Notícia

Pé do diabético: micoses e pé diabético

Paciente diabético deve ter cuidado com a saúde dos pés: prevenção é essencial

Fonte

Sociedade Brasileira de Diabetes e Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia

Data

domingo, 29 maio 2016 12:25

Áreas

Endocrinologia. Diabetes. Saúde Pública.

Para as pessoas portadoras de Diabetes Mellitus, é comum ocorrerem problemas de saúde relacionados à circulação periférica, em especial na região das pernas e pés. Problemas que poderiam ser de fácil solução podem se agravar repentinamente, ou então podem aparecer manifestações crônicas da doença, como no caso do pé diabético, podendo levar inclusive à amputação.

Para esclarecer sobre a evolução de doenças que podem se tornar críticas em pacientes diabéticos, o Portal Tech4Health reuniu dois textos importantes e esclarecedores sobre as micoses e sobre o pé diabético. Sobre as micoses, o Portal da Sociedade Brasileira de Diabetes publicou recentemente um texto da Farmacêutica Fernanda Branco, doutoranda do Laboratório de Micologia Médica da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), que ressalta a importância do autocuidado do paciente e de estar atento a qualquer modificação na pele ou unhas. Já sobre o pé diabético, destacam-se as recomendações da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), que alertam para a importância de atitudes de prevenção.

Micoses

Micoses são infecções causadas por fungos e podem ser superficiais, subcutâneas, oportunistas ou sistêmicas. As micoses superficiais acometem a pele e seus anexos, como unhas, pêlos e cabelos. A incidência deste tipo de infecção aumentou muito nos últimos vinte anos, pelo uso de medicamentos imunossupressores, antineoplásicos, antibióticos de amplo espectro, cirurgias muito agressivas e especialmente por causa de doenças imunossupressoras, como o Diabetes Mellitus.

O Diabetes Mellitus desencadeia uma série de complicações aos pacientes, incluindo complicações neurológicas e vasculares, que propiciam o aparecimento de calosidades e feridas por pressão, que quando não cuidadas adequadamente podem evoluir para quadros mais graves, levando infelizmente à amputação de membros inferiores. Um dos fatores que pode complicar tal quadro é a presença de infecção fúngica no local, o que pode ser um fator determinante no estabelecimento de uma infecção mais profunda atingindo o tecido ósseo, a chamada osteomielite, outro fator de risco para amputação.

Com certeza, prevenir é muito melhor do que remediar, então a todos os pacientes e especialmente àqueles que não costumam olhar com carinho para seus pés, devem fazê-lo e anualmente consultar-se com profissionais especializados em podiatria para avaliação dos pés.

O risco de complicações podais é iminente, especialmente àqueles que não realizam o autocuidado da pele e dos pés corretamente, como, por exemplo, uso de calçado inadequado e higiene aquém do necessário, o que proporciona a fixação e o desenvolvimento de fungos nesses locais, agravando situações em que existem lesões, disseminando a infecção ou dificultando a cicatrização de tecidos acometidos.

O uso de antifúngicos orais não é indicado para pacientes tratados com hipoglicemiantes orais (medicamentos para controle da glicemia elevada), uma vez que pode afetar a capacidade hepática do paciente, deixá-lo longe de manter seu controle glicêmico e existe o grande risco de interações medicamentosas, o que prejudica a eficácia de tais medicamentos.

Assim, o primeiro passo para prevenir complicações podais relacionadas a fungos é, mais uma vez, o autocuidado do paciente, que deve observar atentamente quaisquer alterações na pele dos pés e em suas unhas e caso encontre procure um profissional especializado, que irá tratá-lo da melhor forma possível.

Pé diabético

Infecções ou problemas na circulação nos membros inferiores estão entre as complicações mais comuns em quem tem diabetes mal controlado. Calcula-se que metade dos pacientes com mais de 60 anos apresente o chamadopé diabético”. Uma doença que pode ser evitada.

Tais alterações podem causar neuropatia, úlceras, infecções, isquemia ou trombose. Elas começam a ocorrer, em geral, quando as taxas de glicose permanecem altas durante muitos anos. Se não for tratado, o pé diabético pode levar à amputação.  Segundo o Ministério da Saúde, 70% das cirurgias para retirada de membros no Brasil têm como causa o diabetes mal controlado: são 55 mil amputações anuais.

Manter a taxa glicêmica sob controle e fazer exames regulares são fundamentais para evitar tais complicações. A seguir, 10 recomendações da SBEM:

  1. A pessoa com pé diabético tem sintomas como: formigamentos; perda da sensibilidade local; dores; queimação nos pés e nas pernas; sensação de agulhadas; dormência; além de fraqueza nas pernas. Tais sintomas podem piorar à noite, ao deitar. Normalmente a pessoa só se dá conta quando está num estágio avançado e quase sempre com uma ferida, ou uma infecção, o que torna o tratamento mais difícil devido aos problemas de circulação.
  2. Os sintomas são mais frequentes após alguns com odiabetes mal controlado. Muitas pessoas passam a apresentar problemas de diminuição de circulação arterial e de sensibilidade em pés e pernas.
  3. A prevenção é a maneira mais eficaz de evitar a complicação. A medida principal é manter osníveis da glicemia controlados;  exame visual dos pés, diário; e avaliação médica periódica.
  4. Pacientes comdiabetes tipo 1 e tipo 2 devem passar, regularmente, por uma avaliação dos pés.
  5. O paciente deve examinar os pés diariamente em um lugar bem iluminado. Quem não tiver condições de fazê-lo, precisa pedir a ajuda de alguém.  Deve-se verificar a existência de frieiras; cortes; calos; rachaduras; feridas ou alterações de cor. Uma dica é usar um espelho para se ter uma visão completa. Nas consultas, deve-se pedir ao médico que examine os pés. O paciente deve avisar de imediato o médico sobre eventuais alterações.
  6. É preciso manter os pés sempre limpos, e usar sempre água morna, e nunca quente, para evitar queimaduras. A toalha deve ser macia. É melhor não esfregar a pele. Mantenha a pele hidratada, mas sem passar creme entre os dedos ou ao redor das unhas.
  7. Use meias sem costura. O tecido deve ser algodão ou lã. Evitar sintéticos, como nylon.
  8. Antes de cortar as unhas, o paciente precisa lavá-las e secá-las bem. Para cortar, usar um alicate apropriado, ou uma tesoura de ponta arredondada.  O corte deve ser quadrado, com as laterais levemente arredondadas, e sem tirar a cutícula. Recomenda-se evitar idas a manicures ou pedicures, dando preferência a um profissional treinado, o qual deve ser avisado do diabetes.  O ideal é não cortar os calos, nem usar abrasivos. É melhor conversar com o médico sobre a possível causa do aparecimento dos calos.
  9. É melhor que os pés estejam sempre protegidos. Inclusive na praia e na piscina.
  10. Os calçados ideais são os fechados, macios, confortáveis e com solados rígidos, que ofereçam firmeza. Antes de adquiri-los, é importante olhar com atenção para ver se há deformação.  As mulheres devem dar preferência a saltos quadrados, que tenham, no máximo, 3 cm de altura. É melhor evitar sapatos apertados, duros, de plástico, de coro sintético, com ponta fina, saltos muito altos e sandálias que deixam os pés desprotegidos. Além disso, recomenda-se a não utilização de calçados novos, por mais de uma hora por dia, até que estejam macios.

Fonte: Sociedade Brasileira de Diabetes e Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia.

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