Notícia
Revisão indica riscos ocupacionais de osteoartrite do joelho
Revisão sobre a osteoartrite do joelho – que é uma das principais causas de incapacidade de trabalho – revela amplo risco, demonstrando a necessidade de uma abordagem sistêmica da prevenção fora dos locais de trabalho tradicionais
Pixabay
Fonte
Universidade de Sydney
Data
sábado, 11 julho 2020 12:20
Áreas
Biomecânica. Medicina. Ortopedia. Saúde Pública.
O comprometimento do joelho é uma questão importante em termos sociais e para o indivíduo e pode levar a cirurgia, dor e perda de mobilidade. Uma grande revisão sistemática global identificou os trabalhos comuns – remunerados e não remunerados – que podem colocar as pessoas em risco aumentado de osteoartrite do joelho, sem elas saberem.
Um estudo da Universidade de Sydney, na Austrália, em conjunto com a Universidade de Oxford e com a Universidade de Southampton, no Reino Unido, revela que é necessário que as práticas direcionadas de saúde e segurança no trabalho se estendam além de trabalhos com sobrecarga física; os agentes reguladores e as companhias de seguros devem levar em consideração o alto número de ocupações de risco médio e que as funções não remuneradas também podem ter um risco importante.
Esta foi a maior metanálise e revisão sistemática sobre a osteoartrite do joelho potencialmente debilitante – compreendendo 71 estudos e quase um milhão de pessoas – e a primeira revisão sistemática sobre a associação entre tipos de trabalho e a osteoartrite do joelho.
O risco aumentado foi encontrado em trabalhadores da agricultura, trabalhadores da construção civil, mineiros, prestadores de serviços, trabalhadores com funções de limpeza e pessoas que fazem trabalhos domésticos.
As descobertas foram publicadas na revista científica Arthritis Care & Research.
O Dr. David Hunter – autor sênior do estudo e professor do Departamento de Reumatologia do Instituto de Pesquisa em Ossos e Articulações da Universidade de Sydney – disse que a pesquisa, embora não se concentre no importante papel dos exercícios físicos no combate a essa doença comum, identificou os trabalhos que tornavam as pessoas mais vulneráveis.
“A osteoartrite do joelho é uma das principais causas de perda de trabalho e incapacidade em todo o mundo e pode necessitar de cirurgia invasiva, incluindo a prótese total do joelho, por isso é fundamental evitar riscos ocupacionais. As perspectivas estão piorando, com projeções que a osteoartrite possa afetar uma em cada oito pessoas, crescendo 50% em 15 anos, em grande parte atribuível a questões de estilo de vida, como taxas crescentes de obesidade e redução de exercícios”, disse o professor Hunter.
A autora principal, Xia Wang, também da Universidade de Sydney, disse que, embora a pesquisa tenha identificado anteriormente agachamentos e levantamentos de pesos - principalmente na agricultura e na construção civil – como fatores de risco, este estudo abrangente destacou riscos ocupacionais em geral.
“Com as pessoas trabalhando e vivendo mais tempo, a osteoartrite do joelho é uma doença preocupante, mesmo em países desenvolvidos focados em serviços, inclusive em ocupações de risco médio, como limpeza, tarefas domésticas não remuneradas e cuidados”, disse a pesquisadora.
Resultados
Os resultados incluem:
- Pedreiros e carpinteiros correm riscos aproximadamente 2,5 vezes maiores em comparação aos trabalhadores que se movem menos;
- Trabalhadores agrícolas têm até 64% de aumento no risco de osteoartrite do joelho;
- Trabalhadores da construção civil têm até 63% de aumento no risco de osteoartrite do joelho;
- Trabalhadores domésticos (não remunerados) têm chances aumentadas em até 93%;
- Trabalhadores do comércio, silvicultura ou pesca, operadores de máquinas, encanadores, eletricistas, técnicos e carteiros não foram estatisticamente associados à osteoartrite do joelho;
- Atividades que necessitem de flexão do joelho ou agachamento excessivos ou mesmo a necessidade de subir escadas com frequência foram associadas ao risco aumentado de osteoartrite do joelho.
Acesse o resumo do artigo científico (em inglês).
Acesse a notícia completa na página da Universidade de Sydney (em inglês).
Fonte: Vivienne Reiner, Universidade de Sydney. Imagem: Pixabay.
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