Notícia
Pesquisa mostra avanço no tratamento da ‘boca seca’ com laser em pacientes que passaram por Radioterapia
Estudo visa avaliar o uso da laserterapia em pacientes com xerostomia
A xerostomia, termo usado para designar a sensação de boca seca, é muito mais recorrente do que se pode imaginar e está relacionada a diversos fatores. Estudo realizado no âmbito do Programa de Apoio à Iniciação Científica (PAIC) pela graduanda Bruna Cruz, do 9º período do curso de Odontologia da Universidade Nilton Lins, visa avaliar o uso da laserterapia em pacientes da Fundação Centro de Controle de Oncologia do Estado do Amazonas (FCECON), afetados pela xerostomia em decorrência de Radioterapia na região de cabeça e pescoço.
De acordo com a estudante, a laserterapia é um tratamento feito à base de laser de baixa potência e no caso específico do estudo, o objetivo é que a sua aplicação favoreça a proliferação de novas células de maneira a ampliar a produção das glândulas salivares. O projeto abrange pacientes pós-radioterapia, que não procuraram inicialmente o serviço de saúde para tratar o problema; porém, há casos em que a aplicação do laser é feita em paralelo com a radioterapia.
Os resultado da primeira etapa da pesquisa já revelam sinais de melhoria da qualidade vida dos pacientes assistidos. O primeiro que finalizou o tratamento aumentou 0,11 mililitros de saliva por exemplo. “Tinham pacientes que levantavam de seis a sete vezes à noite para beber água e hoje, levantam uma vez”, comenta Bruna Cruz. “Se para nós esse aumento da produção de saliva não é expressivo, para o paciente já está sendo muito importante”, completou.
Quando não tratada corretamente, a xerostomia pode causar problemas graves de saúde, uma vez que a saliva possui diversas funções, entre as quais lubrificar e umedecer o interior da boca, facilitando a própria fala; atuar na formação do bolo alimentar a ser digerido e ainda auxiliar no controle da quantidade de água no organismo. Pacientes xerostômicos têm a pele e lábios secos, podem ter problemas na fonação e também sofrer das chamadas infecções oportunistas, como candidíase oral (infecção causada pelo excesso de fungo na boca) e mucosite (inflamação nas mucosas orais). “Têm pessoas que precisam andar com bombom, chiclete, garrafinha com água o tempo todo e em casos mais graves, os médicos chegam a prescrever salivas artificiais”, comenta a graduanda de Medicina.
O estudo foi apresentado durante a primeira edição deste ano da Jornada de Iniciação Científica, organizada pela Diretoria de Ensino e Pesquisa da FCECON. O objetivo do evento foi avaliar resultados parciais de 35 pesquisas. Dessas, 24 recebem apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (FAPEAM).
A orientadora do projeto, a professora Dra. Liz Mizobe Ono, frisa que as apresentações são parciais e a análise por parte dos componentes da banca examinadora é extremamente necessária porque auxilia no alinhamento dos projetos. Segundo ela, alguns trabalhos são voltados à qualidade de vida do paciente, como é o caso da pesquisa de tratamento da xenofobia com laserterapia, e outros para a melhoria do atendimento.
Conforme a diretora-técnica de Ensino e Pesquisa da FCECON, a professora Dra. Kátia Luz Torres, o Programa de Iniciação Científica tem a missão de provocar nos alunos esse processo de aprendizagem do método científico e a jornada tem a característica de propiciar a avaliação de projetos de estudo científico em andamento na FCecon. “Temos egressos do PAIC, que começou há oito anos na Fundação, e hoje, estão fazendo Mestrado e Doutorado”, ressaltou a diretora.
Fonte: Confap e Fapeam. Imagem: Pixabay.
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