Notícia

Parceria com Portugal criará método para purificar biomarcadores

Resultados do projeto da Unesp também poderão ser aplicados a biofármacos

Fonte

Unesp

Data

terça-feira, 20 outubro 2015 13:00

Áreas

Biotecnologia. Bioquímica. Microbiologia. Bioprocessos. Biofármacos.

Desenvolver um novo processo para a fabricação de um biomarcador é o objetivo de um projeto elaborado pela Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (Unesp) em parceria com a Universidade de Aveiro, de Portugal. A proposta pretende usar o conhecimento do grupo de pesquisa português na aplicação de líquidos iônicos para separar e purificar proteínas recombinantes, uma etapa complexa no processo de produção de biofármacos.

A proposta foi uma das dez selecionadas no edital lançado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) em parceria com a Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT) de Portugal. A chamada foi uma das mais concorridas dos últimos anos, segundo a própria agência de fomento paulista. Ao todo, foram mais de 300 propostas submetidas e apenas dez selecionadas.

O projeto será coordenado na Unesp pelo Prof. Dr. Sandro Roberto Valentini, da Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Araraquara e, na Universidade de Aveiro, pelo Prof. Dr. João Coutinho, do Departamento de Química.

O professor Sandro Valentini explica que no processo de produção de bioprodutos, a etapa mais complexa e de maior custo está relacionada com a separação e purificação da proteína de interesse. A ideia do projeto é desenvolver uma metodologia alternativa para esta etapa do processo a partir da ampla experiência da equipe colaboradora de Portugal no uso de líquidos iônicos.

“Nós usamos a proteína GFP [do inglês, Green Fluorescent Protein], produzida a partir da bactéria Escherichia coli, porque ela tem uma florescência verde, o que facilita o seu acompanhamento na etapa de separação e purificação, além da sua aplicabilidade em kits de diagnóstico como biomarcador. A etapa inicial da indução da produção de GFP já foi realizada aqui em Araraquara”, explica. A etapa seguinte está sendo desenvolvida pelo Prof. Dr. Jorge Pereira e Profa. Dra. Valéria Ebinuma, do curso de Engenharia de Bioprocessos e Biotecnologia, também da FCF-UNESP de Araraquara, que irão otimizar a produção desta proteína.

O português Dr. Jorge Pereira é um docente recém contratado pela universidade e foi quem estabeleceu o contato com a Universidade de Aveiro, além de ter participado ativamente na elaboração do projeto. “Com pouco mais de um ano na Unesp o professor Jorge Pereira já se envolveu e apresentou esse projeto de parceria de pesquisa com seu país”, elogia o professor Sandro Valentini.

A etapa seguinte traz a maior inovação do projeto e será desenvolvida com a parceria da Universidade de Aveiro. A equipe dos professores Jorge Pereira e Valéria Ebinuma, em colaboração com a equipe do professor João Coutinho, desenvolverá uma técnica para ajudar na separação e purificação da proteína de interesse do restante das proteínas da bactéria Escherichia coli, utilizando sistemas de duas fases aquosas com líquidos iônicos.

A equipe portuguesa é atualmente uma referência mundial na utilização desta técnica na recuperação de diversos bioprodutos. Para o professor Sandro Valentini, a colaboração será de grande importância para o Departamento de Bioprocessos e Biotecnologia da Unesp Araraquara. “Essa etapa do processo é bastante complexa porque precisamos separar, sem perda de rendimento, a GFP das demais proteínas produzidas pelo microrganismo utilizado no processo biotecnológico, nesse caso, a bactéria Escherichia coli”, explica. “O que está sendo feito com essa proteína é o desenvolvimento de uma nova metodologia que poderá ser posteriormente aplicada a outros processos de produção de proteínas recombinantes que tenham alto valor agregado, como os biofármacos”, explica.

Além da produção de artigos científicos com a equipe parceira internacional – o que aumenta o impacto das publicações –, a expectativa é que o processo para separar e purificar a proteína utilizando sistemas de duas fases aquosas com líquidos iônicos seja patenteado e traga recursos para as duas instituições.

Fonte: Marcos Jorge, Unesp Agência de Notícias.

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