Notícia

Projeto aproxima pais e bebês prematuros através da fotografia

Iniciativa do Instituto Fernandes Figueira da Fiocruz melhora interação e promove hospitalização humanizada

Fonte

IFF/Fiocruz

Data

quarta-feira, 10 maio 2017 07:40

Áreas

Obstetrícia. Neonatologia. Humanização. Atendimento Hospitalar.

O período gestacional caracteriza-se pela ocorrência de múltiplas e novas sensações, transformações físicas, psicológicas e sociais. Em relação aos aspectos psicológicos, é interessante destacar que as representações sobre o bebê começam a ser construídas no início da gestação: trata-se do “bebê imaginário”, idealizado pelos pais e que, gradativamente, dará lugar a um bebê real. Tal idealização é importante e esperada durante a gravidez, pois ajuda na construção da parentalidade e na conscientização das responsabilidades e papéis socialmente atribuídos aos pais.

Porém, quando o nascimento impõe aos pais uma realidade diferente da esperada e programada, como por exemplo, um parto prematuro, há um confronto entre o bebê real e o bebê imaginário, gerando decepção para a família. Ainda que lenta e gradual, a aceitação dessa realidade é fundamental para o desenvolvimento saudável da criança e da família. Nessa perspectiva, o Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz), através das fonoaudiólogas Adriana Duarte Rocha e Sabrina Lopes de Lucena e da fisioterapeuta Anniele Costa, desenvolveu o Projeto Humanizando Através das Lentes, que tem como objetivo apresentar evidências de que é possível, por meio da fotografia, melhorar a interação e a aproximação dos pais com os bebês, promovendo um ambiente acolhedor no processo da hospitalização humanizada. “A iniciativa nasceu do resultado de conversas com os pais dos recém-nascidos prematuros internados na Unidade de Terapia Intensa Neonatal (UTI) do IFF/Fiocruz, que diziam não poder contar com a festa social do nascimento, as felicitações dos familiares e amigos em função da condição daquela criança”, comentou Adriana.

“Os pais relatam que muitas vezes as fotografias tiradas por eles causam estranheza e desconforto por parte dos amigos e familiares. Nesse contexto, o projeto proporciona, dentro das possibilidades e condições clínicas dos recém-nascidos, um cenário lúdico com acessórios e roupas devidamente higienizados para a produção das fotos”, explicou Anniele. O envolvimento dos pais na participação e elaboração do cenário para realização das fotos reforça o sucesso da iniciativa e aumenta o fortalecimento do vínculo entre o bebê internado e a família. “Eles trazem roupinhas, adereços e participam desse momento com muita alegria, o tradicional ambiente frio e sem vida da UTI é transformado num cenário leve e divertido. As fotos ficam expostas à beira do leito e são vistas pelos pais como uma forma de estímulo e desejo de levar aquela criança para casa e apresentá-la aos familiares”, enfatizou a enfermeira do Berçário de Alto Risco do IFF/Fiocruz Danielle Bonotto Cabral Reis. Outra vantagem da iniciativa, segundo Danielle, é a aproximação da equipe com os pais dos bebês internados. “O projeto possibilita uma aproximação com os pais, e juntos conseguimos transformar a rotina das visitas e a aproximação da família com o bebê internado mais leve, fazendo com que eles entendam que a criança está passando por uma fase, e que ela é membro de uma família e precisa ser inserida e aceita na mesma”, complementou.

“O resultado desse trabalho nos mostrou a importância de poder proporcionar a esses bebês e seus familiares um ambiente mais leve e humanizado. As fotografias são exibidas pelos pais aos seus amigos e familiares com orgulho e admiração, além do fortalecimento do vínculo entre mãe-bebê”, finalizou Sabrina Lopes, também idealizadora do projeto.

Fonte: Suely Amarante, IFF/Fiocruz.

 

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