Notícia

Organoides: o corpo em miniatura

Matéria da Universidade de Cambridge, no Reino Unido, discute a importância dos organoides para a ciência, como em avanços na medicina regenerativa e personalizada

Imagem de microscopia confocal de um gastruloide. Fonte: David Turner.

Fonte

Universidade de Cambridge

Data

sábado, 24 março 2018 14:35

Áreas

Biologia Celular e Molecular. Medicina.

Nos últimos anos, houve um aumento significativo no número de estudos usando organoides – os chamados “mini órgãos”. Mesmo podendo ajudar os cientistas a entender a biologia humana e as doenças, alguns especialistas da área questionam sua utilidade. Mas, à medida que a ciência avança, pode-se ver que aumentam suas aplicações na medicina personalizada e regenerativa.

A Dra. Laura Broutier, que faz pós-doutorado no laboratório da Dra. Meritxell Huch no Instituto Gurdon de Pesquisas sobre Câncer, no Reino Unido, entra na incubadora e acessa uma placa de cultura com 24 porções separadas, cada uma contendo um líquido rosa pálido. “Se você olhar de perto, você pode ver os pontos lá”, diz ela, manipulando as placas até que as especificações sejam alcançadas. Esses “pontos” são tumores de fígado em miniatura que foram recuperados de células cancerígenas retiradas de pacientes no Hospital Addenbrooke – e podem tornar possível identificar medicamentos contra o câncer personalizados para cada paciente.

O mais recente trabalho da Dra. Meritxelle Huch baseia-se em sua pesquisa anterior sobre ‘mini-fígados’, que usa tecidos em miniatura para entender a biologia humana e, em particular, porque, quando acontece algo errado, podem se revelar doenças como câncer e demência. Só na Universidade de Cambridge, além do trabalho sobre “mini-fígados”, há grupos que desenvolvem minicérebros, mini-esôfago, mini-canais biliares, mini-pulmões, mini-intestinos, mini-úteros, mini-pâncreas …

Talvez seja um equívoco chamá-los de mini-órgãos. Eles certamente não se parecem em nada com um órgão em miniatura. Em vez disso, eles são “organoides”, grupos de células que podem crescer e proliferar em cultura, assumindo uma estrutura 3D que tem a mesma arquitetura de tecido, expressão gênica e funções genéticas que a parte do órgão em estudo.

A técnica que a Dra. Meritsell Huch usa envolve tomar células do tecido primário – seja do fígado ou, no caso do seu trabalho mais recente, tumores do fígado – e cultivá-las em cultura. Seus primeiros trabalhos envolveram o cultivo de mini-fígados a partir de células-tronco de camundongos, mas ela agora está trabalhando com tecidos humanos.

“Antes, só podíamos fazer esse trabalho em camundongos ou em linhas de células, mas os organoides abriram muitas possibilidades para nós”, diz a especialista. “Eles não são 100% idênticos ao tecido, mas recapitulam muito mais funções do tecido de origem, por isso podemos usá-los para estudar tecidos adultos de uma maneira que antes não era possível.”

Essa capacidade de usar organoides no lugar de modelos animais in vivo atraiu o interesse do Centro Nacional de Substituição, Refinamento e Redução de Animais em Pesquisa (NC3Rs, em inglês), que atualmente apóia o trabalho da cientista e lhe concedeu um Prêmio 3R em 2014.

Acesse a matéria completa da Universidade de Cambridge (em inglês).

Fonte: Craig Brierley, Universidade de Cambridge. Imagem: gastruloide visto com microscopia confocal. Fonte: David Turner.

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