Notícia
Profissão: cuidador de pessoa com deficiência
Profissional pode ter papel fundamental na transposição de barreiras impostas à pessoa com deficiência
Pixabay
Fonte
ADAP
Data
quinta-feira, 6 outubro 2016 10:20
Áreas
Reabilitação. Inclusão Social. Direitos da Pessoa com Deficiência.
Acessibilidade e inclusão social são alguns dos temas mais discutidos e requisitados nesse novo século. Buscando-se a igualdade de oportunidades e o contorno das barreiras físicas, sensoriais, comunicacionais e/ou atitudinais, há cada vez mais demandas de criação de recursos assistivos para a promoção de uma vida plena para a pessoa com deficiência. Porém, tais recursos podem não ser apenas materiais, e sim humanos. Nessa categoria entra o profissional cuidador do indivíduo com deficiência.
Esse tipo de prestação de serviços é fundamental para a autonomia das pessoas com deficiências de grau moderado a severo. Mara Gabrilli, psicóloga, publicitária, deputada federal de São Paulo e tetraplégica devido a um acidente de carro ocorrido em 1994, explica que, muitas vezes, o cuidador não tem hora nem jornada certa de trabalho, pois as necessidades das pessoas com deficiência são prementes e essenciais, relacionadas diretamente com as próprias funções vitais e fisiológicas.
“Sou a prova viva de que ninguém faz nada sozinho. Profissionais cuidadores demonstram solidariedade e respeito diante das limitações alheias, representam um verdadeiro compromisso no resgate da dignidade humana e da valorização da pessoa com deficiência. Muitos abdicam de partes importantes de suas próprias vidas, nos campos profissional, afetivo e pessoal, para poder realizar bem essa tarefa”, conta a deputada.
Mara é relatora da Lei Brasileira de Inclusão (LBI), sancionada em julho de 2015 e em vigor desde janeiro de 2016. A LBI trouxe inúmeros avanços na legislação relativa à pessoa com deficiência, mas o direito de se ter um cuidador custeado pelo Estado ainda é algo a ser conquistado nos próximos anos. A deputada também é autora de dois projetos de lei nesta temática. O primeiro altera a lei de assistência social e cria o auxílio-cuidador; o outro prevê que o governo crie um Serviço de Apoio Especializado para aqueles que comprovadamente necessitam do profissional.
Enquanto esse direito não está assegurado financeiramente pelo Estado, a atividade de cuidador da pessoa com deficiência muitas vezes é exercida pela própria família do indivíduo. Outras vezes, a função de cuidador pode exigir renumeração, quando exercida por alguém de fora do núcleo familiar e, pelo fato de não haver regulamentação na área, os custos costumam ser bancados pelo próprio indivíduo ou por sua família
Cuidador X Monitor Escolar
Junto com a função diária de cuidador, que também pode ser chamado de atendente pessoal, existe outro tipo mais específico desse serviço, o monitor de apoio à pessoa com deficiência (MAPD), profissional que garante a inclusão do aluno em classes regulares de ensino ou nas universidades. O monitor é contratado pelas instituições educacionais como servidor público na área magisterial, quando atua em escolas públicas de ensino fundamental e médio. No ensino superior, o contrato de trabalho varia de acordo com cada universidade estadual ou federal, assim como nas escolas e faculdades particulares. A formação exigida desse profissional é livre (com exceção do intérprete de LIBRAS), podendo a pessoa ter cursado apenas o ensino fundamental, ou ter feito pós-graduação na área educacional; os critérios de escolha, bem como os salários, variam para cada instituição contratante.
O monitor-intérprete de LIBRAS
O tipo de profissional monitor de alunos com deficiência auditiva mais conhecido é o intérprete da Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS). Ele é requisitado quando o surdo não tem fluência na Língua Portuguesa e possui a LIBRAS como idioma materno. A fonoaudióloga Larissa Coutinho Fonseca, especialista em LIBRAS, afirma que, nesses casos, o monitor-intérprete é obrigatório para a comunicação da criança surda. Tanto que esta profissão é regulamentada por uma lei específica, a de nº 12.319, de 1º de setembro de 2010. Larissa complementa: “Eles precisam do intérprete de LIBRAS, sem sombra de dúvidas! Porém, é apenas um intérprete para quantos surdos houver em sala de aula. No caso do surdo-cego, precisa de um interprete exclusivo”. A profissional também comenta sobre o panorama do mercado atual na área. “O mercado é promissor, porém, acredito que o intérprete precisa ter formação superior, seja em fono, pedagogia, o que for. Precisa estudar, conhecer as questões relacionadas à surdez”, defende.
Leia a reportagem completa na página da Adap.
Acesse as publicações da Adap no Portal Tech4Health.
Fonte: Ana Raquel Périco Mangili, Associação de Deficientes Auditivos, Pais, Amigos e Usuários de Implante Coclear – ADAP. Imagem: Pixabay.
Leia também:
A evolução dos critérios de indicação ao implante coclear
A Fundação Dorina Nowill e o apoio à pessoa com deficiência visual
Associação auxilia portadores de deficiência auditiva que necessitam de implante coclear
Atividade física adaptada para crianças com deficiência
Aumento de cotas para pessoas reabilitadas ou com deficiência
Bahia faz parceria internacional para produção de próteses e testes rápidos
Cadeira de rodas permite movimentação na posição ereta
Cursos gratuitos e a distância para profissionais de saúde
Equipamento para avaliação física de paraplégicos
Estudante desenvolve pulseira que ajuda pessoas com deficiência a usar computador sem teclado
Estudo da OMS aponta que mais de 1,1 bilhão de pessoas correm risco de perda auditiva
Finep apoia o desenvolvimento da primeira handbike de competição brasileira
Implantes cocleares: tecnologia preenchendo o silêncio com o som da vida
Mulher com deficiência e o SUS
Neuromodulação auxilia reabilitação após AVC ou lesão medular
Novas Crônicas da Surdez: um relato dos caminhos do implante coclear
Novo software é ferramenta de inclusão social para pessoas com autismo
Óculos para auxiliar pessoas com deficiência visual é desenvolvido na Ufam
Perda da audição em crianças pode ser evitada em 60% dos casos
Reabilitação Infantil no ambulatório da Rede Lucy Montoro
Startup desenvolve aparelho de audição inovador
Surdonews: comunicação sem barreiras
Teatro-dança para pessoas com deficiência
Triciclo para pessoas com lesão na medula usa estimulação elétrica
Em suas publicações, o Portal Tech4Health da Rede T4H tem o único objetivo de divulgação científica, tecnológica ou de informações comerciais para disseminar conhecimento. Nenhuma publicação do Portal Tech4Health tem o objetivo de aconselhamento, diagnóstico, tratamento médico ou de substituição de qualquer profissional da área da saúde. Consulte sempre um profissional de saúde qualificado para a devida orientação, medicação ou tratamento, que seja compatível com suas necessidades específicas.
Os comentários constituem um espaço importante para a livre manifestação dos usuários, desde que cadastrados no Portal Tech4Health e que respeitem os Termos e Condições de Uso. Portanto, cada comentário é de responsabilidade exclusiva do usuário que o assina, não representando a opinião do Portal Tech4Health, que pode retirar, sem prévio aviso, comentários postados que não estejam de acordo com estas regras.
Apenas usuários cadastrados no Portal tech4health t4h podem comentar, Cadastre-se! Por favor, faça Login para comentar