Notícia
Para atendimento a casos de AVC, pesquisadores estudam o uso de ressonância magnética em ambulâncias
Exame realizado em ressonância magnética ‘portátil’ na ambulância poderia melhorar a rapidez e a efetividade do tratamento
Divulgação, Universidade Médica da Carolina do Sul
Fonte
MUSC | Universidade Médica do Sul da Califórnia
Data
quinta-feira, 13 janeiro 2022 12:30
Áreas
Biomedicina. Imagens e Diagnóstico. Medicina. Neurologia. Neurociências.
Minutos importam quando o cérebro está sendo privado de oxigênio.
Médicos do Comprehensive Stroke Center da Unidade de Saúde da Universidade Médica da Carolina do Sul (MUSC), nos Estados Unidos, trabalham constantemente em iniciativas para reduzir as etapas necessárias entre o momento em que um paciente com acidente vascular cerebral (AVC) é transportado por uma ambulância até o início do tratamento.
Se fosse possível fazer um exame de ressonância magnética na ambulância, não apenas os médicos estariam mais bem preparados quando a ambulância chegasse, mas os especialistas em acidente vascular cerebral poderiam determinar se o paciente poderia ser tratado em hospitais com menos recursos ou se precisaria ir diretamente a um centro especializado em AVC.
Para testar a hipótese, a equipe de pesquisa usou uma ressonância magnética ‘portátil’ desenvolvida pela Hyperfine. ‘Portátil’ neste caso é um termo relativo: a máquina pesa cerca de 635 kgf. Menor do que um equipamento de ressonância magnética comum, a versão ‘portátil’ foi projetada para ser transportada no interior de um hospital para realizar exames à beira do leito para pacientes que não podem ser movidos.
“O que me impressionou completamente é que [o equipamento] tem correção automática de movimento”, disse a Dra. Donna Roberts, professora da MUSC. “Então a questão era: ainda seria capaz de funcionar e adquirir imagens para diagnóstico [na ambulância] ? Essa foi a principal demonstração do estudo, que o próprio scanner era capaz de detectar o movimento e corrigi-lo em tempo real e, assim, as imagens saíram cristalinas. Ficamos impressionados com a qualidade das imagens”, continuou a pesquisadora.
Nos Estados Unidos, algumas áreas começaram a implantar unidades móveis de AVC, que são ambulâncias com equipamentos de tomografia computadorizada, uma enfermeira de cuidados intensivos e um técnico de tomografia computadorizada, além de um paramédico. Embora essas unidades tenham demonstrado melhorar os resultados dos pacientes, diminuindo o tempo de tratamento, de acordo com um estudo publicado recentemente na revista científica New England Journal of Medicine, elas custam de US$ 600.000 a US$ 1 milhão (de R$ 3,3 milhões a R$ 5,5 milhões) por unidade, disse a Dra. Christine Holmstedt, diretora do Comprehensive Stroke Center. Uma máquina ‘portátil’ de ressonância magnética seria uma fração desse custo e traria as vantagens da ressonância magnética.
A ressonância magnética, ao contrário da tomografia computadorizada, não usa radiação, portanto, não haveria exposição à radiação para o paciente ou para os socorristas, disse o Dr. Sami Al Kasab, diretor médico do Programa de Teleneurociências da MUSC. Uma ressonância magnética também é uma ferramenta de diagnóstico mais precisa para o AVC, disse o gestor. Ela pode mostrar bloqueios menores nos vasos e, no caso de derrames causados por coágulos sanguíneos, permitiria aos médicos determinar se um paciente precisa do trombolítico tPA, que pode ser administrado em instalações hospitalares mais simples, ou de uma trombectomia, um procedimento cirúrgico para remover o coágulo.
O Dr. Al Kasab disse que o atual sistema de triagem nos Estados Unidos exige que os pacientes primeiro se dirijam a um centro médico e recebam o trombolítico tPA. Mas, embora o tPA funcione bem para pequenos coágulos sanguíneos, é muito menos provável que funcione em grandes coágulos. “Então imagine: se um paciente tem um grande coágulo no cérebro, ele vai ao centro médico e recebe tPA e depois é transferido [para outro centro mais especializado]. Quando chega lá, há uma chance muito boa de que não seja mais elegível para uma trombectomia, porque já há muitos danos”, disse o especialista.
Reduzir o tempo antes do início do tratamento não é simplesmente uma questão de reduzir o número de mortes por acidente vascular cerebral. Trata-se também de reduzir a gravidade das deficiências para aqueles que sobrevivem. “Sabemos que para cada redução de 15 minutos no atendimento há uma melhora significativa nos resultados dos pacientes, incluindo redução de incapacidades e redução da mortalidade”, concluiu a Dra. Christine Holmstedt.
Acesse a notícia completa na página da Universidade Médica da Carolina do Sul (em inglês).
Fonte: Leslie Cantu, Universidade Médica da Carolina do Sul. Imagem: Divulgação, Universidade Médica da Carolina do Sul.
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