Notícia

Pesquisadores austríacos desenvolvem vasos sanguíneos sintéticos

Em alguns anos, resultado da pesquisa pode ser usado para substituir os vasos naturais obstruídos

Divulgação, Universidade Tecnológica de Viena

Fonte

Universidade Tecnológica de Viena

Data

domingo, 10 maio 2015 07:30

Áreas

Biomateriais. Biotecnologia.

Vasos sanguíneos com algum tipo de obstrução constituem um sério risco à saúde do ser humano. Muitas vezes, é necessário substituir um vaso sanguíneo – seja por outro vaso retirado de outra parte do corpo, ou mesmo por próteses vasculares artificiais. Em parceria, pesquisadores da Universidade Tecnológica de Viena (Technische Universitat Wien) e da Universidade Médica de Viena (Medizinische Universitat Wien) desenvolveram vasos sanguíneos artificiais feitos de um elastômero (polímero viscoelástico) especial, que tem excelentes propriedades mecânicas. Com o tempo, estes vasos sanguíneos artificiais são substituídos pelo material endógeno. No final deste processo restaurador, um vaso natural e totalmente funcional surgirá no lugar. O método já foi testado com sucesso em ratos.

Doenças vasculares ateroscleróticas são uma das causas mais comuns de morte no mundo. Nesta situação, uma operação de by-pass (caminho alternativo, ou “ponte”) é muitas vezes a única solução. Normalmente, os vasos sanguíneos são retirados de outra parte do corpo do paciente e utilizados para substituir o vaso danificado. Graças a este projeto desenvolvido em conjunto pelas duas universidades austríacas, os vasos fabricados artificialmente devem ser usados ​​com mais freqüência em um futuro próximo.

A parte mais importante do estudo é encontrar um material adequado. Os materiais artificiais que têm sido utilizados até agora não são idealmente biocompatíveis. O vaso sanguíneo pode ficar facilmente obstruído, especialmente se for de pequeno calibre.

Os pesquisadores, então, desenvolveram novos polímeros. “Estes são os chamados poliuretanos termoplásticos“, explica o Dr. Robert Liska do Instituto de Química Sintética Aplicada da Universidade Tecnológica de Viena. “Ao selecionar blocos moleculares muito específicos conseguimos sintetizar um polímero com as propriedades desejadas.”

Para produzir as próteses vasculares, soluções de polímero foram centrifugadas num campo eléctrico de modo a formar fios muito finos e enrolados em um carretel. “A parede destes vasos sanguíneos artificiais é muito semelhante ao dos naturais”, diz o Dr. Heinz Schima, da Universidade Médica de Viena. O tecido polimérico é ligeiramente poroso e, portanto, permite que uma pequena quantidade de sangue possa passar através da parede. Isto estimula a migração de células endógenas. A interação entre o material e o sangue foi estudada pela Dra. Martina Marchetti, da Universidade Tecnológica de Viena, utilizando métodos de espectrometria de massa.

O novo método já se revelou bem sucedido em experimentos com ratos. “Os vasos sanguíneos de ratos foram examinados seis meses após a inserção das próteses vasculares“, diz a Profa. Helga Bergmeister, da Universidade Médica de Viena. “Nós não encontramos nenhum aneurisma, trombose ou inflamação. Células endógenas tinham colonizado as próteses vasculares, transformando a construção artificial em tecido natural do corpo. “Na verdade, o tecido natural do corpo cresceu novamente e muito mais rapidamente do que o esperado, o que indica que o período de degradação dos tubos de plástico pode ser ainda menor. Outras adaptações estão sendo testadas para este material.

Mais ensaios pré-clínicos são necessários antes que os vasos sanguíneos artificiais possam ser utilizados em seres humanos. No entanto, com base nos resultados obtidos até agora, a equipa de pesquisa está muito confiante que o novo método poderá ser utilizado em humanos em poucos anos.

Veja o resumo do trabalho científico original, publicado na revista Acta Biomaterialia 11 (2015).

Fonte: Florian Aigner, Universidade Tecnológica de Viena. Tradução: Tech4Health.

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