Notícia
Pesquisa revela que bebês sentem dor como adultos
Universidade de Oxford realiza estudo pioneiro de mapeamento cerebral de bebês sujeitos a estímulos de dor

Divulgação, Universidade de Oxford
Fonte
Universidade de Oxford e Revista eLife
Data
terça-feira, 21 abril 2015 17:50
Áreas
Pediatria. Imagens Médicas. Ressonância Magnética.
A compreensão limitada da dor infantil levou à sua falta de reconhecimento na prática clínica. Enquanto a rede de regiões cerebrais que codificam os aspectos afetivos e sensoriais da dor no adulto estão bem descritas, as estruturas do cérebro envolvidas no processamento nociceptivo infantil são completamente desconhecidas, o que significa que não se pode inferir qualquer coisa sobre a natureza da experiência de dor infantil.
Usando testes clínicos em aparelhos de Ressonância Magnética Funcional (fMRI), pesquisadores da Universidade de Oxford, na Inglaterra, identificaram a rede de regiões do cérebro que ficam ativas após o estímulo agudo em recém-nascidos, e comparou a atividade ao observado em adultos.
O estudo analisou 10 crianças saudáveis com idades entre um e seis dias de idade e 10 adultos saudáveis com idades entre 23 e 36 anos. Os bebês foram recrutados a partir do Hospital John Radcliffe, em Oxford, e voluntários adultos foram recrutados entre estudantes e a equipe da Universidade de Oxford.
Durante a pesquisa, os bebês, acompanhados pelos pais e corpo clínico, foram posicionados em um scanner de ressonância magnética enquanto dormiam. Exames de ressonância magnética foram então realizados enquanto os bebês recebiam uma leve “picada” em seus pés – como se fosse a picada de um lápis – leve o suficiente para não acordá-los. Esses exames foram então comparados com imagens do cérebro de adultos expostos ao mesmo estímulo de dor.
Os pesquisadores descobriram que 18 das 20 regiões cerebrais ativas durante a dor em adultos estavam ativas em bebês. Os resultados da ressonância magnética também mostraram que os cérebros dos bebês tiveram a mesma resposta a um fraco ‘puxão’, como ocorreu em adultos com um estímulo quatro vezes mais forte. Os resultados sugerem que não só os bebês têm uma experiência com a dor muito parecida com os adultos, mas que eles também têm um limiar de dor mais baixo.
“Até recentemente as pessoas não achavam possível estudar a dor em bebês usando ressonância magnética, porque, ao contrário dos adultos, eles não ficavam parados no scanner! ‘ disse a Dra. Rebeccah Slater, do Departamento de Pediatria da Universidade de Oxford, principal autora do artigo científico. “No entanto, como os bebês que estão com menos de uma semana de idade são mais dóceis do que os bebês mais velhos, foi mais fácil esperar que dormissem dentro do equipamento de fMRI para que, pela primeira vez, pudéssemos estudar a dor na criança verificando a atividade cerebral usando ressonância magnética.
“Isto é particularmente importante quando se trata de dor: obviamente os bebês não podem dizer-nos sobre a sua experiência de dor e é difícil inferir a dor a partir de observações visuais. Na verdade, algumas pessoas têm argumentado que os cérebros dos bebês “não estão desenvolvidos o suficiente para que eles realmente sintam a dor, sendo qualquer reação apenas um reflexo – Nosso estudo fornece a primeira evidência muito forte de que este não é o caso.”, completa a Dra, Rebeccah.
Os pesquisadores dizem que agora é possível “ver a dor acontecer” dentro do cérebro infantil e que ela se parece muito com a dor em adultos.
A pesquisa está publicada na revista científica eLife. Acesse o artigo completo (em inglês) e veja o vídeo no YouTube.
Fonte: Universidade de Oxford e Revista eLife
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