Notícia

Processo inovador pode desinfetar continuamente superfícies que as pessoas tocam

Joseph Chan via Unsplash

Fonte

Universidade Princeton

Data

segunda-feira, 19 outubro 2020 11:05

Áreas

Biotecnologia. Física Médica. Saúde Pública.

Uma invenção que aplica plasma para a desinfecção contínua pode ser uma maneira segura, eficaz e não química de reduzir patógenos em várias superfícies, como corrimãos de escadas rolantes e outras superfícies tocadas por muitas pessoas. É o que dizem os inventores, que são pesquisadores do Laboratório de Física de Plasma da Universidade Princeton, nos Estados Unidos.

A invenção (com patente requerida) direciona plasma frio a partir de diferentes orientações para manter as superfícies desinfetadas sem o uso de desinfetantes, sprays, luz ultravioleta ou outras soluções de base química.

“Esta é uma solução contínua e in-situ para a desinfecção de superfícies que as pessoas tocam com frequência”, disse o Dr. Charles Gentile, um dos inventores. Ele desenvolveu a tecnologia com o Dr. Kenneth Silber, do Departamento de Tecnologia da Informação da Universidade Princeton.

A tecnologia pode ser usada em superfícies como as barras do metrô e catracas, escadas rolantes, botões de elevador, telas sensíveis ao toque, máquinas de venda automática, caixas eletrônicos,  correias transportadoras de caixas de supermercado, corrimãos de elevadores, interfones de edifícios, maçanetas de entrada e barras de pressão, e microfones compartilhados, para citar alguns exemplos.

“São lugares onde essa tecnologia poderia funcionar perfeitamente. A tecnologia fornece um método compacto, eficiente e barato de geração de plasma com o propósito de desinfetar superfícies ”, disseram os inventores.

Silber disse que a ideia surgiu enquanto ele estava pensando em retornar ao seu local de trabalho e estava tentando encontrar uma maneira de manter os aplicativos de desinfetante para as mãos automatizados no PPPL para que as maçanetas das portas de entrada ou barras e superfícies do banheiro já fossem desinfetadas quando alguém precisasse . Ele inicialmente imaginou um sensor que iria borrifar antes que a pessoa tocasse a superfície. Depois de conversar com Gentile, agora aposentado do PPPL, eles sugeriram o uso de uma nova geometria de implantação para direcionar plasma frio contínuo em superfícies-alvo.

“Empregando nossa abordagem, você não precisa ficar limpando tudo. A tecnologia fica continuamente desinfetando. Imagine, todas as noites, não ter que limpar as barras e puxadores dos vagões do metrô”, destacou o Dr. Kenneth Silber.

O plasma é um desinfetante natural – vírus e bactérias são mortos quando expostos a ele. O plasma é onipresente e constitui 99% do universo visível. Na Terra, o plasma é usado em telas de TV, fabricação de semicondutores, letreiros de neon e pode ser visto em relâmpagos e na aurora boreal. Mas o plasma para esta invenção, conhecido como plasma frio, não aquece a mais que 49ºC.

A tecnologia tem várias vantagens, disse o Dr. Gentile. Desinfetantes líquidos à base de álcool podem causar problemas de saúde e isso elimina esse problema. O tratamento ultravioleta cria sombras que bloqueiam algumas áreas a serem desinfetadas. A tecnologia de plasma também elimina essa limitação. Além disso, o sistema opera continuamente e sem custo de mão de obra, pois ninguém precisa perder tempo limpando as superfícies.

“Sabemos que o plasma mata os vírus. Nós sabemos como fazer plasma barato e sabemos como fazer plasma de baixa temperatura. O desafio é projetar uma configuração de implantação in-situ que funcione em vários aplicações. Essa é a tecnologia que desenvolvemos. ”

O dispositivo emprega tecnologia de descarga piezoelétrica para produzir plasma. Dispositivos piezoelétricos são usados ​​em muitas aplicações, desde a ignição de churrasqueiras a gás até válvulas de resposta rápida em tecnologias baseadas em vácuo.

Embora pesquisas tenham mostrado que as superfícies não são um vetor significativo para a transmissão da COVID-19, esta tecnologia pode reduzir os casos de gripe, resfriado comum e qualquer outra infecção que você possa pegar tocando em superfícies contaminadas, dizem os inventores. “Existem 3 milhões de escadas rolantes nos Estados Unidos, com dois corrimãos cada. São 6 milhões de corrimãos tocados diariamente. Imagine se pudéssemos mantê-los constantemente desinfetados”, ressaltaram os especialistas.

“Esta tecnologia tem o potencial de higienizar continuamente as superfícies comumente tocadas. A tecnologia está disponível para licenciamento e estamos discutindo ativamente como levar a invenção do laboratório para o mercado, já com várias partes interessadas”, concluiu o Dr. Chris Wright, do Departamento de Licenciamento da Universidade Princeton.

Acesse a página de licenciamento da tecnologia da Universidade Princeton (em inglês).

Acesse a notícia completa na página da Universidade Princeton (em inglês).

Fonte: Larry Bernard, Laboratório de Física de Plasma da Universidade Princeton. Imagem: Joseph Chan via Unsplash.

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