Notícia

Pesquisa da PUC-RS aponta os benefícios do exercício físico no tratamento da doença de Parkinson

Estudo é coordenado pelo professor Rafael Baptista, da Escola de Ciências da Saúde e da Vida da PUCRS e utiliza a chamada caminhada nórdica na reabilitação de pacientes com Parkinson

Pixabay

Fonte

PUC-RS | Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul

Data

sexta-feira, 3 dezembro 2021 06:05

Áreas

Biomecânica. Educação Física. Fisioterapia. Neurociências. Reabilitação. Saúde do Idoso.

Um projeto de pesquisa realizado pelo Laboratório de Avaliação e Pesquisa em Atividade Física (Lapafi) da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS), em parceria com a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), teve foco na investigação dos efeitos do exercício chamado caminhada nórdica em pacientes que possuem Parkinson. Coordenado pelo Dr. Rafael Baptista, professor da Escola de Ciências da Saúde e da Vida da PUC-RS, o grupo utiliza os resultados obtidos em discussões acerca da reabilitação desse público, utilizando como base os parâmetros de marcha e energia mecânica na execução do exercício físico. 

Publicado na revista científica Scandinavian Journal of Medicine and Science in Sports, o projeto consagrou a parceria entre os dois grupos de pesquisa envolvidos. Apesar de já terem sido encontrados alguns resultados, o professor Baptista conta que ainda serão feitas pesquisas futuras para avaliar as respostas antes e depois das intervenções de exercícios, em especial no público idoso. Além disso, deve ser realizada uma análise para compreender os pontos fortes e fracos da corrida nórdica para pessoas com doença de Parkinson.  

O que é caminhada nórdica? 

A caminhada nórdica é um tipo de intervenção de exercício que usa um modelo de bastões especificamente projetado e conta com a contribuição dos membros superiores do corpo. Com isso, a técnica auxilia o deslocamento do corpo ao se movimentar para a frente, gerando duas ações de propulsão adicionais ao ciclo da marcha.

O que já se sabe? 

Os efeitos da caminhada nórdica na doença de Parkinson já foram objeto de estudo de outros grupos de pesquisa, os quais sugerem que ela pode ser benéfica em vários aspectos. Uma vez que eleva a velocidade máxima da caminhada, proporciona uma simetria entre os lados afetados e não afetados pela doença e induz o paciente a ter menos variação no comprimento da passada ao realizar o exercício de caminhada, aumentando a amplitude de movimento do joelho e do quadril. Segundo o professor Rafael Baptista, essas mudanças possuem um impacto coletivo na melhoria da capacidade funcional dos pacientes e na redução dos sintomas motores da doença.

Como o estudo foi realizado? 

Os testes de caminhada conduzidos pelo professor Baptista foram realizados com 11 pessoas que possuíam, em média, 65 anos, e eram portadoras de doença de Parkinson idiopática, medidas na escala Hoehn e Yahr com pontuação entre 1 e 1,5. Além disso, fizeram parte do estudo outros nove participantes saudáveis com 70 anos em média. Todos os participantes eram experientes em caminhada nórdica e os exercícios foram realizados com velocidades de 1,8 km/h e 4,7 km/h, utilizando oito plataformas de força 3D em uma passarela no Lapafi.  

Com os resultados foi possível notar que pessoas com doença de Parkinson demonstram alguns ajustes específicos de marcha que são diferentes daqueles observados no público saudável, devido às restrições causadas pelos sintomas da doença. O Dr. Rafael Baptista ressaltou que o estudo contribui para o corpo de evidências que sugerem que ajustes mecânicos específicos ocorrem em indivíduos com doença de Parkinson:  “Pudemos apresentar mais evidências sobre o assunto, além de proporcionar evidências científicas para médicos, fisioterapeutas e profissionais de Educação Física no que tange à prescrição de exercícios físicos e reabilitação para os pacientes com esta doença. Por fim, tudo isso auxilia a abrir perspectivas para novos estudos que possam trazer mais avanços no conhecimento e gerar novas formas de intervenção e tratamento”, avaliou o professor.

Acesse o resumo do artigo científico (em inglês).

Acesse a notícia completa na página da PUC-RS.

Fonte: Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. Imagem: Pixabay.

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