Notícia

Preditor de deterioração da saúde do paciente pode ultrapassar os limites dos sinais vitais tradicionais

Tecnologia desenvolvida na Universidade de Michigan usa continuamente dados de uma única derivação de eletrocardiograma

Fifth Eye, Inc.

Fonte

Universidade de Michigan

Data

sábado, 23 julho 2022 13:20

Áreas

Bioeletrônica. Bioinformática. Cardiologia. Ciência de Dados. Diagnóstico. Emergência. Empreendedorismo. Engenharia Biomédica. Inteligência Artificial. Medicina.

Um dispositivo que usa inteligência artificial e funciona para detectar e prever a instabilidade hemodinâmica de um paciente pode fornecer uma leitura mais precisa da deterioração da saúde do que as medições tradicionais de sinais vitais, sugere um novo estudo da Escola de Medicina da Universidade de Michigan, nos Estados Unidos.

Os pesquisadores capturaram dados de mais de 5.000 pacientes adultos da Michigan Health com o Analytic for Hemodynamic Instability (AHI). Desenvolvido no Instituto de Pesquisa e Inovação em Cuidados Críticos da Universidade de Michigan, o AHI é um software projetado para detectar e prever alterações no estado hemodinâmico em tempo real usando dados de uma única derivação de eletrocardiograma. Os pesquisadores compararam os resultados com medições de sinais vitais padrão ouro de frequência cardíaca contínua e pressão arterial medida por monitoramento arterial invasivo em várias unidades de terapia intensiva para determinar se o AHI poderia indicar instabilidade hemodinâmica em tempo real.

Eles descobriram que o AHI detectou indicações padrão de instabilidade hemodinâmica, uma combinação de frequência cardíaca elevada e pressão arterial baixa, com sensibilidade de quase 97% e especificidade de 79%. Os resultados foram publicados na revista científica Critical Care Explorations.

As descobertas sugerem que o AHI pode ser capaz de fornecer recursos de monitoramento dinâmico contínuo em pacientes que tradicionalmente têm medições estáticas intermitentes de sinais vitais, disse o Dr. Ben Bassin, autor sênior  do estudo e  diretor do Joyce and Don Massey Family Foundation Emergency Critical Care Center e professor de Medicina de Emergência na Escola de Medicina da Universidade de Michigan.

“O AHI tem um desempenho extremamente bom e funciona de uma maneira que achamos que pode ter utilidade clínica transformadora”, disse o Dr. Bassin. “A maioria das medições de sinais vitais é estática, sujeita a erro humano e requer validação e interpretação. O AHI é o oposto disso. É dinâmico, produz uma saída binária de ‘estável’ ou ‘instável’ e pode permitir a utilização precoce de recursos para pacientes que podem não estar no radar de um médico”, continuou o especialista.

Os sinais vitais tradicionais têm limitações, incluindo precisão limitada no monitoramento não invasivo e o fato de que pacientes que não apresentam risco óbvio de deterioração imediata só são monitorados periodicamente a cada 4-6 horas ou mais. O AHI, que foi aprovado pela agência Food and Drug Administration (FDA) dos Estados Unidos em 2021 e licenciado para empresa Fifth Eye, Inc. (uma startup originada na Universidade de Michigan), foi projetado para atender a essas limitações.

“A visão do AHI nasceu de nossa incapacidade contínua de identificar pacientes instáveis e prever quando os pacientes se tornariam instáveis, especialmente em ambientes onde não podem ser monitorados intensivamente”, disse o Dr. Kevin Ward, coautor do estudo, diretor executivo do Instituto Weil e professor de Medicina de Emergência e Engenharia Biomédica na Escola de Medicina da Universidade de Michigan.

“O AHI é ideal para ser utilizado com monitores portáteis, como patches de ECG, que podem transformar qualquer cama de hospital, sala de espera ou outro ambiente em um ambiente de monitoramento sofisticado. A implicação de tal tecnologia é que ela tem o potencial de salvar vidas não apenas no hospital, mas também em casa, na ambulância e em campo”, concluiu o Dr. Kevin Ward.

Acesse o artigo científico completo (em inglês).

Acesse a notícia completa na Escola de Medicina da Universidade de Michigan (em inglês).

Fonte: Noah Fromson, Escola de Medicina da Universidade de Michigan. Imagem: Fifth Eye, Inc.

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