Notícia

Protótipos de fitocosméticos à base de alecrim, canela e casca de laranja

Estudantes da UFPI desenvolvem formulações com características variadas, como a ação antimicrobiana

Divulgação, UFPI

Fonte

UFPI

Data

sábado, 6 agosto 2016 17:05

Áreas

Farmácia. Cosmetologia.

Formulações eficazes no combate a agentes causadores de doenças e produzidas à base de vegetais conhecidos pela população são características dos protótipos de fitocosméticos desenvolvidos por estudantes do  sétimo período de Farmácia da Universidade Federal do Piauí (UFPI). Os protótipos foram apresentados como trabalho de conclusão da Disciplina de Cosméticos, sob orientação do Prof. Dr. André Luis Menezes.

Foram quatro meses de estudos e ensaios em diferentes laboratórios da Universidade para desenvolver dois tipos de sabonete líquido, de usos pessoal e hospitalar, à base de alecrim e de canela; gel-creme esfoliante facial, contendo pó de casca de laranja; e gel lubrificante íntimo, produzido com jambu, planta típica da região Norte do Brasil.

O desenvolvimento dos protótipos faz parte da estratégia de aprendizagem baseada em equipes, utilizada na disciplina de Cosméticos. Os alunos apresentaram uma proposta de produto desde o primeiro dia de aula. Realizam ensaios físico-químicos, análises microbiológicas e performance. Ao final, os estudantes defendem os protótipos desenvolvidos no decorrer do período como um dos critérios de avaliação da disciplina. As habilidades desenvolvidas no período subsidiam a formação na área de Cosmetologia, capacitando os alunos para atuarem em atividades técnicas na área de Farmácia Magistral e Indústria Cosmética.

O grupo do estudante Ian Jhems trabalhou na elaboração do sabonete líquido com óleo de canela para assepsia das mãos de profissionais de saúde no ambiente hospitalar para conter a disseminação de bactérias. Além do baixo custo de produção, o sabonete se mostrou eficaz nos testes realizados pelos estudantes. “Por ser um óleo essencial natural de uma planta consumida largamente na alimentação, por si só, mostra que o produto não traz uma toxicidade, apresentando mais segurança no uso. Em relação ao potencial do óleo, foi demonstrado que, em pequenas doses, ele é capaz de eliminar os patógenos Escherichia coli e Staphylococcus aureus, maiores causadores da infecção hospitalar” explica Ian.

Com foco em explorar mais a flora brasileira, o grupo da estudante Nara Raquel usou o óleo essencial de alecrim para fazer um sabonete líquido corporal. O cheiro suave do produto é outro atrativo para pessoas sensíveis a odores marcantes. “Depois de trabalhar com o alecrim em outra disciplina, ja havíamos descoberto que não era tóxico, possuía uma boa atividade antioxidante e boa função antimicrobiana. Incorporamos o alecrim no sabonete justamente para diminuir a resistência aos patógenos naturais e transitórios na pele: Escherichia coli, Staphylococcus aureus e Candida albicans, fungo causador de infecções, como a candidíase.

O uso da casca da laranja entrou com ingrediente de destaque no gel-creme esfoliante facial desenvolvido pelo grupo de estudantes do qual Altamito Teixeira fez parte. O uso do esfoliante acelera o ciclo de renovação da pele, eliminando as células mortas da epiderme. O estudante destaca o caráter sustentável da matéria-prima usada com diferencial do produto. “A laranja é um dos principais alimentos que consumidos, com resíduos que não são reaproveitados. E a gente quis trazer justamente o bagaço da laranja para incorporar no nosso gel-creme”, esclarece.

Os protótipos foram apresentados a especialistas da área para avaliar a qualidade das formulações. O professor André explica que os testes continuarão e que algumas formulações têm potencial para chegar ao consumidor. “Serão necessários outros ensaios para, de fato, chegar ao mercado. Mas, durante os quatro meses do projeto, os alunos fizeram uma quantidade de testes químicos, físicos e biológicos relevante, que nos anima a continuar. Eles fizeram esses protótipos e nos devemos seguir para, quem sabe, proteger e fazer um depósito de patente para poder comercializar”, finaliza o professor.

Fonte: UFPI. Imagem  Divulgação.

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