Notícia
Sedação paliativa: avaliação da consciência e percepção da dor podem ser melhoradas
Estudo recente mostra que a estimativa clínica da profundidade da sedação e a presença de dor durante a sedação paliativa poderiam ser melhoradas com o uso de monitores
Divulgação, Universidade de Liège
Durante a sedação paliativa, os cuidadores devem avaliar se o paciente (inconsciente) está confortável o suficiente. Isso é feito verificando se o paciente apresenta sinais de dor (observação clínica). Nova pesquisa de doutorado conduzida por Stefaan Six na Universidade de Liège, na Bélgica, mostrou que as estimativas observacionais de consciência e dor nem sempre correspondem a seus indicadores neurofisiológicos.
O método tradicional de avaliação clínica pode, portanto, não ser confiável e o sofrimento do paciente pode passar despercebido ou subestimado. Como resultado deste estudo, o Dr. Stefaan Six concluiu que os métodos padrão atuais de avaliação do conforto do paciente durante a sedação paliativa podem pelo menos ser questionados, e que vale a pena considerar como um acompanhamento mais objetivo poderia ser implementado em cuidados paliativos.
O padrão ouro para detecção de dor e desconforto é o autorrelato do paciente. No entanto, com a continuação da sedação paliativa, os pacientes não conseguem mais se comunicar. O estudo do Dr. Six examinou como as estimativas clínicas dos cuidadores correspondiam à avaliação fornecida por dois monitores usados em cirurgia. Além disso, o pesquisador também fez avaliações com quatro escalas de observação “clássicas”. Os resultados do estudo – que foram publicados na revista científica Pain and Therapy – mostram que parece haver pouca correspondência entre as estimativas clínicas subjetivas dos cuidadores e as estimativas objetivas dos monitores.
Os monitores utilizados foram o monitor Neurosense e o monitor Analgesia Nociception Index (ANI). O Neurosense mostra o quanto a pessoa está sedada. O monitor ANI dá uma indicação de possível dor. Este monitor também pode detectar uma possível overdose de analgésicos. Um total de 108 avaliações foram estudadas em detalhes em um grupo de 12 pacientes. Além disso, o pesquisador também realizou avaliações utilizando quatro escalas de observação “clássicas”.
“Uma das conclusões mais contundentes é que se, segundo o monitor, ainda havia a possibilidade de consciência, isso só foi reconhecido pelos cuidadores em 24% dos casos, o que significa que [essa identificação] foi perdida em cerca de 3/4 dos casos! Também parece que há pouca correlação entre as escalas de observação clássicas e os valores de monitoramento”, disse o Dr. Stefaan Six.
Além disso, médicos, enfermeiros e familiares que participaram do estudo com os monitores também foram entrevistados para o estudo. Isso mostrou que esse monitoramento objetivo era alcançável e aceitável para todas as partes envolvidas e que seu uso era visto como um valor agregado. Os resultados dessas entrevistas foram publicados no início deste ano na revista científica Journal of Pain and Symptom Management.
“Esses estudos mostram que as estimativas clínicas da profundidade da sedação e da possível presença de dor podem ser melhoradas com o uso de dispositivos de monitoramento durante a sedação paliativa. Além disso, todas as partes consideraram o uso de monitores aceitável.Portanto, precisamos pensar sobre como podemos implementar essa abordagem na área de saúde”, concluiu o Dr. Stefaan Six.
Acesse o artigo científico completo na revista Pain and Therapy (em inglês).
Acesse o resumo do artigo científico na revista Journal of Pain and Symptom Management (em inglês).
Acesse a notícia completa na página da Universidade de Liège (em francês).
Fonte: Universidade de Liège. Imagem: Divulgação, Universidade de Liège.
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