Notícia

Pesquisadores conseguem inibir a migração de células cancerígenas com ultrassom

CSIC-UPM

Fonte

UPM | Universidade Politécnica de Madri

Data

domingo, 16 abril 2023 18:40

Áreas

Biologia. Física Médica. Medicina. Oncologia. Saúde Pública.

Uma equipe científica multidisciplinar conduziu o primeiro estudo de prova de conceito demonstrando os efeitos físicos da estimulação ultrassônica na migração de células tumorais pancreáticas. Pela primeira vez, a pesquisa em células tumorais pancreáticas cultivadas em monocamada mostrou como essas células respondem ao ultrassom de baixa intensidade, inibindo sua migração por 48h a 72h. São testes in vitro que, se confirmados in vivo, abririam as portas para o desenvolvimento de futuras estratégias não invasivas para interromper o crescimento de tumores sólidos.

O estudo contou com a colaboração dos pesquisadores Dra. Virginia Yagüe-Jiménez e Dr. José Luis Blanco-Murillo, do Centro de Processamento de Informação e Telecomunicações (IPTC) da Universidade Politécnica de Madri (UPM) e foi conduzido pelo Instituto de Tecnologias Físicas e da Informação ‘Leonardo Torres Quevedo’ do Conselho Superior de Investigação Científica (ITEFI-CSIC). Os resultados foram publicados na revista científica Frontiers in Cell and Developmental Biology.

O crescimento de tumores sólidos é acompanhado por processos de proliferação e migração de células cancerígenas. O controle desses processos é, portanto, uma área de pesquisa muito interessante para o tratamento do câncer. Nesse contexto, uma equipe de pesquisadores, formada por um pesquisador do Centro de Processamento da Informação e Telecomunicações da UPM, tem estudado o efeito da radiação não ionizante com ultrassom no processo de migração coletiva de células tumorais pancreáticas.

Especificamente, foram realizadas pesquisas in vitro em amostras de células de câncer pancreático de monocamada. Sobre elas foi aplicada uma dose de 15 ou 20 minutos de ultrassom de baixa intensidade em determinadas condições acústicas. Os pesquisadores mostraram que isso inibe a capacidade de movimentação celular por longos períodos de tempo, paralisando o progresso coletivo e individual das células por dois ou até mesmo até três dias após o tratamento. Paralelamente, também foi observada a inibição em processos de proliferação celular, algo que está sendo investigado atualmente.

Na opinião da Dra. Icíar González, pesquisadora coordenadora do estudo, “os resultados deste trabalho abrem as portas para o desenvolvimento de futuras estratégias não invasivas para paralisar o crescimento de tumores sólidos, já que a radiação não ionizante com ultrassom seria um método não invasivo, de baixo custo e de fácil aplicação”.

Atualmente, o grupo de pesquisa está desenvolvendo um dispositivo ultrassônico específico ajustável a camundongos para iniciar experimentos in vivo em breve, em colaboração com pesquisadores da Universidade do País Basco e do Instituto Ramón y Cajal de Pesquisa em Saúde, na Espanha.

Acesse o artigo científico completo (em inglês).

Acesse a notícia completa na página da Universidade Politécnica de Madri (em espanhol).

Fonte: UPM. Imagem: Células de câncer pancreático PANC-1 durante um processo de migração celular. Foto obtida no ITEFI-CSIC e processada por V. Yagüe-Jiménez e J.L. Blanco-Murillo, ETSIT-UPM. Fonte: CSIC-UPM.

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