Notícia
Santa Casa de Montes Claros realiza cirurgia de Estimulação Cerebral Profunda
Procedimento para tratamento da doença de Parkinson Refratária é inédito no interior de Minas Gerais
Fonte
Santa Casa de Montes Claros e Tech4Health
Data
segunda-feira, 6 abril 2015 18:05
Áreas
Neurocirurgia.
No último dia 31 de março foi realizada, pela primeira vez no interior de Minas Gerais, a cirurgia de Estimulação Cerebral Profunda (Implante de Eletrodo para Estimulação Cerebral), indicada para auxiliar o tratamento de Doença de Parkinson Refratária. A cirurgia foi realizada na Santa Casa de Montes Claros e foi financiada por recursos públicos do Sistema único de Saúde (SUS).
O procedimento é indicado para tratar os sintomas da doença, neurodegenerativa e progressiva, que causa perda de neurônios e, consequentemente, sintomas como rigidez muscular, falta de movimentos, tremores, dor e depressão, entre outros.
O responsável pela cirurgia, o neurologista Dr. Gustavo Veloso Lages, explica que o procedimento é indicado a pacientes com até 75 anos, com mais de cinco anos de doença e que apresentam rigidez, tremores e perda de movimentos dos braços e das pernas.
“A cirurgia consiste na implantação de um eletrodo em uma área específica do cérebro, que irá estimular ou inibir a área que está comprometida, resultando em melhora imediata dos sintomas da doença”, afirma.
O Dr. Gustavo explica ainda que a paciente submetida ao procedimento apresentava o grau máximo da doença, e fazia tratamento há cinco anos, com uso de medicação e assistência multidisciplinar (médicos, fisioterapeutas e fonoaudiólogos).
“Devido à evolução dos sintomas, a paciente apresentava dependência de outras pessoas para realizar atividades e movimentos básicos, como tomar banho, se alimentar e se locomover. Agora, após a cirurgia, ela se encontra independente, conseguindo fazer tudo o que antes era impossível, com ganhos para a qualidade de vida”.
O médico ressalta que, apesar dos riscos, os benefícios da cirurgia são significativos, haja visto que os pacientes passam a ter uma vida normal, com volta ao convívio familiar e social.
Passado o procedimento, realizado com sucesso, a paciente se recupera bem e encontra-se animada para voltar às atividades cotidianas.
O implante de eletrodos em pacientes com doença de Parkinson
O procedimento de implante de eletrodos para a estimulação cerebral profunda (deep brain stimulation, em inglês) para o controle dos efeitos da doença de Parkinson não é novidade: a técnica é estudada desde a década de 60. Apesar disso, a técnica ainda não é muito difundida no Brasil, principalmente devido ao custo envolvido na aquisição do dispositivo.
Recentemente, um projeto liderado pelo neurocirurgião Dr. Erich Fonoff, do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HC-FMUSP), apresentou uma nova técnica cirúrgica (bilateral) para o implante dos eletrodos no XXI Congresso da Sociedade Europeia de Neurocirurgia Estereotáxica e Funcional, em 2014. O trabalho ganhou o prêmio de melhor pôster do Congresso com o estudo intitulado “Simultaneous bilateral MER-guided Stereotactic implantation of DBS electrodes”.
Em todo mundo, uma grande quantidade de estudos científicos tem sido publicada nas últimas décadas. Leia mais sobre o tema nos trabalhos científicos sugeridos abaixo:
Ferreira, A.G. Estimulação Cerebral Profunda: Nova Fronteira no Tratamento das Doenças do Sistema Nervoso Central. Acta Med Port vol 27, n.5, p. 641-648, 2014.
http://www.actamedicaportuguesa.com/revista/index.php/amp/article/view/5316/4083
Shen, H. Neuroscience: Tuning the brain. Nature, vol. 507 (7492), p.290-293, 2014.
http://www.nature.com/news/neuroscience-tuning-the-brain-1.14900
Greek, R. ; Hansen, L.A. The Development of Deep Brain Stimulation for Movement Disorders. J Clinic Res Bioethic, vol 3, n.3, 2012.
Fonte: Santa Casa de Montes Claros e Tech4Health
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