Notícia

Pesquisadores desenvolvem ‘tattoos’ para células individuais

Nova tecnologia envolvendo pontos e fios aderidos a células vivas pode algum dia fornecer alertas precoces para problemas de saúde

Kam Sang Kwok e Soo Jin Choi, Laboratório do Dr. David Gracias, Universidade Johns Hopkins

Fonte

JHU | Universidade Johns Hopkins

Data

sexta-feira, 11 agosto 2023 15:10

Áreas

Bioeletrônica. Bioengenharia. Biologia. Engenharia Biológica. Engenharia Biomédica. Microbiologia. Nanotecnologia.

Engenheiros desenvolveram ‘tattoos’ em nanoescala – pontos e fios que aderem a células vivas – em um avanço que coloca os pesquisadores um passo mais perto de rastrear a saúde de células individuais.

A nova tecnologia permite pela primeira vez a colocação de elementos ópticos ou eletrônicos em células vivas com matrizes semelhantes a tatuagens, que aderem às células enquanto se flexionam e se adaptam à estrutura externa úmida e fluida das células.

“Se você imaginar para onde tudo isso vai dar no futuro, gostaríamos de ter sensores para monitorar e controlar remotamente o estado de células individuais e o ambiente que as cerca em tempo real”, disse o Dr. David Gracias, professor de Engenharia Química e Biomolecular da Universidade Johns Hopkins, nos Estados Unidos, que liderou o desenvolvimento da tecnologia. “Se tivéssemos tecnologias para rastrear a saúde de células isoladas, talvez pudéssemos diagnosticar e tratar doenças muito mais cedo e não esperar até que todo o órgão fosse danificado”.

Os detalhes do estudo foram publicados na revista científica Nano Letters.

O professor David Gracias, que trabalha no desenvolvimento de tecnologias de biossensores não tóxicas e não invasivas para o corpo, disse que as tatuagens preenchem a lacuna entre células ou tecidos vivos e sensores convencionais e materiais eletrônicos. Essas tecnologias são essencialmente como códigos de barras ou códigos QR, disse o pesquisador: “Estamos falando de colocar algo como uma tatuagem eletrônica em um objeto vivo dezenas de vezes menor que a cabeça de um alfinete. É o primeiro passo para anexar sensores e eletrônicos em células vivas”.

As estruturas foram capazes de aderir às células por 16 horas, mesmo quando as células se moviam.

Os pesquisadores construíram as tatuagens na forma de matrizes com ouro, um material conhecido por sua capacidade de evitar perda de sinal ou distorção na ligação eletrônica. Eles anexaram as matrizes às células que produzem e sustentam o tecido do corpo humano, chamadas fibroblastos. As matrizes foram então tratadas com ‘colas moleculares’ e transferidas para as células usando um filme de hidrogel de alginato, um laminado semelhante a gel que pode ser dissolvido depois que o ouro adere à célula. A ‘cola molecular’ na matriz se liga à matriz extracelular.

Pesquisas anteriores demonstraram como usar hidrogéis para colar nanotecnologias na pele humana e nos órgãos internos dos animais. Ao mostrar como aderir nanofios e nanopontos em células individuais, a equipe do professor Gracias está abordando o desafio de longa data de tornar sensores ópticos e eletrônicos compatíveis com matéria biológica no nível de célula única.

“Mostramos que podemos anexar nanopadrões complexos a células vivas, garantindo que a célula não morra”, disse o professor David Gracias. “É um resultado muito importante que as células possam viver e se mover com os ‘tattoos’ porque muitas vezes há uma incompatibilidade significativa entre as células vivas e os métodos que os engenheiros usam para fabricar eletrônicos”.

A capacidade da equipe de anexar os pontos e fios em uma forma de matriz também é crucial. Para usar essa tecnologia no rastreamento da bioinformação, os pesquisadores devem ser capazes de organizar os sensores e suas ligações em padrões específicos, não muito diferente de como eles são organizados em chips eletrônicos.

“Esta é uma matriz com espaçamento específico, não um monte de pontos aleatórios”, explicou o Dr. Gracias.

A equipe planeja agora tentar anexar nanocircuitos mais complexos que possam permanecer no local por períodos mais longos. Os pesquisadores também querem experimentar diferentes tipos de células.

Acesse o resumo do artigo científico (em inglês).

Acesse a notícia completa na página da Universidade Johns Hopkins (em inglês).

Fonte: Roberto Molar Candanosa, Universidade Johns Hopkins. Imagem: matriz de nanopontos de ouro (cores falsas) em uma célula de fibroblasto. Fonte: Kam Sang Kwok e Soo Jin Choi, Laboratório do Dr. David Gracias, Universidade Johns Hopkins.

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