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Pesquisa indica que treino combinado, com exercícios aeróbicos e de resistência, reduz riscos de doenças cardiovasculares

Drazen Zigic via Freepik

Fonte

Iowa State | Universidade Estadual de Iowa

Data

segunda-feira, 22 janeiro 2024 19:30

Áreas

Biologia. Cardiologia. Educação Física. Estudo Clínico. Metabolismo. Saúde Pública.

Um conjunto robusto de evidências mostra que o exercício aeróbico pode reduzir os riscos de doenças cardiovasculares, especialmente para pessoas com excesso de peso ou obesas. Mas poucos estudos compararam resultados com exercícios de resistência – também conhecidos como treinamento de força ou musculação – ou com regimes de treino que são metade aeróbicos e metade de resistência.

Neste cenário, pesquisadores da Universidade Estadual de Iowa (Iowa State), nos Estados Unidos, conduziram um dos maiores e mais longos estudos com exercícios supervisionados para ajudar a preencher essa lacuna.

Os resultados, publicados na revista científica European Heart Journal, indicaram que dividir a quantidade recomendada de atividade física entre exercícios aeróbicos e de resistência reduz os riscos de doenças cardiovasculares tanto quanto os regimes apenas aeróbicos. Os exercícios de resistência por si só durante o mesmo período de tempo não proporcionou os mesmos benefícios à saúde cardíaca quando comparado ao grupo controle.

“Se você está entediado com exercícios aeróbicos e quer variedade ou tem dores nas articulações que dificultam correr longas distâncias, nosso estudo mostra que você pode substituir metade do seu treino aeróbico por treinamento de força para obter os mesmos benefícios cardiovasculares. O treino combinado também oferece alguns outros benefícios únicos à saúde, como melhorar os músculos”, disse o Dr. Duck-chul Lee, autor principal do estudo e professor de Cinesiologia na Iowa State.

Séries e repetições com aparelhos de musculação, pesos livres, elásticos ou o próprio peso corporal por meio de flexões se enquadram em exercícios de resistência. “Uma das razões mais comuns pelas quais as pessoas não praticam exercícios é porque têm tempo limitado. O exercício combinado com treinamento cardiovascular e de força que sugerimos não consome mais tempo”, ressaltou o Dr. Lee.

No artigo, os pesquisadores destacaram: “Essas descobertas podem ajudar a desenvolver práticas e recomendações clínicas e de saúde pública para os aproximadamente 2 bilhões de adultos com sobrepeso ou obesidade em todo o mundo que correm risco aumentado [de doenças cardiovasculares]”.

Principais conclusões

No final do estudo clínico de um ano, a percentagem de gordura corporal em todos os três grupos de exercício diminuiu significativamente em comparação com o grupo de controle que não praticou exercícios. Os autores escrevem no artigo que “cada 1% de redução de gordura corporal está associada a 3%, 4% e 8% menos riscos de desenvolver [doenças cardiovasculares] como hipertensão, hipercolesterolemia e síndrome metabólica [respectivamente]”.

No entanto, levando em conta todos os quatro fatores de risco de doenças cardiovasculares, os grupos de exercício aeróbico e combinado tiveram pontuações compostas mais baixas do que o grupo de controle. Os resultados foram consistentes entre gênero e idade.

Descobertas secundárias

Ao longo do estudo de 12 meses, os participantes no grupo apenas aeróbico continuaram a melhorar com o teste de VO2max, que é a taxa máxima de consumo de oxigênio atingível durante um teste máximo em esteira. O grupo exclusivamente de resistência permaneceu relativamente estável. O inverso foi verdadeiro para os testes máximos de supino e leg press para força muscular; o grupo somente de resistência continuou a melhorar, enquanto o grupo somente aeróbico não.

No entanto, o grupo de exercícios combinados melhorou tanto a aptidão aeróbica quanto a força muscular.

Encontrando a dose certa

Os autores afirmam que as suas descobertas apoiam “diretrizes de atividade física que recomendem exercícios de resistência e exercícios aeróbicos dos EUA, [Organização Mundial da Saúde] e da Sociedade Europeia de Cardiologia, especificamente para indivíduos com obesidade”. Atualmente, são pelo menos 150 minutos por semana de exercícios aeróbicos de intensidade moderada e duas sessões por semana de treinamento de resistência.

“Mas essas diretrizes não especificam quanto tempo essas sessões de treinamento de força devem durar para obter benefícios à saúde”, disse o Dr. Lee.

Atualmente, o Dr. Duck-chul Lee quer encontrar ‘a dose certa’ de exercícios de resistência entre adultos com sobrepeso ou obesos. Ele planeja realizar outro estudo clínico randomizado controlado de exercícios resistidos, desta vez com 240 participantes. O estudo irá comparar os resultados de sessões de resistência de 0, 15, 30 e 60 minutos [quatro grupos], duas vezes por semana durante seis meses em um laboratório de exercícios supervisionado. Os participantes dos quatro grupos também serão solicitados a fazer sessões de 30 minutos de exercícios aeróbicos de intensidade moderada, duas vezes por semana, de acordo com as diretrizes de atividade física.

Acesse o artigo científico completo (em inglês).

Acesse a notícia completa na página da Universidade Estadual de Iowa (em inglês).

Fonte: Universidade Estadual de Iowa. Imagem: Drazen Zigic via Freepik.

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