Notícia
Projeto que integra a colaboração entre Homem e Robô é premiado em desafio mundial
Robôs colaborativos podem ter aplicações na área da saúde, em especial em reabilitação
Keite Marques, EESC-USP
Cooperação entre homem e máquina foi a ideia inicial para o projeto Wearable Interface for Teleoperation of Robot Arms (WITRA) que rendeu uma premiação ao aluno do curso de Engenharia Mecatrônica da Escola de Engenharia de São Carlos (EESC) da Universidade de São Paulo (USP), Vinicius Bazan Pinto Fernandes, no evento Toradex Design Challenge, promovido pela empresa de computadores Toradex, localizada na Suíça. O trabalho ganhou destaque após o desenvolvimento e apresentação de um braço mecânico que capta e imita os movimentos de um humano por meio de sensores.
Segundo o estudante, o objetivo do trabalho, que foi desenvolvido sob a orientação do Prof. Dr. Glauco Augusto de Paula Caurin, vinculado ao Departamento de Engenharia Mecânica da EESC, foi contribuir para a evolução tecnológica nos próximos anos a fim de que as máquinas não substituam a mão de obra humana, mas sim que utilizem sua força e rapidez para interagir com a inteligência de trabalhadores humanos.
O projeto basicamente consiste de três sensores que são fixados no braço, antebraço e na mão do operador com a finalidade de captar os movimentos de cada articulação: ombro, cotovelo e punho. Os dados lidos pelos sensores seguem para o hardware central que, por sua vez, envia através de rede sem fio as informações para um computador interligado ao braço mecânico, que repete os movimentos. Todo esse processo ocorre em milésimos de segundos, fazendo com que o robô reaja instantaneamente aos gestos humanos. “Através de uma programação no sistema embarcado é possível que o movimento da mão gere um posicionamento que se traduza em um movimento para o robô”, explicou o estudante. Além disso, o sistema permite que os movimentos sejam gravados e desempenhados repetitivamente pela máquina.
Segundo o estudante, com o aperfeiçoamento dos sistemas, usuários de vários perfis poderão operar os robôs. “Meu desejo é que esta tecnologia elimine toda a parte complexa de programação e permita que uma pessoa sem muito conhecimento técnico controle a máquina a partir de seus movimentos”, definiu.
O projeto foi desenvolvido no prazo de 18 meses e durante esse período o aluno superou diversos desafios como, por exemplo, a programação do hardware.
Segundo Fernandes, as motivações que o levaram a desenvolver o projeto, que foi tema também do seu Trabalho de Conclusão de Curso, foram o contato anterior com outros trabalhos de Caurin na área de reabilitação robótica para fisioterapia, a manipulação de braços robóticos e também o fato de ter realizado um intercâmbio na Universidade de Nova Iorque, no qual trabalhou em um laboratório que desenvolvia pesquisas com interfaces intuitivas desde aplicativos para tablets e celulares até roupas inteligentes, a fim de agregar algum tipo de tecnologia no dia a dia. “Meu motivo principal na engenharia sempre foi esconder do usuário a parte complexa e lhe dar a parte simples”, enfatizou o estudante.
Caurin salientou que os robôs colaborativos (collaborative robot – CoBot) são uma nova geração de máquinas que está chegando não apenas para as indústrias, mas também para aplicações na medicina, reabilitação ou até em atividades comerciais e residências. “Isso com certeza irá mudar o que conhecemos e usamos de interatividade robótica”. Porém, o professor ainda completou: “A discussão é de que forma essas tecnologias irão chegar para o usuário e para as indústrias daqui a aproximadamente dois anos e também qual será o ganho de competitividade que irão proporcionar”, concluiu.
A premiação do Toradex Design Challenge ocorreu no dia 18 de maio, na sede Agência USP de Inovação, em São Paulo, na qual o aluno recebeu, além do certificado do segundo melhor trabalho, o prêmio de USD 10 mil.
Assista ao vídeo de apresentação do Projeto.
Fonte: Keite Marques, Assessoria de Comunicação da EESC-USP. Imagem: Keite Marques.
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