Notícia

Saúde óssea na transição para a menopausa

O que acontece com os ossos quando a menopausa se aproxima?

Shutterstock

Fonte

Sogesp

Data

segunda-feira, 20 junho 2016 07:30

Áreas

Saúde da Mulher. Ortopedia.

Nosso esqueleto é formado por 206 ossos formados pela mesma matéria prima que dá sustentação à pele: as fibras de colágeno. Para formar os ossos, essas fibras interagem com os minerais que contém cálcio e, como qualquer tecido vivo, mantém-se em permanente reconstituição. Células denominadas osteoblastos e osteoclastos estão na origem desse processo dinâmico. As primeiras formam tecido ósseo novo e as últimas destroem o velho. Sem essa dinâmica nosso esqueleto estaria sujeito a lesões por fadiga ainda na juventude.

O processo de reconstituição é permanente, mas o pico da densidade óssea é determinado no tempo, e ocorre por volta dos 30 anos. Até essa idade ganhamos mais tecido ósseo do que perdemos. A partir de então, o processo se inverte e é preciso impedir que se instale a perda de massa óssea que caracteriza a osteoporose. Entre 30 e 40 anos a mulher perde 0,18% de osso esponjoso por ano – o tecido predominante nas vértebras, nos ossos da pelve e nas extremidades dos ossos longos e dos ossos chatos. Nos cinco primeiros anos após a menopausa, a perda passa a ser de 1,4% ao ano. Não é o fim do esqueleto, naturalmente, mas a desvantagem feminina é grande nessa área, pois as mulheres têm 25% a 30% menos massa óssea do que os homens e perdem 35% de osso compacto e 50% do tecido esponjoso ao longo da vida, enquanto os homens perdem menos da metade dessas porcentagens.

Correm mais risco de desenvolver osteoporose as mulheres que têm histórico da doença na família, as que são pequenas e magras, as fumantes e as que usam medicamentos à base de cortisona ou tomam hormônio para controlar o hipertireoidismo.

A prevenção da osteoporose na menopausa depende da dieta, que deve ser rica em cálcio, com suplementação desse mineral, quando necessário e também está associada com a prática de atividade física e a exposição ao sol.

Para quem tem risco de desenvolver a doença o arsenal de medicamentos é amplo. Inclui, por exemplo, substâncias químicas não hormonais denominadas alendronatos ou risendronatos, que melhoram a dinâmica de remodelação óssea, prevenindo a perda óssea ou reduzindo a atividade das células destruidoras do tecido ósseo, os osteoclastos. Tais fármacos são de uma geração mais recente e não causam os distúrbios gástricos típicos da geração anterior dessa classe de drogas, conhecida como bisfosfonato.

Os moduladores seletivos de receptores de estrogênio são outra alternativa de tratamento. Os Selective Estrogen Receptor Modulators, ou SERMs, como este medicamento é conhecido na abreviação do inglês, são fármacos que imitam a ação dos estrogênios sobre os ossos e o colesterol, mas sem causar os efeitos negativos desses hormônios nas mamas e no útero. Mas eles não podem ser usados por mulheres com risco de desenvolver coágulos ou trombos, ou que sofrem de doença no fígado.

Uma versão sintética do paratormônio PTH, uma substância fabricada naturalmente nas paratireoides (quatro pequenas glândulas que ficam no pescoço e regulam a disponibilidade do cálcio e do fósforo no organismo), é outra opção para o tratamento da osteoporose instalada. Feito com a tecnologia da engenharia molecular, o PTH sintético revelou-se capaz de formar osso novo, diferente dos outros medicamentos, que previnem ou contém a perda de massa óssea.

Para evitar que a osteoporose se instale é preciso cuidar da dieta, fazer exercícios e tomar sol. A vitamina D, metabolizada na pele, é uma espécie de chave que abre portas, do começo ao fim do ciclo de remodelação óssea: ela facilita a absorção do cálcio pelo intestino, dá o empurrão para sua entrada na corrente sanguínea e ainda ajuda a sua deposição final no osso.

O consumo de cálcio recomendado para quem tem 45 anos ou mais é de 1500 mg diários, o equivalente a um litro de leite. Para quem não toma tanto leite assim, existem outros alimentos ricos em cálcio que podem compor esse cardápio como os peixes e sardinhas, os frutos do mar e as amêndoas e avelãs. Essas últimas são poderosas porque, além do mineral, contém fósforo em abundância, um elemento que favorece a melhor absorção do cálcio pelo organismo.

Adquirir o hábito de consumir alimentos ricos em cálcio bem antes da menopausa e exercitar os músculos quando ela estiver se aproximando, com atividades vigorosas como corrida, ginástica e levantamento de peso, é decisivo para atenuar a perda óssea na transição. O exercício leva o músculo a pressionar o osso, e essa ação simples, mecânica, estimula a formação de massa óssea. Como se não bastasse esse efeito, há que se considerar que quanto mais tempo viver, mais a mulher precisará dos músculos para proteger seus ossos frágeis e porosos.

Fonte: Associação de Obstetrícia e Ginecologia do Estado de São Paulo (Sogesp). Imagem: Shutterstock.

 

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