Notícia
Os perigos dos brinquedos para crianças: como evitar problemas para a saúde
Dicas, sugestões e alertas para o uso consciente de brinquedos
Wikimedia Commons
Em geral, os brinquedos contribuem para uma infância saudável: podem estimular a socialização e a criatividade, ajudar a promover um pensamento mais organizado e ético, alegrar e promover momentos lúdicos, preparar o raciocínio lógico, despertar a vontade de vencer desafios, e consolidar a percepção visual e motora, auxiliando no desenvolvimento cognitivo da criança. Mas, além estas contribuições positivas, os brinquedos também podem ser perigosos e ameaçar a saúde da criança em algum sentido. Como existe uma grande variedade de brinquedos que surgem ou são reeditados a cada ano, cabe ao Instituto Nacional de Metrologia (Inmetro), no Brasil, a aprovação de uma série de testes, com a finalidade de garantir a qualidade e a segurança dos consumidores. Mesmo assim, todos os anos muitas crianças são atendidas em serviços médicos vítimas do uso (inadequado) de diversos tipos de brinquedos.
Especialistas da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) dão orientações importantes sobre a aquisição, uso e cuidados de brinquedos por crianças:
Dicas de como escolher brinquedos
- Os brinquedos devem ser apropriados à idade, ao interesse e ao nível de habilidade da criança. Um brinquedo que serve para uma criança de mais de oito anos pode ser perigoso para uma que tem três.
- Crianças com até 3 anos têm tendência a colocar pequenas peças na boca e são mais propensas a engolir ou sofrer engasgos e sufocação. Por isso, os brinquedos não devem ser pequenos e não podem ter partes destacáveis que possam ser colocadas na boca.
- Os materiais utilizados na fabricação dos brinquedos devem ser resistentes, não tóxicos e não inflamáveis.
- Evite brinquedos com pontas ou bordas afiadas, pistolas com projéteis, dardos e flechas, pois podem causar ferimentos de gravidade variável.
- Brinquedos que produzem ruídos acima de 100 decibéis podem prejudicar a audição.
- Brinquedos com correntes, tiras e cordas com mais de 15 cm devem ser evitados devido ao risco de estrangulamento de crianças pequenas.
- Evite brinquedos com vidros para crianças até 5 anos.
- Brinquedos elétricos podem causar queimaduras.
- Brinquedos ligados em tomadas, com elementos de aquecimentos, com pilhas e baterias, não são aconselhados para crianças com menos de oito anos. As baterias e pilhas contêm conteúdo corrosivo e podem causar sérios danos ao tubo digestivo quando ingeridas ou sufocação quando aspirados.
Dicas para comprar brinquedos
- Guie-se pela faixa etária recomendada pelo fabricante.
- Verifique a identificação do fabricante.
- As instruções devem ser claras e objetivas e com ilustrações. Produtos importados devem trazer as mesmas informações exigidas para os nacionais, em língua portuguesa, bem como as marcas do Inmetro e do organismo de certificação.
- Observe o número de peças ou regras de montagem, quando for o caso.
- O selo do Inmetro garante que o brinquedo passou por testes que comprovam sua segurança e qualidade.
- Apesar dos preços mais baixos, os brinquedos comercializados por ambulantes geralmente não estão de acordo com as normas de qualidade e segurança, expondo a criança a riscos. Também não tem nota fiscal ou qualquer informação sobre sua origem, o que dificulta a troca ou qualquer reclamação.
- Cuidados com as falsificações. Etiquetas e rótulos podem conter marcas falsificadas por contrabandistas.
- Na dúvida, ou se notar ausência do selo, denuncie. A ouvidoria do Inmetro atende pelo telefone 0800-285-1818
Outras dicas importantes
- Inspecione brinquedos novos e velhos regularmente. Conserte ou descarte aqueles que representem riscos.
- Em casa, você pode testar se um brinquedo ou peça de brinquedo é muito pequeno e oferece riscos de engasgo e sufocação para uma criança menor de 3 anos, se a peça couber dentro de um tubo com diâmetro interno de 3 centímetros e uma profundidade de até 3 centímetros.
- Ensine as crianças a guardarem seus brinquedos após a brincadeira para prevenir quedas e outros acidentes. Brinquedos para crianças maiores podem ser perigosos para os menores e devem ser guardados separadamente.
- Ao presentear a criança com bicicletas, patins, patinetes e skates aproveite para ensiná-la sobre segurança na diversão. Compre também os equipamentos de segurança: capacete, joelheira, cotoveleira, luvas e buzina.
- Brinquedos de locomoção, principalmente bicicletas, estão associados a mais acidentes que qualquer outro grupo de brinquedos.
Alertas
- Quedas e engasgamentos são os principais responsáveis pelos acidentes e mortes relacionados com brinquedos.
- Bexigas/balões de látex, bolinhas de gudes, peças e objetos pequenos representam risco de engasgamento e sufocação.
- Além de escolher brinquedos que não apresentam perigos é importante assegurar-se de que as crianças saibam usá-los e que brincam em locais seguros. A melhor maneira é supervisionar as brincadeiras e até mesmo participar delas. Aproveite este momento para interagir com as crianças e a ensiná-las a dividir e a respeitar regras.
Brinquedos/aparelhos eletrônicos
Em relação ao uso de brinquedos ou aparelhos eletrônicos, além dos cuidados com as baterias já citados, existem situações clássicas que devem ser evitadas, dependendo do tipo de aparelho:
Jogos eletrônicos: apesar de serem positivos no desenvolvimento do pensamento estratégico e na coordenação espacial, é importante verificar a adequação do jogo (muitos incitam à violência) e também o tempo de uso: quando em excesso, o jogo acaba confinando a criança e eliminando o tempo necessário a outras atividades ou até mesmo gerando quadros de dependência psicológica.
Celulares: cada vez mais precocemente as crianças têm acesso a aparelhos celulares. Aqui, existe o perigo de falarem com pessoas desconhecidas e também de se concentrarem em redes sociais quando deveriam estar desenvolvendo outras atividades.
Players de música: aqui, o problema pode ser o volume excessivo, que pode trazer um prejuízo considerável à audição.
Computadores: dependendo da idade da criança ou adolescente, é importante que o acesso à internet ocorra sob supervisão. Como os celulares, os computadores priorizam o contato virtual, o que pode trazer limitações de socialização ou desenvolvimento de quadros depressivos.
Fonte: SBP e Tech4Health. Imagem: Wikimedia Commons.
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