Notícia
Professores precisam se adaptar à individualidade de alunos com Síndrome de Down
Troca de experiências ajuda a enfrentar os desafios da educação inclusiva
prostooleh via Freepik
Fonte
Jornal da USP
Data
quarta-feira, 3 abril 2024 10:25
Áreas
Educação. Educação Inclusiva. Ensino. Licenciatura.
Como professores podem trabalhar a inclusão de jovens com síndrome de Down nas salas de aula?
Para responder essa pergunta, André Catazone, representando a Associação Síndrome de Down de Ribeirão Preto (RibDown), se reuniu com licenciandos em Química da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FFCLRP-USP) para uma troca de experiências.
No encontro realizado recentemente e organizado pela Dra. Daniela Favacho, professora do Departamento de Química da FFCLRP-USP, os estudantes fizeram questionamentos, considerando as experiências que tiveram durante estágios em escolas de Ribeirão Preto, e o jovem apresentou sua perspectiva sobre o ensino às pessoas com a síndrome através da própria vivência na escola.
Dentre os desafios que enfrentava no período escolar, estavam os próprios docentes. Ao Jornal da USP, André Catazone explicou que o ritmo acelerado das aulas e as habilidades pedagógicas dos profissionais (com explicações complexas) não se adaptavam à sua realidade. Um exemplo, apresentado durante o evento, foi quando tirou zero em uma prova, “não por falta de capacidade, mas pela falta de adaptação do professor” às necessidades do aluno.
André Catazone informou que tinha mais facilidade quando o professor, em aulas de ciências, utilizava recursos visuais, atividades práticas e explorava espaços fora da sala de aula. Além disso, para o jovem, o bom professor precisa ter paciência e “não ficar irritado”, considerando que “cada pessoa tem seu tempo”.
Conscientização
Os licenciandos reconhecem a importância dos investimentos e da conscientização pedagógica em uma educação inclusiva. “Nós, como futuros professores, temos que conseguir, ou ao menos tentar, incluir todos os alunos em nossas aulas”, afirmou a estudante Thainá Peralta, que estava presente no encontro.
A aluna também alegou que os depoimentos de Catazone oferecem uma nova perspectiva para a construção das atividades didáticas. Para ela, as palavras serão importantes “no momento de ver o aluno como pessoa e não como apenas um número dentro da sala de aula”.
Michelly Vaccari, psicóloga da RibDown, ressaltou a relevância de criar espaços de diálogo como este, em que diferentes perspectivas se encontram. “O André tem o direito de estar em todos os lugares que desejar e ter sua voz ouvida é fundamental para reconhecer o outro, seus desafios e potencialidades”, afirmou. Júlia Cintra Faria, também psicóloga da organização, complementou que a diferença “abre um leque de possibilidades de aprendizado e não deve ser vista como um obstáculo”.
Para a professora Daniela Favacho, o objetivo da atividade foi alcançado e a experiência proporcionou aos alunos “uma maior conscientização sobre a inclusão”. A professora acredita que “estamos formando uma geração de futuros professores que construirão uma sociedade verdadeiramente inclusiva”. Para André Catazone, a experiência foi “muito boa” e pôde ver que “os futuros professores querem ensinar.”
Acesse a notícia completa na página do Jornal da USP.
Fonte: Felipe Faustino, Jornal da USP. Imagem: prostooleh via Freepik.
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