Notícia

Oxigenoterapia hiperbárica e ozonioterapia na surdez súbita

Flickr, Bio Som

Fonte

Brazilian Journal of Otorhinolaryngology

Data

terça-feira, 15 agosto 2017 19:05

Áreas

Medicina. Ororrinolaringologia. Surdez.

A perda auditiva neurossensorial súbita idiopática (PANSSI) é uma doença otológica que exige diagnóstico e tratamento urgentes. A PANSSI é comumente definida como a perda auditiva de mais de 30 dB, que afeta três ou mais frequências e surge em menos de três dias, sem uma etiologia identificável. A perda auditiva pode se desenvolver dentro de alguns segundos, minutos ou horas.

A maior parte das manifestações da doença é idiopática, seguida por infecções virais, causas vasculares, distúrbios de membrana coclear e autoimunidade. A hipóxia no aparelho coclear torna a oxigenoterapia hiperbárica (OHB) uma alternativa terapêutica razoável. Geralmente, a OHB é recomendada para o tratamento da PANSSI como terapia clínica complementar de primeira linha. A ozonioterapia tem sido usada como um tratamento complementar para as doenças em que processos inflamatórios são preponderantes e suspeita-se de uma etiologia isquêmica, estimulando a angiogênese e a imunomodulação.

Na edição de agosto de 2017 da revista científica Brazilian Journal of Otorhinolaryngology, pesquisadores turcos avaliaram a eficácia da oxigenoterapia hiperbárica ou ozonioterapia no tratamento de surdez súbita, quando uma ou outra terapia fossem incluídas no tratamento com esteroides. No período entre janeiro de 2010 e junho de 2012 foram avaliados retrospectivamente 106 pacientes com diagnóstico de PANSSI.

Dos participantes, 62 (58,5%) eram do sexo masculino e 44 (41,5%) do feminino. A idade média foi de 50 ± 13 anos; o paciente mais velho tinha 81 anos, enquanto o mais jovem, 17. Todos os pacientes haviam repetido os testes audiológicos no primeiro, terceiro, quinto, sétimo e décimo quinto dias de tratamento.  Os pacientes foram divididos em três grupos, de acordo com o protocolo de tratamento recebido: esteroide oral (Grupo A), esteroides por via oral + OHB (Grupo B) e esteroides por via oral + ozônio (Grupo C). O grupo de esteroide oral foi composto por 63 pacientes; o grupo esteroide oral + OHB por 26; e o grupo esteroide oral + ozônio, por 17.

Os resultados mostraram que a taxa de resposta mais elevada para o tratamento foi observada no grupo de esteroide + ozonioterapia (82,4%), seguida por grupos de esteroide oral + oxigenoterapia hiperbárica (61,5%) e esteroide oral (50,8%). Não houve diferenças significantes na resposta ao tratamento entre os grupos de esteroide oral e esteroides + oxigenoterapia hiperbárica (p < 0,355). O grupo de esteroide oral + ozônio apresentou uma taxa de resposta significativamente mais elevada ao tratamento do que o grupo de esteroide oral (p = 0,019).

Os autores concluíram que a eficiência do tratamento com esteroides em pacientes com perda auditiva grave foi baixa. Foi verificado que a adição de oxigenoterapia hiperbárica ou ozonioterapia ao tratamento contribuiu significativamente para o sucesso da terapia.

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Fonte: Brazilian Journal of Otorhinolaryngology. Imagem: Flickr, Bio Som.

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