Notícia

Pesquisadores desenvolvem sistema de identificação direcional de fonte sonora para auxiliar pessoas com deficiência auditiva

Protótipo tem como foco a detecção da direção sonora e faz uso de inteligência artificial para melhorar a acessibilidade de pessoas com deficiência auditiva

Reprodução, UFLA

Fonte

UFLA | Universidade Federal de Lavras

Data

sexta-feira, 1 outubro 2021 06:35

Áreas

Eletrônica. Engenharia Biomédica. Otorrinolaringologia.

As pessoas com deficiência auditiva ainda enfrentam muitos obstáculos, como a locomoção em vias públicas e o acesso aos transportes públicos. Ao unir ciência, tecnologia e vivência pessoal, o pesquisador William Machado, mestrando do Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Sistemas e Automação da Universidade Federal de Lavras (PPGESISA/UFLA), desenvolveu  um protótipo para detecção da direção sonora, que faz uso de inteligência artificial e propõe a acessibilidade. Com o equipamento, é possível auxiliar o deficiente auditivo na locomoção no ambiente urbano, evitando acidentes e proporcionando conforto e sensação de pertencimento aos espaços pelos quais todos circulam.

O pesquisador relata que o trabalho teve várias motivações, mas a principal delas foi a acessibilidade. “Pela minha vivência, há uma dificuldade para deficientes auditivos na locomoção do dia a dia, principalmente na identificação dos tipos de sons e da direção em que o objeto sonoro está. Por exemplo, se não prestar muita atenção ao se locomover na rua, dependendo do grau da perda auditiva, não é possível à pessoa com deficiência auditiva escutar o barulho do automóvel”, explicou o pesquisador.

O sistema, já em fase de patente, detecta a direção pela qual um carro, por exemplo, se aproxima da pessoa. Assim que o sistema detecta a direção, ele vibra e alerta o usuário em que direção o objeto se aproxima. “Se um usuário estiver de costas para a rua e houver um automóvel se aproximando do lado direito, o sistema capta os sons, com isso ele irá vibrar e alertar o usuário, indicando a direção do objeto”, destacou o Dr. Wilian Soares Lacerda, professor do Departamento de Automática da Escola de Engenharia (EE/UFLA) e orientador da pesquisa.

Os resultados obtiveram uma taxa de acerto de até 100% nos casos testados em simulação; já os testes em um ambiente real controlado obtiveram uma acurácia de até 85,5%. Foram utilizados diversos tipos de sons, como barulho de carro, tambor, apito, gerador de frequência sonora, entre outros. O principal impacto da pesquisa é que existe a possibilidade de ajudar as pessoas e evitar acidentes no trânsito, como atropelamentos.

Outro resultado almejado foi a construção de um protótipo de baixo custo, pois a maioria dos objetos utilizados foram coletados em reciclagem. Alguns componentes eletrônicos, como microcontrolador, resistores, capacitores, fios, entre outros, foram coletados de outros equipamentos que estavam na sucata do laboratório.

A pesquisa teve caráter interdisciplinar e perpassou várias áreas, desde Física, Matemática, Eletrônica, Inteligência Artificial, Sistemas Embarcados, até Acessibilidade.

“Sistemas Embarcados e a Inteligência Artificial, ou IA, são áreas que estão em grande destaque. Hoje em dia utilizamos muitas coisas que possuem essas duas tecnologias, como por exemplo automóveis, eletrodomésticos, casas inteligentes, ou seja, temos diversos dispositivos que possuem IA e Sistemas Embarcados. Até mesmo aparelhos eletrônicos e dispositivos como Alexa, que são capazes de realizar tarefas por meio de comandos de voz”, ressaltou William Machado.

O estudo teve o apoio do Dr. Danton Diego Ferreira, também professor do PPGESISA/UFLA, do profissional de TI Guilherme Rezende, e de Luciano Mendes dos Santos, responsável técnico pelo Laboratório de Eletrônica do Departamento de Ciência da Computação.

Assista ao vídeo de apresentação do protótipo:

Acesse a notícia completa na página da UFLA.

Fonte: Comunicação UFLA. Imagem: Reprodução, UFLA. Vídeo: Divulgação, UFLA.

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