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Saúde suplementar ajuda filantrópicos a atender a população
Hospitais sem fins lucrativos estão em 1.731 municípios brasileiros e, em mais da metade deles, são a única opção para o atendimento à população.
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A saúde suplementar possui papel fundamental na sustentabilidade das entidades filantrópicas de saúde no país. Com a defasagem da tabela de pagamentos do SUS e o subfinanciamento crônico do setor público, planos e seguros de saúde funcionam como uma maneira de equilibrar o sistema e ajudam instituições como as Santas Casas a prestar seus serviços à população. Na prática, colaboram para que o SUS consiga atender pacientes que só têm o sistema público a quem recorrer.
“Nesse funcionamento existe uma verdadeira distribuição de riqueza de saúde suplementar para o SUS, por meio do atendimento nos hospitais filantrópicos. No Incor (Instituto do Coração), por exemplo, 83% do atendimento é do SUS e 17% é da saúde suplementar. Mas 51% da receita vem da saúde suplementar. Você acaba criando um fluxo que beneficia todo o atendimento”, explicou a diretora executiva da Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde), Vera Valente, durante o painel “Rentabilidade e Sustentabilidade do Setor Filantrópico da Saúde” realizado no último dia 21 de outubro, que fez parte do 29° Congresso da Fehosp (Federação das Santas Casas e Hospitais Beneficentes de São Paulo).
Em parceria com os hospitais privados, em especial filantrópicos e Santas Casas, o atendimento prestado pelos planos de saúde funcionou e ajudou o SUS no enfrentamento à COVID-19 e também no atendimento das demais doenças. Há uma complementaridade nesta tarefa. Em muitos lugares de um país tão vasto como o Brasil, filantrópicos e Santas Casas são a única opção de atendimento.
Hospitais sem fins lucrativos estão em 1.731 municípios brasileiros e, em mais da metade deles, são a única opção para o atendimento à população. Ou seja, são os únicos prestadores que atendem tanto os assistidos pelo SUS quanto os beneficiários de planos. Os números globais do setor no Brasil falam por si: são 2.172 hospitais sem fins lucrativos, dos quais 1.704 atendem o SUS, com 193 mil leitos e cerca de 1 milhão de empregos diretos.
“Há o trabalho conjunto da saúde suplementar e do SUS, e temos os filantrópicos como grandes prestadores. Precisamos explorar essa questão com maior eficiência do sistema de saúde brasileiro”, afirmou Vera Valente. A necessidade de maior integração entre os sistemas público e privado de saúde tem sido apontada como uma das principais lições da pandemia.
A diretora executiva da FenaSaúde também defendeu mudanças na regulamentação da saúde suplementar como forma de aumentar o número de beneficiários. Principalmente, pela retomada da oferta de planos individuais.
“É uma agenda da FenaSaúde, é uma agenda da sociedade, trazer pessoas que podem vir para o sistema privado, mas não necessariamente para um plano empresarial. Ou seja, pelo retorno expressivo dos planos individuais você vai desafogar o SUS para aquela parcela da população que, antes de tudo, se compromete com suas necessidades básicas de transporte, alimentação e moradia”, explicou Vera Valente.
Por fim, no sentido de garantir a sustentabilidade tanto do sistema público quanto do privado, Vera Valente cobrou a adoção de critérios técnicos mais rigorosos para incorporação de novas tecnologias em saúde, cujos custos têm sido cada vez mais altos. “Você tem de ser cuidadoso, se basear em ciência e em geração de valor na destinação desses recursos”, afirmou a diretora. A Avaliação de Tecnologias em Saúde (ATS) precisa ser caminho imprescindível nestes processos.
Acesse a notícia completa na página da FenaSaúde.
Fonte: Federação Nacional de Saúde Suplementar. Imagem: Getty Images.
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