam os sintomas aparecerem ou piorarem – chamamos de “fatores desencadeantes”. Os principais são: estresse, hábitos alimentares (bebidas alcoólicas, bebidas e alimentos contendo cafeína, alimentos apimentados ou cítricos, refrigerantes, soja), cigarro e relações sexuais.

É necessário assumir o controle nessa fase e assim identificar a crise procurar atendimento médico especializado para tratar inicialmente os sintomas. Técnicas de relaxamento e redução de estresse podem ser benéficas, tendo em vista que a principal causa das crises ainda é o estresse. Algumas modalidades como meditação, ioga, pilates, fisioterapia para relaxamento pélvico ou psicoterapia podem ajudar no alivio dos sintomas

Deve-se evitar alimentos e hábitos que possam estar relacionados com a piora dos sintomas. Outras opções como medicamentos orais, intravesicais (colocados dentro da bexiga) e até mesmo em último caso, tratamento cirúrgico pode ser indicado.  A abordagem desta condição é individualizada e pessoal. Não se trata do “melhor remédio”, “do melhor tratamento”, e sim “do melhor remédio e do melhor tratamento para cada paciente”.

Fonte: Sociedade Brasileira de Urologia.  Imagem: Divulgação.

 

Leia também:

Campanha conscientiza homens sobre problemas urinários

Câncer de bexiga: teste inovador torna o diagnóstico mais fácil

Câncer de próstata: avanços no diagnóstico

Causas e tratamentos da noctúria

Doença inflamatória pélvica

Dor no nervo ciático: conheça as causas comuns e formas de tratamento

Endotélio e plaquetas alterados na Doença Renal Crônica

Envolvimento renal no lúpus eritematoso sistêmico

Equipamento inovador faz análise do assoalho pélvico feminino

Exercícios simples ajudam a controlar incontinência urinária na gravidez

HGF usa nova técnica cirúrgica em Urologia

Incontinência urinária: distúrbio afeta qualidade de vida

Laser de última geração para cirurgias urológicas

Leucorreia: sintomas, diagnóstico, tratamento e prevenção

Novos métodos de tratamento da incontinência urinária promovem a cura de até 95% dos pacientes

Pedra nos rins: como diminuir o risco?

Síndrome da apneia obstrutiva do sono atinge mais mulheres na pós-menopausa

Tecnologia ajuda a melhorar disfunção urinária

Urinar muitas vezes pode ser sinal de aumento da próstata

Efeitos do treinamento dos músculos do assoalho pélvico realizados durante a gestação na sua função e no relato de perda urinária

Em suas publicações, o Portal Tech4Health da Rede T4H tem o único objetivo de divulgação científica, tecnológica ou de informações comerciais para disseminar conhecimento. Nenhuma publicação do Portal Tech4Health tem o objetivo de aconselhamento, diagnóstico, tratamento médico ou de substituição de qualquer profissional da área da saúde. Consulte sempre um profissional de saúde qualificado para a devida orientação, medicação ou tratamento, que seja compatível com suas necessidades específicas.

Os comentários constituem um espaço importante para a livre manifestação dos usuários, desde que cadastrados no Portal Tech4Health e que respeitem os Termos e Condições de Uso. Portanto, cada comentário é de responsabilidade exclusiva do usuário que o assina, não representando a opinião do Portal Tech4Health, que pode retirar, sem prévio aviso, comentários postados que não estejam de acordo com estas regras.

Leia também

2025 tech4health t4h | Notícias, Conteúdos e Rede Profissional em Saúde e Tecnologias

Entre em Contato

Enviando
ou

Fazer login com suas credenciais

ou    

Esqueceu sua senha?

ou

Create Account